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quinta-feira, 16 de dezembro de 2021




 

Timidez não é defeito



Estávamos numa roda no jardim do meu filho Davi, e cada mãe foi convidada a se apresentar e a falar características do seu pequeno. Ao meu lado, uma mãezinha, em sua vez, disse “esse é o Joãozinho, ele é obediente, só que tem um problema: é TÍMIDO”. O menino estava do lado dela, e só faltou ele jogar “pó ninja” para sumir dali.

Outro episódio foi quando uma senhora me procurou perguntando se eu fazia coaching de comunicação, pois afirmava que seu filho, de 10 anos, precisava “exorcizar” seu lado tímido, virando extrovertido.

Da mesma maneira, há muitos pais que criam toda uma expectativa sobre as crianças, colocando-as em escolas que mais aprovam em vestibulares, fazendo-as pular fases da vida e corroendo a essência, pois em algumas fases, elas realmente são mais tímidas, em outras mais extrovertidas, cada uma em seu tempo e se conhecendo cada vez mais.

São em situações como ESSAS que crenças negativas por conta da timidez são criadas. Pai e mãe, mesmo com as melhores intenções, erram ao fazerem comparações com e entre seus filhos. Querem que o filho tímido se iguale ao irmão extrovertido, e, sem perceberem, começam uma tortura psicológica com essa criança, que cresce se sentindo inferior e sofre com a BENDITA comparação, porque desde a infância não foi respeitada a sua essência.

Vivemos em uma época de, muitas vezes, embarcar no senso comum de que as pessoas extrovertidas são as mais bem-sucedidas. E, por conta disso, é exigido das crianças mais tímidas comportamentos que elas NÃO estão preparadas para ter. Devemos ter em mente que é preciso ACEITAR e RESPEITAR o temperamento de cada um, sem exigir que os pequenos se enquadrem em padrões preestabelecidos ou mais aceitos pela sociedade.

Timidez é característica, e não defeito! Ela pode aparecer de forma mais acentuada em alguns do que em outros, porém o fato do filho não ser a criança mais popular da escolar não precisa incomodar os pais. A timidez só deve ser encarada como problema a partir do momento que prejudicar o convívio social.

Talvez eu seja uma das poucas pessoas no planeta que se declara tímida com orgulho e sorriso no rosto, porque a maioria, quando fala que é tímido, ou já está com a bochecha vermelha ou com a cabeça pro lado, com aquela carinha de “vítima”. Sou tímida SIM, mas tímida corajosa, tímida confiante.

Mas Lena, você dá palestra! Como isso é possível?”. Eu desenvolvo alguns papéis, só isso. Sempre ponho em prática o sorriso e a simpatia, puxo assunto, só que não pense que é tão natural não, eu que sou esforçadinha.

Muitas vezes, timidez é confundida com introversão. Mas engana-se quem pensa que são a mesma coisa. A timidez é SITUACIONAL, ocorre perante algo que está acontecendo em determinado momento, e, como estratégia de fuga, acabamos nos fechando. Nessa perspectiva, todos nós podemos, em determinadas situações, ser tímidos. Por outro lado, a introversão, em oposição à extroversão, diz respeito a uma característica estrutural da personalidade, como definiu o psiquiatra e psicoterapeuta Carl Jung.

O que acontece com os tímidos é o seguinte: há uma área do cérebro chamada “amígdala”, que é responsável por acender o sinal de alerta frente a algum perigo real ou imaginário. E essa amígdala libera adrenalina no sangue, dilata os vasos sanguíneos, acelera o batimento cardíaco, deixa a respiração ofegante, e transforma os açúcares e gorduras que temos armazenados no corpo em energia, também sendo responsável pelas respostas instintivas/automáticas.

Resultado: Ao menor sinal de algo NOVO, o tímido, que tem essa área mais sensível do que os extrovertidos, entra em pânico.

Mas se ele conseguir, usando o neocórtex (que é outra parte do cérebro, desta vez responsável pelas decisões racionais), reagir realisticamente e ver que não há perigo REAL, que está tudo bem, o medo se dissipa, e o tímido vence o “duelo” com a amígdala.

É assim que muitos tímidos se tornam corajosos, podendo ser cantores, artistas, soldados, oradores e fazendo outras atividades na vida. Eles não PARECEM tímidos, mas são.

Vamos lá para o lado positivo de ser tímido:

1 – É  comum as pessoas quererem falar sobre si mesmas e não se interessarem pelo que o outro tem a dizer. Um tímido, pelo contrário, geralmente é um excelente ouvinte, o que se torna uma grande vantagem. Afinal, ninguém suporta desabafar com alguém que tem sempre mais uma opinião a expressar e que nem se dá um tempo para respirar.

