Toda criança se apresenta motivada para aprender a ler, principalmente se em sua casa seus familiares são leitores contumazes, se têm o hábito de ler, e principalmente, se o fazem por prazer.
Então, nos perguntam pais e professores, por que nem todo jovem aprende, mesmo estimulado? Ou no mínimo, que apresente dificuldades quando da aquisição deste processo? Esta é sem dúvida a maior preocupação dos profissionais das áreas de educação e saúde que num esforço conjunto e contínuo, estudam, pesquisam e procuram alicerçar conhecimentos, para entender os motivos causadores destas ineficiências manifestas.
Sabemos que a maior parte dos jovens aprende ler de forma rápida e tranquila, todavia há outros que apesar de muito esforço pouco progridem, demonstrando claramente que ocorre algo fora de seu controle.
Podemos levantar várias causas deste confronto, sendo as mais comuns provenientes de questões educacionais como: metodologias impróprias, estratégias de ensino inadequadas; ou sociais como o fato da cultura não ser propriamente uma questão prioritária para os governantes do País.
Entretanto, observamos que apesar destas questões, a maioria das crianças, assimila a habilidade de ler sem maiores problemas. E como isto de fato ocorre, voltamos à questão: por alguns não aprendem embora sejam inteligentes, tenham família e escolaridade favorecedoras?.
A ciência, mais especificamente, as neurociências, nos oferecem farta literatura sobre estas questões e corroboram com dados acerca da Dislexia, este transtorno raro sim, mas que afeta crianças, jovens e adultos, prejudicando seus processos de aprendizagem, além dos demais aspectos de suas vidas.
Hoje há equipe de profissionais multidisciplinares que buscam entender quais as causas das dificuldades que seus clientes apresentam, através de baterias de testes padronizados, sob um viés rigoroso, competente e qualitativo das habilidades e deficiências demonstradas; além da contribuição inequívoca das ressonâncias magnéticas funcionais, que mostram imagens do cérebro em funcionamento e nos permite saber onde e como a dislexia se apresenta.
Mesmo com tantas evidências e provas científicas, há indivíduos que questionam a existência da dislexia, argumentando que há “uma patologização da educação”. Tal posicionamento deixa clara demonstração de falta de conhecimento científico, já que entendemos, obviamente, que a existência de transtornos de aprendizagem, como a dislexia, no caso, não refuta as demais questões que também podem causar dificuldades em nossos jovens.
Esta posição além de se configurar como um retrocesso à Ciência (assim como ocorreu na Idade Média), acima de tudo impede que tantas crianças, jovens e adultos possam se beneficiar de metodologias mais específicas às suas necessidades e impede ainda que estratégias sejam desenvolvidas propiciando melhor qualidade de vida a estes portadores!
Resta assim a questão, o que buscam estes indivíduos que negam o progresso e a ciência, o que visam? E que propostas trazem de concreto aos alunos que transitam de escola para escola, numa tentativa alucinada de obterem o direito de serem letrados? Que respostas dão aos pais e professores que se encontram perdidos frentes a estas dificuldades?
Tânia Freitas
tania@abcdislexia.com.br
Fonte: ABCDislexia
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