São
vários fatores que podem interferir no desenvolvimento da fala de
uma criança. A seguir descrevo rapidamente, os principais (são
muitos!).
1. Dificuldade
Auditiva: a
audição é muito importante para o desenvolvimento da fala. Procure
o Pediatra ou o Otorrino para que eles possam avaliar a audição.
Exames também são indicados para testar a audição da criança.
Podemos não perceber uma perda auditiva leve.
2. Falta
de estímulos adequados: uma
criança precisa de estímulos adequados. Saber conversar com uma
criança, apresentar o mundo a ela, nomear os objetos, os brinquedos,
cantar, ler histórias, brincar no parque, brincar de faz-de-conta,
são formas de estimulação. Falar demais também não ajuda! Tem
pais que por não saberem ou não perceberem, falam demais e aí a
criança fica sem espaço para se comunicar. Os fonoaudiólogos
poderão ajudar os pais (simplesmente, orientar que “precisa
estimular mais”, pode não ser suficiente).
3. Excesso
de Ipad, joguinhos no celular, muita TV...isso
também pode prejudicar o desenvolvimento da fala. Precisamos criar e
sempre valorizar os momentos de comunicação. Hoje, a vida corrida,
atrapalha muito os momentos em família. Criança precisa de
paciência, de modelos, de disposição (brincar com uma criança, dá
trabalho!!). Fiquem atentos a rotina da criança!
4. Pouca
brincadeira também pode prejudicar! Brincar
de faz-de-conta, dar comida para o bebê, com os animais, com lápis,
papel, com meios de transporte, com fantoches, com panelinhas, com
sucatas (embalagens vazias podem virar panelinhas, microfones, etc).
5. Dificuldades
cognitivas: criança
com déficit cognitivo também terá dificuldade no desenvolvimento
da fala. Seu filho aprende o que você ensina? consegue prestar
atenção? Tem concentração? Compreende bem? Consegue dar função
para os objetos e brinquedos? Como está o desenvolvimento global
dele? Demorou para sentar? Para andar? É uma criança mais lenta?
6. Síndromes
Genéticas: as
crianças podem nascer com alterações genéticas e várias
síndromes causam atraso na fala e na linguagem. Converse com o
médico e ele saberá se há necessidade de algum exame específico.
7.
Epilepsia: crianças com Epilepsia poderão ter atraso na fala.
Crianças com Paralisia Cerebral, também poderão ter atraso na
fala.
8. Dificuldades
na motricidade oral: crianças
que respiram mal, que tem adenóides aumentadas, por exemplo, podem
respirar muito tempo pela boca e isso prejudicar toda a musculatura
dos órgãos fonoarticulatórios e isso afetar o desenvolvimento da
fala.
9. Alimentação: criança que come mal, tudo amassado, pastoso, muito biscoito que derrete na boca sem precisar mastigar, ou usa mamadeira com bico aumentado ou por muito tempo, que não sabe mastigar também poderá ter dificuldades para aprender os sons da fala.
10. Autismo: crianças
com Autismo terão dificuldades na fala, na linguagem. O Autismo é
um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta a comunicação
verbal e não-verbal (por ex. podem não usar gestos); afeta a
interação e a socialização (preferem ficar sozinhos, não
procuram outras pessoas, são indiferentes), apresentam
comportamentos repetitivos, tem dificuldade de fazer e manter o
contato visual; podem ser agitados, etc.
11. Mutismo
Seletivo: é
um transtorno psicológico (diagnóstico feito por Neuro ou
Psiquiatra Infantil), caracterizado pela recusa em falar em
determinadas situações, mas que a criança consegue falar em outras
(por exemplo, só fala com a mãe ou com o pai mas, vai para a escola
e não fala com ninguém). São crianças tímidas, introvertidas, e
ansiosas.
12. D.E.L : Distúrbio Específico de Linguagem: como a própria terminologia indica, é uma dificuldade específica para desenvolver a linguagem (são crianças inteligentes, sem problemas motores, sem problemas auditivos ou emocionais, sem outros transtornos do desenvolvimento, mas que não conseguem desenvolver a linguagem adequadamente). Crianças com DEL tem dificuldade para aprender os sons, para aprender palavras, para estruturar frases, para se engajar em uma situação de comunicação, etc. Geralmente, são crianças que já fizeram muitos exames e não foram encontradas alterações. São “aparentemente normais” mas a fala e a linguagem, são ruins. Cuidado profissionais com a orientação: “ah está tudo normal, ele entende tudo, então com o tempo a fala virá!”
12. D.E.L : Distúrbio Específico de Linguagem: como a própria terminologia indica, é uma dificuldade específica para desenvolver a linguagem (são crianças inteligentes, sem problemas motores, sem problemas auditivos ou emocionais, sem outros transtornos do desenvolvimento, mas que não conseguem desenvolver a linguagem adequadamente). Crianças com DEL tem dificuldade para aprender os sons, para aprender palavras, para estruturar frases, para se engajar em uma situação de comunicação, etc. Geralmente, são crianças que já fizeram muitos exames e não foram encontradas alterações. São “aparentemente normais” mas a fala e a linguagem, são ruins. Cuidado profissionais com a orientação: “ah está tudo normal, ele entende tudo, então com o tempo a fala virá!”
13. Apraxia
de Fala: distúrbio
motor que afeta o planejamento, a programação e a execução dos
movimentos da boca, da língua, dos lábios, da mandíbula, etc, para
falar. A criança quer falar, mas não sabe como fazer. Geralmente,
são desajeitadas motoramente. Elas podem não falar ou conseguir
falar poucos sons, (alguns podem falar apenas as vogais, por ex).
Queridos
Pais, como vocês puderam ler, quando uma criança não fala ou a
fala é pouca desenvolvida, é importante investigar e analisar
muitos aspectos. É importante analisar o desenvolvimento global, a
capacidade de aprender, de imitar, de brincar, de interagir, de se
socializar, etc. Cada criança é única, e a avaliação deve
levantar as dificuldades e facilidades, para que a terapia seja
adequadamente planejada. Muitas vezes, é preciso atender a criança
um tempo (terapia diagnóstica) para conseguir analisar com cuidado e
precisão. Para falar, precisamos do funcionamento adequado de várias
áreas e é por isso, que às vezes, os pais são orientados a passar
por vários especialistas. Também não dá para nomear tudo como
“atraso na fala”. Investigar e intervir especificamente é
essencial para que a criança tenha ganhos. Procure Fonoaudiólogos
que tenham experiência com crianças pequenas e que entendam de
intervenção precoce.
Texto
elaborado por: Dra. Elisabete Giusti, Fonoaudióloga
Infantil.
www.atrasonafala.com.br.
www.atrasonafala.com.br.
Fonte:
Dra. Elisabete Giusti