Problemas
de audição são comuns atualmente. Estima-se que 10% da população
apresenta algum grau de perda auditiva, percentual ainda maior se
considerarmos somente a terceira idade. “A surdez pode impactar
dramaticamente o desenvolvimento de uma criança, assim como
comprometer a qualidade de vida de um adulto ou idoso, dependendo do
tipo e do grau da perda e do tempo que o indivíduo está privado de
estímulo sonoro adequado”, alerta a fonoaudióloga Sandra Weber.
Ela
explica que a audição é um sistema complexo que não se define
unicamente pela habilidade de ouvir sons, mas também pela habilidade
de reconhecer, entender, localizar e memorizar diferentes estímulos
sonoros. O processamento do som ocorre na orelha (externa, média e
interna), no nervo auditivo e nas células especializadas (neurônios)
do sistema nervoso: “O sistema auditivo também interage com outros
sistemas como o límbico (das emoções) e somático (das sensações
e dores do corpo). Podemos ‘ouvir’ uma música, lembrar de um
acontecimento e chorar, por exemplo. Ou então, ‘ouvir’ uma
ofensa e sentir um ‘aperto’ no estômago.”
A
perda de audição, considerando a complexidade do sistema auditivo e
a interação com outros sistemas, pode produzir inúmeros prejuízos:
dificuldade de ouvir sons de alerta (buzinas, sirenes, etc) e
consequente risco de acidente; dificuldade de ouvir a fala;
dificuldade de entender a fala, especialmente no barulho; dificuldade
para entender no telefone; desatenção; dificuldade de aprendizagem;
baixa autoestima; insegurança; isolamento, podendo provocar ou
agravar quadros depressivos; irritação; alterações de humor;
cansaço excessivo e dor de cabeça, devido ao esforço para entender
os outros; perda gradual de memória; dentre outros.
A
perda auditiva também pode estar associada a zumbidos e/ou tontura,
agravando ainda mais o incômodo. A família, os colegas de trabalho
e as demais pessoas que convivem com o indivíduo portador de perda
auditiva também sofrem os efeitos da dificuldade de comunicação.
De
acordo com Sandra, a maioria dos casos de perda auditiva pode ser
reabilitada com o uso de aparelhos auditivos. Porém, a adaptação
de aparelhos auditivos é um processo terapêutico, que deve ser
orientado e acompanhado por profissional habilitado (fonoaudiólogo),
com conhecimento e experiência na área. “A inadequação do
aparelho e dos ajustes e a falta de acompanhamento justificam muitos
casos de insucesso. Por outro lado, o tempo é um grande inimigo.
Quanto mais a idade avança e o sistema fica privado de receber
adequadamente os sons, tanto mais aumentam os prejuízos”, conclui.
Por
Sandra Weber
Fonte:
AT Cotidiano
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