2 – Quando a pessoa sempre tem que falar e ocupar o “centro do palco”, pode ser sinal de grande insegurança – e até maior que a de alguém tímido;

3 – Por não falar tudo o que pensa e ser comedido com as palavras, o tímido evita fazer comentários desnecessários, e, assim, não ofende as outras pessoas com “excesso de sinceridade” e de palavras;

4 – Muitos empregos requerem a habilidade de focar e se concentrar em um ambiente com pessoas necessitadas ou solitárias. É lá onde muitas pessoas tímidas e ansiosas obtêm grande sucesso, porque são mais empáticas e entendem melhor os problemas dos outros;

5 – Hoje em dia, os tímidos não são olhados como “problemáticos”, mas sim como bons trabalhadores e até bons LÍDERES.

Em suma, os triunfos dos tímidos são de serem mais confiáveis, melhores ouvintes e genuinamente interessados pelos outros; terem maior nível de respeito pelo compromisso; promoverem amizades mais duradouras; terem uma vida social moderada, respeitando horas e regras; evitam corrigir os outros ou sair por cima; serem mais flexíveis com as opiniões contrárias às do próximo; terem uma grande força interior (necessidade de superar a timidez); serem melhores em tarefas de foco e concentração; serem menos despistados e menos esquecidos; serem mais empáticos; e se esforçarem mais para entender os problemas dos outros.

As reflexões para serem feitas são: será que desconhecemos que o mundo tem lugar para todos os tipos de indivíduos? Será que ninguém conhece adultos bem-sucedidos em suas profissões que são extremamente tímidos em suas vidas sociais? (Eu, particularmente, conheço vários. Pessoalmente e por leitura de biografias. Que vão desde escritores, artistas e professores a cientistas com renome internacional.) E adultos muito extrovertidos, com uma vida social intensa e uma rede de conhecidos enorme, mas que, apesar disso, são infelizes e não são realizados na vida: será que ninguém conhece?

Timidez não é defeito, tampouco “doença”. É apenas uma característica e, se a criança tiver oportunidades de ser aceita e reconhecida da maneira como ela é no momento e aprender a não permitir que esse seu traço impeça a sua vida de acontecer, ela crescerá de acordo com seu potencial, e conseguirá sim encontrar meios de viver de acordo com esse seu jeito de ser. Todavia, se o contrário acontecer e houver insistência para que ela altere essa sua característica, aí sim o seu desenvolvimento autoconhecimento poderão ser prejudicados. E esses são FUNDAMENTAIS para qualquer pessoa viver melhor.

Fonte: Lena Souza


quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Disfonia e rouquidão


 

O que é disfonia?

Disfonia, popularmente chamada de rouquidão, vem a ser qualquer dificuldade na emissão vocal que impeça ou dificulte a produção natural da voz, causando prejuízo ao indivíduo.

 

Quais são as causas de disfonia?

A doença do refluxo gastroesofágico, o mau uso da voz, alergias, gripesresfriados e tabagismo são condições frequentemente relacionadas à disfonia. Os tumores malignos ou “cânceres da garganta” são causas menos frequentes de disfonia, porém, sua possibilidade deve ser investigada sempre que houver suspeita. Eles ocorrem mais comumente em indivíduos maiores de 40 que têm ou tiveram o hábito de fumar e/ou beber.

 

Como é feita a avaliação médica de pacientes com disfonia?

A avaliação médica sempre se inicia com uma boa conversa com o médico otorrinolaringologista. A partir dessa entrevista, o médico solicita ou realiza os exames mais convenientes para cada caso. Em geral, é realizada a nasofibrolaringoscopia ou telescopia de laringe para o exame das pregas vocais.

 

Quais são as alterações das pregas vocais mais comumente relacionadas à disfonia?

A alteração mais comum é o nódulo vocal. Outras menos frequentes incluem os pólipos (lesões benignas das pregas vocais), cistos, o Edema de Reinke (inchaço das pregas vocais relacionado principalmente ao tabagismo que torna a voz mais grave e masculinizada), as alterações estruturais mínimas (características das pregas vocais que dificultam a emissão da voz) e tumores.

 

O que são nódulos vocais?

Os nódulos ou “calos nas pregas vocais” são espessamentos que aparecem nas mesmas devido ao uso inadequado da voz. Hábitos como o de falar muito, gritar, ou “forçar a voz” podem dar origem aos nódulos vocais.

 

Como é realizado o tratamento das disfonias?

O tratamento deve ser direcionado à causa da disfonia. Desta forma, fatores que podem ter desencadeado o quadro como o fumo ou o etilismo devem ser cessados. Mudanças nos hábitos de falar, assim como fonoterapia são, em geral, recomendados. Uso de medicamentos e cirurgia, que fazem parte do arsenal terapêutico,  são indicados caso a caso.

Fonte: Otovita