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Linguagem: quando é preciso consultar um fonoaudiólogo?

Especialistas explicam quais sinais indicam atrasos na fala A maior parte das crianças começa a falar por volta dos 12 meses....

quinta-feira, 4 de maio de 2017

Fique atento!


Crianças com atraso no desenvolvimento da fala e da linguagem podem precisar de ajuda. Demorar para falar ou falar com dificuldade pode significar que a criança tenha algum distúrbio ou transtorno neste processo.
A seguir, descreverei alguns sinais que podem ajudar os pais a identificarem ou a suspeitarem de uma dificuldade. Os professores também podem ajudar a identificar possíveis dificuldades, afinal uma criança passa muito tempo na escola.
Leia com atenção e na dúvida, não hesite em procurar ajuda. E lembre-se, que “esperar” pode ser prejudicial. 

Crianças pequenas (até 3 anos de idade):
  1. Atraso no aparecimento das primeiras palavras (já completou 1 ano e ainda não fala “papá” e “mamã”);
  2. Crianças com 18 meses (1 ano e meio) e que ainda não falam ou que apenas usam gestos de apontar; 
  3. Crianças com 2 anos e que falam pouco (apenas algumas sílabas ou palavras isoladas) e que ainda não combinam palavras. Crianças com 2 anos e meio e que ainda não falam pequenas frases ("mamã dá eiti" (mamãe dá leite!), por exemplo. 
  4. Crianças que compreendem tudo, mas que não falam; 
  5. Crianças que brincam pouco, interagem pouco, que são agitadas ou muito quietinhas; 
  6. Crianças que tem dificuldades para imitar ou para repetir o que os pais falam; 
  7. Crianças desatentas, que não olham ou que são indiferentes às situações;
  8. Crianças que não sabem brincar ou não se interessam pelos brinquedos que os pais compram; 

Crianças mais velhas (depois dos 4 anos):
  1. Crianças com vocabulário pobre. Os pais perguntam os nomes dos objetos e não respondem ou confundem os nomes;
  2. Crianças com falam errado, que até os pais, não conseguem compreender tudo o que falam;
  3. Crianças com dificuldade de compreensão. Parecem não entender o que foi pedido, não entender uma brincadeira ou um jogo;
  4. Crianças com dificuldade para aprender novas palavras;
  5. Dificuldade para produzir frases: apresentam fala “truncada”, desorganizada. Frases gramaticalmente incorretas, com dificuldade para conjugação dos verbos, uso dos pronomes;
  6. Crianças que não conseguem contar fatos (não conseguem relatar o que fizeram na escola, por exemplo);
  7. Crianças com dificuldade para contar histórias. Os pais lêem histórias, mas a criança não consegue recontar. 
  8. Crianças que não conseguem manter uma conversa. Que não fazem perguntas ou que respondem o que foi perguntado de forma incorreta. Os pais perguntam uma coisa e a criança responde outra. São descontextualizados (mudam de assunto, falam de forma “esquisita”);
  9. Crianças que não entendem piadas, linguagem figurada, com compreensão literal;
  10. Crianças que apresentam dificuldade para aprender o que é ensinado;
  11. Crianças com alterações na fluência da fala: repetição de sílabas, de palavras, com tiques associados);
  12. Criança que entrou na escola e após 3 meses não apresentou evolução no desenvolvimento da fala;
  13. Pobre interação social (crianças mais arredias, com dificuldade de socialização, que preferem brincar sozinhas);
  14. Crianças com comportamento infantilizado;
  15. Brincadeira pobre, desorganizada e que não consegue brincar de faz-de-conta;
  16. Crianças com dificuldade de coordenação motora, com dificuldade para segurar e manusear os objetos.
  17. Crianças com dificuldade para mastigar e deglutir.
Outros fatores importantes e que também devem ser considerados:
  • Se há problemas semelhantes na família (pessoas que têm problemas de fala e linguagem ou algum tipo de deficiência);
  • Histórico de prematuridade/baixo peso. Crianças que ficaram em UTI Neonatal. 
  • Ambiente familiar bilíngue, mas com atitudes desfavoráveis ao desenvolvimento da fala;
  • Pais com perfil superprotetor (“que falam pela criança”); Pais ansiosos; 
  • Ambiente familiar com privação de estímulos (por exemplo, pais trabalham e a criança passa o dia com a babá que pode não estimular a fala e a linguagem de uma forma adequada). Muitas babás são boas cuidadoras, porém pouco estimuladoras. 

Se você tem dúvidas se o desenvolvimento da fala e da linguagem do seu filho ou filha está adequado ou não, não hesite em procurar um especialista para realizar uma avaliação fonoaudiológica. Não existe uma idade padrão para esta avaliação. Dúvidas e queixas sempre devem ser consideradas!

Referências Bibliográficas
Lahey, M. Language Disorders and Language Development. New York: Merril/Macmillan, 1988.
Law, J. The early identification of language impairment children. London:Chapman and Hall,1992.
Reed, V.A. An introduction to children with language disorders.2nd. Edition. Mac Millan, 1994.


Fonte: Dr. Elisabete Giusti

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