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segunda-feira, 13 de junho de 2011

Alzheimer – O que significa?

As pessoas se tornam estranhas, agressivas, silenciosas, mudam a personalidade... , até se diagnosticar a doença: mal de Alzheimer.

Os cientistas não sabem exatamente qual a causa da doença. O que se sabe é que se desenvolve através de uma série de eventos no cérebro. “O progresso da doença de Alzheimer é alterada pela degeneração, ou seja, morte dos neurônios”, explica o Dr. Paulo Canineu, médico geriatra e diretor clínico do Hiléa.


“Muitas pessoas acreditam que o idoso volta a ser criança, mas não é isso que ocorre. Os pacientes de Alzheimer lembram de tudo, só não sabem como encontrar a informação. Eles perdem o modo de como acioná-la. Mas, às vezes, apenas com uma imagem, um toque é possível resgatar”, explica o Dr. Paulo Canineu.


Na maioria das pessoas, os sintomas começam a aparecer após os 60 anos, sendo a idade o maior fator de risco. Com esses fatores, podemos considerá-la a doença do envelhecimento. O segundo fator de risco se chama escolaridade: quanto mais você usa o cérebro – não que isso impeça de contrair a doença – mais você consegue postergá-la. Pode-se amenizar a doença, ou seja, não deixá-la chegar num nível avançado.


No Brasil, estima-se que 1 milhão e 200 mil pessoas sofram do mal de Alzheimer.


Quais são os sintomas?


Segundo o Dr. Paulo Canineu, existem 60 tipos de demências – grupos de sintomas caracterizados por um declínio progressivo das funções intelectuais - e cada uma com suas características. A que caracteriza a doença de Alzheimer é a alteração da memória recente.


A memória recente é a adquirida há pouco tempo (dias, semanas). A remota é a armazenada há meses ou anos. O idoso com Alzheimer consegue preservar a memória remota por algum tempo e depois começa a perdê-la.


Na fase inicial, esquece pequenas coisas como objetos. Depois, não sabe mais preparar uma lista de supermercado, pega um ônibus e não sabe mais em que ponto descer, fica ansioso, agitado, desconfia de tudo, começa a apresentar alteração da personalidade e algumas dificuldades como cozinhar, alimentar-se, dirigir, telefonar, etc..


Numa fase intermediária, essas atitudes se acentuam e a pessoa passa a ter dificuldades de reconhecer familiares e amigos, perde-se em ambientes conhecidos, tem dificuldades com a fala, perda de peso, dependência progressiva, dificuldades motoras, etc..


Na fase avançada, a pessoa vai ficando silenciosa, conversando menos, com menos movimento, relacionando-se menos com o mundo, tem incontinência dupla, fica restrita ao leito, passa a ser dependente, chegando, em alguns casos, a assumir a posição fetal.


Como diagnosticá-la? 


“O diagnóstico é eminentemente clínico, ou seja, pelo histórico do paciente ou informações da família”, afirma o Dr. Paulo. São feitos exames com clínico geral, neurologista, psiquiatra, utilizando-se de vários neuropsicológicos.


“Quando o quadro ainda não se apresenta claro, partimos para os exames subsidiários, que são os exames de sangue e de imagem. Independente do arsenal de informações que obtivermos, eles nos ajudarão a esclarecer que “provavelmente” pode ser Alzheimer, “provavelmente” pode ser Aftoesclerose, ou algum outro tipo de demência, definindo o diagnóstico como provável ou possível”, explica Dr. Paulo.


Quando falamos em provável, a porcentagem de acerto é de 95%. Possível, quando tem alguma coisa que pode interferir como diabetes, pressão alta, etc..


Como é feito o tratamento?


O tratamento pode ser farmacológico, que ajuda a retardar a doença, mas não controlá-la. Outros medicamentos podem ajudar a controlar distúrbios de comportamento, insônia, agitação, etc.. Também é utilizado o tratamento de reabilitação cognitiva, método inspirado no norteamericano John Zeisel, presidente e cofundador do Hearthstone Alzheimer Care, rede especializada em portadores da doença, que trabalha com os quatro males do Alzheimer: apatia, agitação, ansiedade e agressividade.


As drogas combinadas com a reabilitação cognitiva apresentam eficácia mais satisfatória e sobrevida de até 20 anos.


Na Reabilitação Cognitiva, utilizamos terapias que trabalham os aspectos cognitivos, intelectuais, memória, etc.: fisioterapia, terapia ocupacional para o desempenho de atividades diárias e terapia ambiental.


Como podemos ajudar a pessoa com Alzheimer no dia-a-dia?


Uma das formas de ajudar a pessoa com a doença de Alzheimer é limitar a independência, mas sem deixá-la perceber, pois, dependendo da maneira utilizada, poderá gerar insegurança e graves distúrbios. Isso na fase inicial, onde a pessoa ainda apresenta discernimento.
  • Comece limitando dinheiro, cartões de crédito, etc.. Camuflando de alguma forma, para que ela não perca o senso de independência e responsabilidade. Avise aos vizinhos, donos de padaria, lojinhas próximas, sobre a situação do idoso, para que o ajudem a não gastar somas maiores do que tem noção.
  • Ocupar o idoso, para que ele se sinta útil, é sempre muito bom, mas sempre respeitando as limitações dele.
  • Na direção, exige-se muita atenção, cuidado, manobras e reflexos rápidos. Tente explicar ao idoso que dirigir pode fazer-lhe mal a saúde. Se precisar de ajuda, peça ao médico que esteja junto na hora do bate-papo.
  • Quando levar visitas em casa, mesmo que o idoso as conheça, avise antecipadamente e apresente as pessoas na hora. Nunca o force a adivinhar. Isso lhe causará constrangimento e frustração.
  • Não fique testando o idoso. Ofereça respostas. Limite as opções. Faça perguntas que tenham no máximo duas respostas. Por exemplo: você não deve escolher por ele a vestimenta. Coloque duas roupas e peça para ele escolher entre uma e outra, dê-lhe opções.
  • Nunca fazer pelo idoso e sim ajudá-lo. Ajude-o a realizar atividades terapêuticas com objetivos físicos, sociais, emocionais, onde ele possa resgatar memórias perdidas, seja numa cozinha experimental, seja no computador – caso ele tenha tido contato com a informática em algum momento.
  • Estimular os sentidos através do aroma, do próprio paladar, da música. Pacientes que sempre gostaram de música continuarão gostando, mesmo doentes. Apreciam especialmente músicas da época deles. A musicoterapia (colocar o link da matéria) tem sido utilizada com sucesso, como recurso terapêutico, em pacientes confusos e agitados e com distúrbios do sono, por proporcionar excelente efeito relaxante.
  • Promover passeios interessantes, proporcionar atividades relaxantes como técnicas de respiração, alongamentos, conscientização corporal – o autoconhecimento, automassagem, a manutenção do conhecimento, da imagem corporal que eles vão perdendo, sempre com a orientação de um profissional.
  • Não se esqueça: a família exerce um papel fundamental no tratamento dessas pessoas, pois são os familiares que possuem as lembranças.



Por Redação Clube Vida Moderna



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