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sexta-feira, 14 de junho de 2013

Ler para o bebê, sim!



Nunca é cedo demais para começar o incentivo à leitura. Mas só vale mesmo se for algo feito junto, despretensiosamente e com prazer

Uma das perguntas mais frequentes que os pais fazem à CRESCER, quando o assunto é incentivo à leitura com bebês, é: “Mas que tipo de livro eu posso ler para ele?”. Querem saber se valem histórias compridas, se os contos de fadas já são adequados... Afinal, ele vai entender ou não o que estamos contando? Para responder, há uma frase que soa quase como um tabu. Para um bebê até por volta de 1 ano, não importa o conteúdo da história. Ele pode até não compreender o dilema da princesa, quantos animais estão na fazenda ou dimensionar o tamanho da floresta: mas já sente o prazer em escutar.

A partir daí, há uma troca importante: a interação ente adulto e bebê. É por meio da modulação de seu tom de voz, da interpretação que você está dando à história que seu bebê vai conhecer o mundo. Assim também nasce a aquisição da linguagem e a construção do pensamento. A experiência, então, fica na memória. “O bebê reúne a maneira de falar da mãe e essa informação sensorial vai criando o que chamamos de ‘marcas’ no cérebro dele”, diz a fonoaudióloga Erika Parlato-Oliveira, professora-adjunta da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e diretora científica do Instituto Langage, ONG sediada em São Paulo que trabalha questões relacionadas à linguagem. E como isso faz parte do desenvolvimento, deve acontecer da maneira mais natural possível. “Não precisa ficar mostrando as palavras isoladas para a criança. No mundo não é assim, a gente não aprende assim e nem seria interessante para ninguém”, afirma a psicóloga Ana Carolina Carvalho, que trabalha há 11 anos com formação de educadores em incentivo à leitura.

As ilustrações – e aprender a lê-las – são fundamentais nesse incentivo. E não estamos falando apenas dos livros-brinquedos (que têm mesmo mais a função de brincar com a criança), mas da sensibilização da criança a essa arte, inclusive. Chamam mais atenção as ilustrações grandes, muito coloridas ou edições com formatos diferentes, por exemplo. “Mas deve-se oferecer livros com ilustrações bem trabalhadas, que não sejam óbvias, vão além da história e, sobretudo, sem estereótipos”, afirma Ana Carolina. “Também na leitura das imagens não devemos nunca menosprezar a capacidade da criança.”

O QUE LER, COMO LER
Poesias, histórias de repetição, tudo que envolva mais musicalidade ou puxe sua garra por contar uma história está valendo. “As diferentes formas de leitura, as pausas, o virar das páginas, a mudança de um parágrafo, ensinam o bebê a lidar com os momentos de silêncio mas que são em sua maioria cheios de sentidos. Bebês adoram brincar de esconder, é um meio de elaborar as ausências. Quando adquirem a destreza motora, adoram virar as páginas e descobrir o que virá e o que se foi”, diz Karina Bonalume, psicóloga com especialização em clínica interdisciplinar com bebês, pela PUC-SP. Portanto, não espere nem mais um minuto e divirta-se!

E NA PRÁTICA...

- Na hora de apresentar um livro, escolha histórias curtas, mas que tenham um enredo que você também goste

- Prepare o ambiente, coloque o bebê no colo e conte a história sem pressa

- Bebês adoram histórias com repetição, grandes ilustrações, poemas e brincadeiras com palavras

- Embora conheçam tudo com as mãos e a boca, não quer dizer que só precise ser de plástico para não estragar. Vá, aos poucos, ensinando que livro não se põe na boca, não se rabisca, nem rasga...

Por Cristiane Rogerio e Marina Vidigal
Fonte: Site Crescer

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