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sábado, 16 de julho de 2011

Dor de ouvido: otite


Saiba quais são os sintomas, o tratamento adequado e, principalmente, as formas de prevenção

O ouvido tem três partes: uma é o conduto onde se forma a cera, depois tem o tímpano e a parte mais interna, que é o ouvido médio. Em geral, a otite é o resultado de um resfriado, gripe ou rinite alérgica que acumulou secreção no ouvido médio, causando a otite mais comum. Já a infecção no ouvido externo acontece por causa de umidade e é mais branda.

“Cerca de 70% das crianças manifestam, pelo menos, um episódio de otite até os 5 anos”, explica Daniel Okada, otorrinolaringologista da Sociedade Brasileira de Otologia. O primeiro sintoma é uma dor constante e intermitente que piora quando se comprime o ponto situado logo à frente do pavilhão da orelha. A dor pode irradiar-se para o pescoço ou para a cabeça do mesmo lado do ouvido afetado.

No caso da otite média, boa parte do tratamento é feito com antibióticos. Na otite externa o tratamento é feito com remédios não tao fortes para amenizar os sintomas, geralmente pingando gotas receitadas pelo médico.

Dá para prevenir

Nos dois primeiros anos de vida, é preciso evitar amamentar quando a criança estiver deitada. Nessa posição é frequente uma pequena quantidade de leite se infiltrar no conduto auditivo, causando inflamação. Manter os filhos longe de pessoas fumantes também evita a ocorrência de problemas no ouvido - e, com certeza, de muitos outros.

Para evitar a otite externa é preciso secar bem os ouvidos depois do banho e de atividades aquáticas. Vale lembrar que esse procedimento deve ser feito com a própria toalha e não com cotonetes ou qualquer outro instrumento que possa empurrar a cera para os tímpanos. “Cera não é sujeira, mas uma proteção que o organismo criou para cuidar do canal auditivo. O próprio ouvido renova essa proteção e coloca o excesso para fora”, completa Daniel Okada.

E, para quem pensa que a utilização de proteção nos ouvidos durante as aulas de natação funciona como mais uma forma de prevenção à otite, o especialista alerta: “O uso dessa proteção não influencia em nada. Serve somente para aqueles que têm doenças crônicas de ouvido ou uma sensibilidade aumentada no contato com água”. Nestes casos, o mais indicado são os protetores de silicone, que se moldam ao canal auditivo e não ficam presos dentro do ouvido, como poderia acontecer com um pedaço de algodão, por exemplo.

Há vacinas contra este mal?

É possível auxiliar o organismo na luta contra a bactéria hemófilos influenza - uma das principais responsáveis pelo desenvolvimento de infecções de ouvido, nariz e, até mesmo, do sistema respiratório. O calendário de vacinação é composto por vacinas que protegem a criança desta bactéria e, consequentemente, da otite. “Muitas vezes, a aplicação das defesas não evita que as crianças desenvolvam infecções de ouvido, mas diminui as chances destas infecções evoluírem para problemas mais sérios como a meningite”, explica Fernando Pochini Sobrinho, otorrinolaringologista do Hospital São Luiz, em São Paulo.

Na tentativa de tornar essa vacina específica menos dolorida para as crianças, pesquisadores do Nationwide Children’s Hospital de Columbus, em Ohio, desenvolveram uma forma de vacinação cutânea - sem agulhas. Os testes iniciais foram feitos com chinchilas. Durante os experimentos, os cientistas aplicam uma gota da vacina na parte externa da orelha das cobaias e, em seguida, friccionam. As células sob a superfície da pele absorvem a vacina e a transmitem para os órgãos linfóides, que geram uma resposta imune que reduz a presença da ameaça bacteriana no organismo. Apesar de animadora para a população, a pesquisa ainda está em estágio inicial.

“Existem vacinas sublinguais que são vendidas em laboratórios, mas não há uma concordância em relação ao seu uso. Alguns estudiosos acreditam que a saliva degrada o efeito da substância, o que não aconteceria no caso da aplicação cutânea sugerida pelos cientistas de Ohio”, conta Fernando Pochini Sobrinho.

Detalhes sobre a dor de ouvido

- A dor tende a ser maior quando há acúmulo de secreção na parte mais interna;

- A caminho do médico, uma fralda aquecida com ferro de passar pode ser colocada  sobre a orelha. O calor age como anti-inflamatório e pode aliviar a dor por algum tempo;

- Nada de azeite aquecido, álcool ou leite materno  para tratar uma otite. Isso favorece o acúmulo de secreções e o caso pode ficar mais complexo.

Fonte: José Carlos Burlamaqui, otorrinolaringologista do Hospital Santa Catarina (SP)
Ana Santa Cruz e Marcela Farrás - Revista Crescer

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