Um
dos momentos mais esperados pelos pais é quando os bebês aprendem a
falar as primeiras palavras. Quando esses sons demoram a surgirem,
alguns pais podem acreditar que o motivo é a timidez. Essa demora,
no entanto, pode ser algo bem maior do que apenas vergonha.
Quando
a criança apresenta atraso no desenvolvimento da linguagem ela pode
ter apraxia de fala. O nome é complicado, mas a doença é mais
comum do que pensamos. Se comunicar parece algo tão natural
para a maioria das pessoas, que chega a ser difícil compreender que
podem existir dificuldades.
“Falar,
na verdade, é uma habilidade altamente complexa e que depende de
vários fatores”, confirma Elizabeth Giusti, fonoaudióloga
infantil especialista em apraxia de fala.
De
acordo com a especialista, apraxia na fala é um distúrbio
neurocomportamental, que afeta a produção motora dos sons da fala.
Nem sempre pode ser detectada por exames convencionais do cérebro,
como ressonância e tomografia. Alguns sinais, entretanto, devem ser
notados pelos pais, como a demora para balbuciar as primeiras
palavras (depois dos 14 meses), dificuldade para imitar sílabas, ou
mesmo o histórico familiar de apraxia. Mesmo assim, o diagnóstico é
complexo.
A
arquiteta Juliana Bezerra passou por toda essa dificuldade com os
dois filhos, Sophia Marie e Leonardo Benício. A mãe nos contou que
mesmo com um ano e meio de idade, Sophia não falava o básico, como
Papai e Mamãe, nem Mama ou Papa. “A única palavra que ela falava
era ‘não’ e bem anasalado”, lembra.
Depois
de perceber a dificuldade, Juliana e o marido, João Carlos, passaram
mais de três anos em busca de um diagnóstico. Foram diversas
consultas e exames até encontrarem a fonoaudióloga infantil
Elizabeth Giusti, especialista em apraxia de fala. Ela diagnosticou o
problema de Sophia, mas não começou o tratamento imediatamente
porque não tinha horário disponível. Enquanto estava na lista de
espera, os pais procuraram outros profissionais.
Sophia
passou por cinco fonoaudiólogas e não teve evolução porque estes
profissionais não tinham conhecimento sobre o tratamento do
distúrbio, de acordo com a mãe. “O desespero de não se encontrar
uma fonoaudióloga preparada para tratar nossa filha chegou ao ápice
quando o pai, formado em direito, prestou vestibular para
fonoaudiologia para ter um norte”, conta Juliana.
Tratamento
Nesta
época, os pais perceberam que Leonardo, o irmão de Sophia, também
estava com apraxia e, finalmente, conseguiram vaga com a
fonoaudióloga especialista para o tratamento da primeira filha.
“A
sensação de descobrir que o nossos filhos tinham apraxia foi uma
mistura de incerteza e desespero. Falta muito informação sobre essa
doença”, desabafa Juliana.
Hoje,
depois de 5 meses de tratamento, que inclui mostrar para criança
como a boca articula o que ela está pensando, os pais notam a
evolução de Sophia. O tratamento, feito por meio de atendimento
terapêutico individual em um ambiente tranquilo, também inclui a
repetição de sons diversas vezes, retardar o discurso e diversas
outras técnicas que ajudam na comunicação.
Conscientização
O
dia 14 de maio é celebrado como o “Dia Nacional de Conscientização
da Apraxia na Fala na Infância”. Por conta disso, atividades
educativas e informativas serão realizadas em vários pontos do
país. Fonte: Pais e Filhos
Posted
by lucianafariasfono
in
Fonoaudiologia
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