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Linguagem: quando é preciso consultar um fonoaudiólogo?

Especialistas explicam quais sinais indicam atrasos na fala A maior parte das crianças começa a falar por volta dos 12 meses....

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Dando voz (e vez) aos afásicos


Depois de dez anos de intensas atividades, o Centro de Convivência de Afásicos (CCA) da Unicamp coloca na praça o livro Sobre as Afasias e os Afásicos, cujo propósito é informar e dar estímulo à convivência e à inserção social de pessoas acometidas pela afasia. Apenas para citar um exemplo, basta dizer que "entre as doenças neurológicas, cerca de 15% resultam em afasias, que se constituem um índice considerado elevado", segundo a professora Edwiges Maria Morato, do Departamento de Lingüística do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) da Unicamp.


O livro - publicado com o apoio da Editora da Unicamp, Pró-Reitoria de Extensão e Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) - visa ainda fornecer elementos sobre maneiras de como o afásico e seus familiares podem enfrentar dificuldades decorrentes da doença, suas causas, características e impactos sociais.

A afasia - que é a alteração da capacidade de falar ou de compreender a linguagem falada ou escrita - é uma doença para a qual cientistas e pesquisadores do mundo todo ainda não encontraram um meio de cura, no sentido clássico de erradicação da enfermidade. "No entanto, pode-se dizer que há meios de melhorar a qualidade de vida das pessoas", explica a professora Edwiges.

Essa alteração dos processos lingüísticos ocorre tanto no aspecto produtivo da fala quanto no interpretativo da linguagem, e é causada por lesão estrutural adquirida no sistema nervoso central, em decorrência de acidentes vasculares cerebrais (AVCs), traumatismos crânio-encefálicos ou tumores. Há relatos médicos e terapêuticos assinalando que o processo de reabilitação requer, em geral, um tempo prolongado, que pode variar de seis meses a anos de tratamento. 

A afasia pode ser acompanhada por alterações de outros processos cognitivos e sinais neurológicos, como a hemiplegia (paralisia de um dos lados do corpo), a apraxia (distúrbios da gestualidade) ou a agnosia (distúrbios do reconhecimento). Soma-se a esses fatores a dificuldade de deglutição. Entre os aproximadamente 20 afásicos que semanalmente freqüentam o CCA, há aqueles que sumariamente foram afastados dos seus postos de trabalho, aposentados por invalidez; são pessoas que antes da doença exerciam as mais diversas atividades profissionais como motoristas, enfermeiros, comerciantes e operários, entre tantas outras. 

Edwiges conta que há também aqueles que por iniciativa própria ou com o apoio de familiares passaram a exercer outra profissão depois de afásicos. Um advogado, por exemplo, tornou-se massagista, um engenheiro civil tornou-se proprietário de banca de jornal. Há também os que, afastados de funções ocupacionais remuneradas, passaram a desenvolver outras atividades informais. Existem aqueles que procuram desenvolver seus hobbies como uma forma interessante de se ocupar, fazendo trabalhos de bordados, pintura e natação. 


Benefícios - A professora explica que, em geral, o indivíduo afásico não chega a recuperar totalmente a sua linguagem, de modo a retomar integralmente o padrão anterior à lesão, embora possa chegar muito próximo disso. Os afásicos, familiares e terapeutas chegam a um determinado grau de aceitação e de convivência com as dificuldades da linguagem oral e escrita que tem a ver com a possibilidade da pessoa afásica de se sentir segura e competente para interagir, comunicar, trabalhar, enfim, exercer os mais diversos papéis dentro do meio em que vive.

Isso tem ajudado bastante o afásico a enfrentar, a superar ou aprender a conviver com as suas limitações. Sob o ponto de vista terapêutico o CCA prevê o acompanhamento multidisciplinar, que compreende atendimento com neurologista ou cardiologista, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, terapeuta e psicólogo.

Por: Antônio Roberto Fava
Sites - Previdência Social:
telefone 0800-780191, e Centro de Convivência de Afásicos (CCA) 


O desenvolvimento da linguagem dos bebês


Cada fase da vida é uma evolução e os pais precisam estar atentos na comunicação dos seus filhos para incentivá-los


