Temos como ferramenta principal e básica, isto é a chave-mestra para este processo a aquisição da leitura e da escrita, já que nossa sociedade delas se utiliza em grande parte, para a evolução da aprendizagem como um todo.
Ler significa, sobretudo conhecer-se, significa tomar contato e apropriar-se do mundo, significa interpretar este mesmo meio e tudo que o cerca. Significa a luz e o conhecimento. Já a escrita tem a função de perpetuar nossa cultura e estas percepções de si e do meio. Ela nos permite a expressão máxima, livre e necessária do convívio entre seres.
O aprendiz que não consegue se desenvolver nestes aspectos, desde cedo apresenta sinais que poderiam ser identificados e diagnosticados precocemente. Desta forma a escola, os pais e cuidadores poderiam desenvolver programas, métodos e estratégias mais adequadas e específicas ao seu universo e criarem assim, condições favoráveis e reais para seu processo de aprendizagem.
Alguns destes sinais são mais freqüentes, sendo que a figura do professor é fundamental na percepção deles, pois é na esfera da sala de aula (desde o maternal) que são notados. Podemos enumerar alguns deles, tais como: deficiências na oralidade, seja na expressão de um vocabulário pobre, seja na articulação, ou mesmo crianças e adolescentes que se expressam adequadamente, mas que apresentam dificuldades para contar um fato ou uma história dentro de uma ordem coerente e coesa.
Observam-se ainda as dificuldades na motricidade geral, crianças que desde cedo revelam dificuldades para se equilibrar, não demonstram habilidades nas brincadeiras ou nas aulas de educação física, que não se destacam nos esportes, ou que apresentam dificuldades nas habilidades mais finas, relativas à coordenação visuo-motora como amarrar sapatos, recortar, desenhar, e mais tarde dificuldades com o traçado de letras.
Outro fator muito comum é relativo à dificuldade que alguns manifestam em se manterem atentos às solicitações dos pais e professores e posteriormente às aulas. São alunos que demonstram claramente dificuldade em focar, o que ocasiona perdas de dados significativos. Não devemos deixar de apontar questões mais relativas ao comportamento inadequado ou às dificuldades que se apresentam desde cedo destas crianças em adquirir rotina de vida, organização e disciplina para o trabalho.
Já na fase das aquisições formais, propriamente ditas, pode-se perceber aquele aluno que é mais lento ou manifeste dificuldades em adquirir a alfabetização e/ou posteriormente se apresente apto à leitura mecânica, mas demonstre pouca eficiência em compreender o que lê, ou ainda que tenha dificuldades para redigir, desde a apropriação ineficiente da ortografia à própria arte de se expressar por escrito.
Nota-se ainda, as dificuldades como o raciocínio lógico matemático ou resistência em adquirir os conceitos aritméticos básicos.
Estes sinais, por exemplo, podem ser indicadores (não em sua totalidade, nem um aspecto isolado, mas um conjunto deles) de possível distúrbio de aprendizagem. Importante ressaltar que os indivíduos que não são identificados em suas reais dificuldades e/ou deficiências, são impedidos de desenvolverem suas habilidades e potencialidade, levando-os ao fracasso, pouca motivação com os estudos e muitas vezes à evasão escolar.
Questões afetivo-emocionais conflituosas, como insegurança e sentimentos de baixa estima vêm agravar o quadro. Por outro lado, se o educador tiver conhecimento sobre que respostas esperar de seus alunos em cada fase etária e acadêmica, poderá identificar as dificuldades que eles manifestam e encaminhá-los aos profissionais habilitados, quando suspeitar de que possam ser portadores de distúrbios, ou mesmo, caso se configurem apenas dificuldades, que possam apropriar-se de métodos e estratégias mais eficientes que auxiliem na recuperação de seus educandos.
Tânia Freitas
tania@abcdislexia.com.br
Fonte: ABCDislexia
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