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segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Crianças sofrem perda de audição por causa de som alto


Uma pesquisa realizada pela Unicamp constatou que as crianças se queixam de perda de audição. A pesquisa foi realizada com 500 crianças de Campinas sendo que 29% delas se queixam de perda de audição e 10% nunca passaram por exame de audiometria.

Chiado, zumbido e apito no ouvido foram queixas relatadas pelas crianças. 90% delas afirmam que os pais, irmãos e familiares ouvem som alto no carro ou em casa. A pesquisadora e fonoaudióloga da Unicamp Keila Knobel coletou os dados e apresentou na para professores da rede pública e privada de Campinas.

A pesquisa afirma que desde cedo as crianças são expostas a ruídos que levam à perda auditiva induzida por níveis de pressão sonora elevada. Livros e brinquedos educativos eletrônicos podem chegar a 110 decibéis. A intensidade, predisposição genética e o tempo de exposição são fatores determinantes. "Festas, shows, concertos, carnaval e fogos de artifício têm 110 decibéis. Uma pessoa poderia ficar exposta por 15 minutos. Mas um show não dura menos que uma hora", explicou Keila.

A perda auditiva é lenta e progressiva e a lesão ocorre na cóclea, uma região delicada do ouvido que não se regenera quando danificada. Para as crianças não há parâmetros para medir o tempo de exposição a que elas estão suscetíveis, pois a vida auditiva da criança ainda está em processo de maturação e é diferente do adulto.

"Descobrimos que mais de 40% dessas crianças já estiveram a menos de dois metros da explosão de rojão, conhecidos por causar trauma acústico. Descobrimos também que elas não gostam de som intenso. As crianças tapam os ouvidos, relataram os pais. Mas isto cria um hábito e elas associam o som alto à diversão, à alegria e ao entusiasmo e levam para a adolescência", explicou Keila.

A pesquisa coordenada pela professora Maria Cecília Pinheiro Lima, do Centro de Estudos e Pesquisa em Reabilitação (Cepre) da FCM da Unicamp, afirmou ainda que a perda auditiva, mesmo leve, causa dificuldades no aprendizado. Por essa questão que o foco se voltou para a prevenção e conscientização de pais e educadores.

"Não é de espantar que adolescentes ouvem o som no último. Não temos como brigar com eles. Temos que construir um currículo onde o professor inclua o tema em aulas de ciência, física e química. As crianças, conscientes, podem cobrar mudanças de atitudes dos pais", disse a pesquisadora. Os resultados da pesquisa serão relatados a professores de Campinas.

Por Catharina Apolinário
Fonte: Vila Filhos

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