As primeiras palavras de um bebê são música para os ouvidos dos pais. Mas, como você pode dizer se a fala do seu filho e o desenvolvimento da linguagemestá no caminho certo?
Embora cada criança aprenda a falar dentro do seu próprio ritmo, os marcos podem servir como um guia para a fala normal e o desenvolvimento da linguagem, além de ajudar os médicos e outros profissionais das áreas de saúde a determinar quando ela pode precisar de ajuda extra.
Ao final de três meses, a criança pode:
- Sorrir quando aparecem pessoas conhecidas;
- Se assustar ao ouvir sons altos;
- Fazer “arrulho” sonoro;
- Fazer silêncio ou sorrir quando se fala;
- Aparenta reconhecer a sua voz;
- Chora de forma diferente, conforme as necessidades.
Ao final de seis meses, a criança pode:
- Fazer sons borbulhantes quando brinca com você ou quando está sozinha;
- Falar sílabas repetitivas, como “ba, ba, ba”;
- Utilizar a voz para expressar prazer e desprazer;
- Mover os olhos na direção dos sons;
- Responder às mudanças no tom de sua voz;
- Observar que alguns brinquedos fazem sons;
- Prestar atenção à música.
Ao final de 12 meses, a criança pode:
- Tentar imitar palavras;
- Dizer algumas palavras, como “dada”, “mama” e “uh-oh”;
- Compreender instruções simples, como “por favor, beba seu leite”;
- Entender “não”;
- Virar-se e olhar na direção dos sons;
Ao final de 18 meses, a criança pode:
- Apontar para um objeto ou imagem quando é nomeado;
- Reconhecer nomes de pessoas próximas, objetos e partes do corpo;
- Seguir as instruções simples acompanhadas por gestos;
- Falar de oito a 10 palavras.
Ao final de 24 meses, a criança pode:
- Pedir alimentos comuns pelo nome;
- Usar frases simples, como “mais leite”;
- Começar a usar pronomes, como “minha”;
- Seguir comandos simples sem a ajuda de gestos;
- Dizer mais palavras a cada mês;
- Falar 50 palavras e entender bem mais.
Converse com o médico do seu filho se ele não dominou a maior parte do discurso e das etapas de desenvolvimento da linguagem conforme sua idade ou se está preocupado com qualquer aspecto do crescimento da criança. Atrasos na fala ocorrem por vários motivos, incluindo perda de audição. Dependendo das circunstâncias, o responsável pela saúde do pequeno pode indicar a visita a um especialista de audição ou um em fala e linguagem.
Nesse meio tempo, encoraje a fala do seu filho e o desenvolvimento da linguagem por meio da leitura, da conversa, do cantarolar de músicas, do ensino de gestos e sinais relacionados aos itens comuns ou frases, e fazer perguntas para que ele possa reconhecer as respostas, mesmo que seja difícil de entender.
Por Dr. José Luiz Setúbal

Tabela de desenvolvimento da linguagem


Desenvolvimento da linguagem infantil


O desenvolvimento da linguagem começa antes da criança nascer. Ainda dentro da barriga, o bebê já é capaz de responder a sons e sensações, vivenciadas pela mãe.
Os primeiros anos de vida são importantes para a criança que se comunica através do olhar, do choro, do sorriso, dos gestos, a mãe deve estar atenta a esses comportamentos para responder as necessidades da criança com estimulação adequada a cada caso.
Desta forma, através da linguagem a criança tem acesso, antes mesmo de aprender a falar, a valores, crenças e regras, adquirindo os conhecimentos de sua cultura. À medida que a criança se desenvolve, seu sistema sensorial incluindo a visão e audição se torna mais refinado e ela alcança um nível lingüístico e cognitivo mais elevado, enquanto seu campo de socialização se estende, principalmente quando ela entra para a escola e tem maior oportunidade de interação.
Para Cupello (2003), as fases do desenvolvimento da linguagem da criança iniciam no choro ao nascer, quando pela primeira vez o oxigênio entra nos pulmões do recém-nascido, e expansão dos pulmões lhe traz uma sensação desagradável e o bebê chora, são os gritos reflexos do nascimento. Estes gritos são os primeiros sons emitidos pelo recém-nato.
Apresenta também o choro indiferenciado de 0 a 2 semanas quando o choro do bebê se dá igual para qualquer tipo de estimulo e é a sua única resposta ao mundo, não há intenção, nem consciência, é um comportamento inato. Entre 2 e 3 semanas a criança apresenta o choro diferenciado, nesse período o choro do bebê ganha características de diferenciação, dependendo do estimulo ao qual a criança é exposta, e dependendo da necessidade que está sentindo. Há nessa época um repertório de choro que as mães já conseguem identificar como: choro de fome, choro de dor, choro de acordar etc.
Cupello (2003), relata também as etapas normais do desenvolvimento da linguagem da criança aos: 2 meses – reconhece a voz da mãe; 6 meses – balbucio; 7-9 meses - variedade maior de vocalizações; 10- 14 meses – primeiras palavras; 18 meses – produz cerca de 10 a 20 palavras; 2 anos e 6 meses – usa sentenças simples; 3 anos – faz uso de sentenças completas e se faz compreender; 4 anos – produz fonemas; 7 anos – aquisição completa.
Para a criança aprender a comunicar-se é necessário: um ambiente estimulante e rico em experiências; trocas verbais e não verbais, a família torna-se um apoio nesta fase de desenvolvimento, a criança recebe as primeiras e mais duradouras influências, passando ainda por um processo de imitação das palavras e até pequenas frases que ouve.
Atitudes que ajudam a criança a desenvolver a linguagem - Aproveite os momentos de maior atenção da criança para conversar com ela, usando palavras simples e frases curtas, falando de igual para igual; pronuncie corretamente as palavras, usando boa articulação e entonação, responda sempre as palavras ditas pelo seu filho de maneira correta e motivadora, sem infantilizar a sua fala; valorize o contato com seu filho: o toque, o olhar são manifestações essenciais; dê pequenas ordens, como “ pegue um copo para mamãe”, “jogue um beijo para vovó”;
O fonoaudiólogo é o profissional responsável pela habilitação das crianças com atraso de linguagem.
Supervisora: Fga. Nadja Leite - Especialista em Fonoaudiologia Clínica
Acadêmicas: Ana Caroline Ferreira Pereira, Darlene Sales Esteves Dias, Kelsianne Henrique Aguiar, Luciana de Jesus Costa, Maria da Conceição de Paula, Sâmara Rafaele Teixeira Cardoso, Silvania Leal Berredo, Thathiana Gomes dos Santos
Fonte: Jornal Pequeno