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quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Respiração oral e a importância do tratamento fonoaudiológico


A Fonoaudiologia é a ciência que trata dos problemas da fala, linguagem e audição. Além disso, tem como objetivo o restabelecimento das funções respiratórias, mastigatórias, atos de deglutição e fala, visando o equilíbrio miofuncional. O trabalho do fonoaudiólogo visa sobretudo prevenir, habilitar ou reabilitar estas funções.
Entre as funções estomatognáticas, a respiração exerce função vital, além de propiciar o desenvolvimento e crescimento crânio-facial.
Todos nós sabemos que a respiração deve ser nasal, mas nem sempre isso é possível devido a alguns impedimentos.
O número de pessoas que respira pela boca vem aumentando e os danos causados pela respiração oral são tantos que vêm preocupando os profissionais da área da saúde. Podemos observar que este problema não mais compete apenas ao alergista e otorrinolaringologista, mas sim ao dentista, ortodontista, fonoaudiólogo, fisioterapeuta e professor.
É importante interceptar a presença da respiração oral tão logo seja percebido o processo, encaminhando o paciente, sempre que possível, para o tratamento multidisciplinar.
Sendo assim, acredito ser muito importante estarmos atentos às características do respirador oral. São elas:

·         Apresenta face alongada, caracterizada pelo aumento da altura da metade inferior do esqueleto dentofacial;
·         Apresenta olheiras devido à diminuição da drenagem linfática;
·         Possui as asas do nariz hipodesenvolvidas;
·         Apresenta mau hálito;
·         À noite, seu sono é agitado, baba e ronca;
·         É sonolento, apresenta, muitas vezes, déficit de atenção, concentração e dificuldade de aprendizagem devido à falta de oxigenação no cérebro;
·         Apresenta rendimento físico diminuído;
·         É inapetente, porque o ato de se alimentar gera esforço e cansaço;
·         Prefere líquidos e pastosos, porque não requerem trabalho mastigatório;
·         Na criança, a respiração oral reduz o estímulo de crescimento do terço médio da face, levando à formação de palato em ogiva, hipodesenvolvimento lateral da arcada dentária superior, com conseqüente aumento ântero-posterior da mesma e protrusão dos dentes;
·         Apresenta postura corporal incorreta;
Podemos observar que os efeitos da respiração oral são bastante nocivos e podem deixar seqüelas na musculatura e nas funções estomatognáticas. A musculatura dos lábios, língua e bochechas torna-se hipotônica e por isso, essas estruturas funcionarão de maneira inadequada e menos eficiente nas funções de mastigação, deglutição e fala.
Às vezes, a mastigação pode apresentar-se unilateral, o que pode causar mordidas cruzadas; a deglutição será atípica, isto é, com projeção de língua entre as arcadas dentárias; a fala poderá estar alterada devido à hipotonia dos órgãos fonoarticula-tórios e ao posicionamento incorreto de língua.
Nestes casos, o tratamento fonoaudiológico tem como objetivo, principalmente, a conscientização por parte da família da necessidade da adequação da respiração. Em um segundo momento, o trabalho muscular necessário será realizado através de exercícios que adequarão a tonicidade e postura dos órgãos fonoarticulatórios, além de adequar as funções de mastigação, deglutição e fala.
A terapia irá restabelecer a respiração nasal nos pacientes que estejam em tratamento com alergista ou otorrino. É importante ressaltar que alguns pacientes pós-tratamento, que não apresentam mais impedimento orgânico para a respiração nasal, mas continuam sendo respiradores orais (respiração oral viciosa), também deverão realizar terapia fonoaudiológica a fim de aprenderem a utilizar o nariz para respirar.
Acima de tudo, é preciso compreender e acreditar que é possível modificar um hábito, mas esta mudança não pode ser feita da noite para o dia. Ela vai depender de muito esforço e dedicação de ambas as partes: paciente e terapeuta.
Desta maneira, pode ser revertido o quadro da respiração oral possibilitando melhores condições de vida futura.

Por Sarah Magalhães