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terça-feira, 9 de maio de 2017

O desenvolvimento da fala na criança


O desenvolvimento da fala não se realiza em todas as criança da mesma forma e na mesma época, variando de acordo com a influência de fatores hereditários, condições orgânicas individuais e ambientais.
     
Ao nascer, a criança já apresenta alguns processos fisiológicos que depois vão participar da fonação. Estes são, principalmente, a respiração, a sucção, o grito e o choro infantil.
     
Ao vir ao mundo a criança chora, sendo esta a sua primeira manifestação provocada pela entrada de ar nos pulmões e pela mudança de temperatura, sendo o choro um reflexo involuntário.
     
Os choros de desagrado, são o início de uma manifestação linguística, pois traduzem sensação de mal-estar, fome, sede, etc.
     
No primeiro semestre, o bebê começa suas primeiras atividades, pondo-se a brincar com sua própria voz e com os ruídos de sua língua e de seus lábios. Costumam ser repetições incessantes e, aparentemente, sem motivo de sons vocais. A partir deste momento, a criança também passa a imitar os sons que ouve dos adultos só para divertir-se ou para agradá-los.
     
Numa criança normal, as primeiras expressões fônicas surgem quando há formação e memorização das imagens auditivas e visuais associadas ao desenvolvimento da coordenação muscular. Ela regula os sons que emite, através do processo de auto-regulação auditiva e visual.
     
No segundo semestre, a criança regula os sons da linguagem que se fala em torno dela. Esta etapa é de suma importância como fenômeno fisiológico, pois não só faz atuar a inibição que vai suprindo todos os sons que não são adequadamente reforçados, como também, a imitação vai reforçando todos os sons que são característicos da língua que se fala ao redor da criança.
     
Dos seis aos oito meses, há uma certa inibição. A criança, embora pouco fale, está acumulando lembranças fônicas, auditivas e visuais que associa com a sua significação efetiva. Neste período, a criança vai incorporando os primeiros feitos próprios da compreensão da linguagem, começando, então, a ligar uma palavra determinada a objetos relacionados com sua vida infantil, com suas atividades vitais, como por exemplo, a mãe, a alimentação, o sono, jogos, etc. Os primeiros significados que adquire estão ligados a tudo que constitui o seu interesse biológico central.
     
No terceiro semestre, a aquisição de palavras ao lado do aumento da compreensão da linguagem desenvolve-se rapidamente. Essas palavras ligam-se à objetos concretos que tem uma íntima relação com os interesses biológicos principais da criança.
     
No quarto semestre, a fala caracteriza-se por uma progressiva interação dos elementos da linguagem, regidos pela riqueza de influência social. Esta "influência social" traduz-se como uma aprendizagem, cuja expressão mais corrente é a imitação. Neste período, aparece a "palavra-frase", em que um só vocábulo tem a propriedade de transmitir um conteúdo comunicativo amplo e de significado completo.
     
A aquisição da linguagem falada referirá, a princípio, aos elementos concretos, aos substantivos e, imediatamente, passará por distintas etapas, tais como os verbos de ação, adjetivos, pronomes, chegando a uma etapa decisiva, com a aquisição do pronome pessoal "eu" por volta dos três anos.

Fonte: Fernandes Júnior (2002)


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