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Linguagem: quando é preciso consultar um fonoaudiólogo?

Especialistas explicam quais sinais indicam atrasos na fala A maior parte das crianças começa a falar por volta dos 12 meses....

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Mitos sobre desenvolvimento da fala

No início são apenas sons e barulhinhos incompreensíveis que depois se tornam balbucios e, finalmente, palavras completas. É o sinal mais visível de que o bebê está se comunicando com o mundo exterior. Qual mãe não comemora esse momento mágico? Segundo os especialistas, aos 2 anos o bebê já tem um bom vocabulário. Mas o que fazer quando ele não fala? Em que momento buscar ajuda? Quais problemas isso realmente representa?
Vamos conversar um pouco sobre isso.

Imitar o pequeno estimula o desenvolvimento da fala.

MITO. Segundo Ana Cláudia Marão Martins Zerardi, responsável pela fonoaudiologia ambulatorial do Hospital São Camilo, em São Paulo, a criança precisa de referências de linguagem adequadas.“Porém, os pais não devem, de maneira alguma, fazer isso de forma infantilizada”, alerta.
A gagueira torna-se crônica se surgir na infância.
MITO. A disfluência fisiológica (gagueira) é comum até os 5 anos de idade. Sentir dificuldades de pronunciar, de vez em quando, uma palavra ou outra faz parte do processo de aprendizagem. Os especialistas aconselham a deixar a criança terminar a palavra por si mesma. Corrigi-la ou mesmo completar a palavra no lugar dela pode levar à inibição ou provocar um estresse desnecessário.“Os mais ativos costumam pensar mais rápido do que a capacidade de falar”, ressalta a fonoaudióloga Ana Cláudia. Quando isso acontecer, espere o pequeno organizar seus pensamentos e terminar a palavra.Se o segundo filho não começa a falar na mesma época que o primeiro, algo pode estar errado.
MITO. Não existe uma idade específica, nem regras para que os peque-nos comecem a falar. “Aos 18 meses, eles compreendem aproximadamente 150 palavras, mas falam de 40 a 50 e já são capazes de juntar duas, como “mamãe, água”, explica Saada Ellovitch, neuropediatra do Hospital Samaritano, em São Paulo. Mas o ritmo de cada um muda de acordo com o amadurecimento do sistema nervoso. “Há variações, mesmo em gêmeos univitelinos”, comenta a neuropediatra.
O importante é falar, mesmo que não esteja correto.
DEPENDE. A troca de letras ou mesmo omissão pode ser resolvida com sessões de fonoaudiologia. No entanto, é normal trocar os fonemas mais difíceis de pronunciar, como a letra “R”. Segundo a fonoaudióloga do Hospital São Camilo, aos 18 meses o bebê será capaz de pronunciar corretamente as letras “B” e “M” (como em bala e mamãe). Aos 2 anos, serão “P”, “T”, “D” e “N”, e aos 2 anos e meio é a vez do “K”, “G” e do “inh” (como em casinha). Aos 3 anos, a criança já pronunciará as letras “F”, “V”, “S” e “Z”.
O nascimento dos primeiros dentinhos atrapalha a fala.
MITO. Segundo a neuropediatra do Hospital Samaritano, o nascimento dos dentes requer uma adaptação da língua da criança, mas esse é um processo imperceptível para ela. É sabido que muitas podem sentir dor e ficam irritadas quando os primeiros dentes aparecem, mas isso não significa que haverá prejuízos no desenvolvimento da fala.
Falta de estímulo pode desenvolver a língua presa.
MITO. A língua presa (ou freio lingual curto) já “nasce” com a pessoa e na maioria das vezes não interfere no desenvolvimento da fala, segundo a fonoaudióloga do Hospital São Camilo. Já a falta de estímulo na musculatura da boca pode, sim, atrapalhar. O movimento de sucção feito pelo bebê quando mama no peito (e não na mamadeira) fortalece a musculatura e a estrutura óssea local. Já os maiores, capazes de ingerir alimentos sólidos, devem ser incentivados a mastigar.
Criança que não fala aos 2 anos tem problemas auditivos.
DEPENDE. Nesse caso, o ideal é que ela seja investigada por um profissional. O teste da orelhinha (Triagem Auditiva Neonatal), que é feito nos primeiros dias de vida do bebê, no entanto, tem a intenção de detectar anormalidades no aparelho auditivo. Em algumas cidades, como São Paulo, por exemplo, os hospitais são obrigados por lei a realizar o exame.
Em geral, bebês prematuros demoram mais para falar?
MITO. Os bebês prematuros saudáveis, geralmente, acompanham o ritmo das outras crianças. “Pode haver alguma diferença mínima, mas irrelevante, entre eles e as demais crianças”, afirma Saada Ellovitch. Entretanto, os prematuros com seqüelas neurológicas ou físicas podem ter dificuldade no aprendizado da fala. Nesse caso, sessões de fono podem ajudá-los.