Pode
até não parecer, mas a atuação da fonoaudiologia vai muito além
de “ensinar crianças a falar certo”. Segundo o Conselho Regional
de Fonoaudiologia, o profissional da área é responsável pelos
cuidados da audição, da linguagem oral, da articulação da fala,
da voz, da fluência, da leitura e escrita e dos sistemas
orofacial e de deglutição, tanto em termos de promoção e
prevenção da saúde, quanto com ações de avaliação,
diagnóstico, terapia das alterações de tais funções e orientação
a familiares, cuidadores e outros profissionais.
Pensando
nisso, enumero aqui alguns momentos da vida em que a atuação
fonoaudiológica em crianças se faz necessária:
– O
fonoaudiólogo que trabalha em maternidades realiza o Teste da
Orelhinha e o Teste da Linguinha nos bebês com poucos dias de vida.
Há leis nacionais que obrigam a realização dos dois exames para
tentar identificar precocemente alterações na audição e no
‘freio’ (frênulo) lingual do bebê. As duas avaliações
são rápidas e não causam dor ou prejuízos ao recém-nascido,
porém podem ser cobradas nos hospitais da rede particular.
– Quando
necessário, um profissional da Fonoaudiologia pode ensinar o bebê a
sugar corretamente, o que evitará a pega incorreta e fissuras das
mamas da mãe e impossibilitando ou prolongando a amamentação da
criança.
– Por
inúmeros motivos, algumas crianças não conseguem se alimentar.
Listo aqui a dificuldade para deglutir (engolir), aversão à textura
sólida, impossibilidade de mastigação… E é aí que o
fonoaudiólogo identificará a causa e tratará a alteração
específica.
– O
seu filho te entende? Mesmo ainda não tendo linguagem expressiva
(fala), a criança já deve conseguir compreender algumas ordens
simples e brincadeiras (‘dar tchau’, ‘fazer biquinho’). Se
você o ensina, mas ele parece não seguir ou entender, talvez seja a
hora de buscar uma avaliação fonoaudiológica para seu(a)
pequeno(a)!
– Se
a linguagem da criança não parece mudar ao longo dos meses e todos
começam a questionar quanto às primeiras palavras, procure um
profissional. Existe uma ideia (um pouco equivocada) que é possível
esperar até 03 anos, mas isso não é verdadeiro para todas as
crianças.
– Entre
dois e cinco anos de idade, a criança passa a ser um falante
fluente. Se após essa idade ainda houver alterações na produção
de fala, a intervenção fonoaudiológica se faz necessária.
Lembre-se que o pequeno deve estar bem preparado para a fase
seguinte, que é a alfabetização.
–
Finalizado
o processo de alfabetização, seu (a) filho(a) ainda tem dificuldade
para ler? Ele é tido como ‘desinteressado’ ou ‘preguiçoso’?
Ou dá muito trabalho para fazer a lição? Preste atenção! Algo
pode estar acontecendo, como um distúrbio de aprendizagem, de
linguagem ou de audição. Um fonoaudiólogo e, em alguns casos, com
o apoio de uma equipe multidisciplinar pode ajudar os familiares.
– Todo
mundo sabe como a chupeta e a mamadeira são prejudiciais, mas é
difícil não oferecer, certo? Não hesite em pedir ajuda
profissional para que a retirada aconteça na época correta.
Fonoaudiólogos e dentistas podem trabalhar em conjunto com a “fada
da chupeta”, Papai Noel e afins…
– Gagueira,
rouquidão, respiração bucal e má oclusão dentária são outras
alterações que precisam ser avaliadas e trabalhadas junto pelos
profissionais. Lembrem-se que, quanto antes iniciarem o
acompanhamento, melhores e mais rápidos serão os resultados.
Fonte:
Lílian Kuhn / Leiturinha
Posted by lucianafariasfono
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