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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Conversar com os bebês ajuda no desenvolvimento da fala

Explicar o que está acontecendo e até descrever objetos contribui com a habilidade da fala



Se você adora conversar com o seu bebê sobre o que está vendo, mostrar um objeto, descrever as cores de um brinquedo, ensinar o nome das coisas, mesmo acreditando que ele não consiga entender plenamente o que diz, você está fazendo um benefício enorme para o seu filho.
Um estudo publicado no Journal of Psychological Science, dos Estados Unidos, mostrou que bebês que convivem com pais que conversam diretamente com eles desenvolvem mais rapidamente a habilidade de se comunicar. Para a análise, feita com 29 crianças de 19 meses, foram usados gravadores registrando os sons da casa e da conversa dos pais com os filhos.
Depois de 5 meses, os pesquisadores aplicaram um teste oral. As crianças que receberam mais estímulos por parte dos pais desenvolveram um vocabulário muito maior do que os bebês que não tinham esse hábito em casa.
Apesar de pequena, a pesquisa comprova a importância da interação desde cedo. A pediatra Amira Consuelo de Melo Figueiras, do Departamento de Pediatria do Comportamento e Desenvolvimento da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), explica que os estímulos como um todo são importantes para o aprendizado da criança. “O tom de voz da mãe e do pai, assim como as mudanças no timbre (grave e agudo), são de extrema importância. Além de chamar a atenção das crianças, há entonações que podem até acalmá-las", diz. No entanto, nada de falar errado querendo imitar criança. O seu filho precisa aprender as palavras corretamente desde sempre.
Amira alerta, no entanto, que, apesar do estímulo dos pais ser papel importante para o desenvolvimento da fala dos filhos, há outros fatores fundamentais nesse processo: "O ambiente, a genética, e até a integridade física complementam o estímulo da habilidade para a fala”, conclui.

Veja como você pode, no dia a dia, ajudar o seu filho nessa etapa de desenvolvimento

Narre o mundo
O conceito pode parecer estranho, mas na prática é muito simples. Converse com o seu bebê sobre aquilo que o rodeia. Na hora de trocar a fralda, por exemplo, vá nomeando suas ações: “vou limpar seu bumbum, vamos colocar uma fralda limpinha, você vai ficar cheiroso”. Durante um passeio no parque, apresente as árvores, a grama, os passarinhos. Apontar, como explicado na pesquisa, também é um ótimo recurso porque dá forma às palavras. A criança associa o som ao objeto e fica muito mais fácil decorar o nome dele.
Atenção ao tom de voz
Quando falamos, colocamos sempre uma entonação em nossa voz, que pode significar dor, alegria, tristeza... Não tenha medo de se expressar na frente do seu filho, porque isso vai o ajudar a decodificar as emoções.
Dê atenção e espaço para o bebê
Passar um tempo se dedicando integralmente à criança é importante para criar um ambiente emocional saudável e também para perceber o que ela tem a dizer, mesmo que não o faça com palavras. Dê espaço para a criança demonstrar seus sentimentos e suas vontades. Ou seja, você não precisa ficar falando sem parar na frente do seu filho achando que assim ele vai começar a falar mais cedo. Dar espaço para o silêncio também é importante – ele também é uma forma de comunicação.
Cante. Sem medo de desafinar
Além de conversar, cantar pra criança é essencial. A sonorização, a rima e o ato de cantar transformam a fala em brincadeira, e isso comprovadamente ajuda o desenvolvimento da linguagem, do vocabulário e facilita o período de alfabetização. Outro ponto forte das músicas são os refrões porque a repetição prende a atenção das crianças. Permita que seu filho conviva com diferentes sons e melodias. “Muita gente entra naquela discussão de direitos humanos, que ‘atirei o pau no gato’ passa uma mensagem de violência, mas nos primeiros anos para a criança o que importa é a sonoridade”, diz a pedagoga Eliana Santos, diretora pedagógica do Colégio Global (SP).
Leia histórias e poesias
As histórias, além do estímulo que representam à imaginação, aumentam o vocabulário e a curiosidade sobre a linguagem. Os poemas, assim como as músicas, têm ritmo e sonoridade bem acentuados. Comece com os textos de rimas diretas e, aos poucos, vá sofisticando. Vale lembrar que a leitura não pode ser mecânica. Coloque emoção e pontue cada frase.
Explore sinônimos
Quando seu filho perguntar “qual é o nome disso?”, não se contente em dar uma só resposta. Claro que nem todos os sinônimos ela vai memorizar imediatamente, mas no dia a dia procure variar o jeito como você define as coisas. Eliana dá um exemplo divertido que usava em sua própria casa: “Eu falava para lavar as nádegas em vez de bumbum. Aos poucos, a criança vai enriquecendo seu vocabulário.”
Permita a convivência
Conviver com outras crianças é importante. “Quando uma criança convive com a outra, ela observa muito e repete. Essa troca enriquece sua experiência”, afirma Eliana.
Criança aprende brincando
É isso mesmo. Nada de transformar o aprendizado da criança em algo mecânico. Se a criança está se divertindo e fazendo determinada atividade com prazer, ela aprende muito mais rápido. A dica aqui é: entre pela porta que ela abre para você. Ou seja, se ela se mostrou interessada por um livro específico, em vez de forçar a leitura de outro, ajude-a a explorá-lo. Se ela está tímida, não a obrigue a ficar no colo de todos os parentes da festa. E nada de desespero: se você prestar um pouquinho de atenção, vai identificar a vontade do seu filho em determinado momento.

Fonte: Site Revista Crescer
Por Nathalia Bianco Louro