Estudos revelam que uma em cada 370 mulheres com mais de 35 anos e uma em cada 1.600 mulheres com mais de 20 anos e vida sexual ativa apresentam chances de gerar uma criança com Síndrome de Down.
Este distúrbio genético não tem influências externas.
E uma vez diagnosticado, não há reversão. "O que pode ocorrer é o aumento do grau de acometimento da síndrome, que pode variar de mínimo para grave", conta o ginecologista e obstetra Henrique Oti Shinomata.
No primeiro trimestre de gestação já é possível diagnosticar a Síndrome de Down por meio de três tipos de exames: A amniocentese, por exemplo, corresponde à retirada de líquido amniótico para análise. Ela oferece 99% de acerto, mas o 1% restante equivale ao risco de aborto por conta do procedimento. Outra opção é a coleta de vilosidades coriônicas, ou seja, uma biopsia da futura placenta, feita entre a 11ª e a 14ª semana de gestação.
"Por meio da translucência nucal (medição da prega nucal do bebê), feita entre a 12ª e a 13ª semana de gestação, também é possível diagnosticar a Síndrome de Down. A prega de uma nuca normal mede de 2,3 a 2,6 milímetros . Se a medida estiver maior, pode ser indício desta ou de outras síndromes", conta Dra. Sandra Sestokas Zorzeto, diretora do Hospital e Maternidade Estadual de Interlagos.
A diretora lembra ainda que pelo ultrassom morfológico é possível detectar anormalidades. "Os marcadores anatômicos do osso nasal são diferentes de uma criança com Down. Ocorre também a regurgitação da válvula tricúspede do coração. Durante as contrações, ela não fecha por completo, deixando o sangue passar no sentido inverso".
Homens com mais de 50 anos possuem mais chances de ter filhos com Síndrome de Down. Mas é importante ressaltar que em 91% das vezes, a síndrome é de origem materna. "O esperma do homem se renova constantemente. Diferente do óvulo da mulher, que sofre com a ação do tempo", explica Dra. Sandra.
A médica conta que estudos descobriram que o sangue fetal passa para a mãe depois de um tempo de gravidez. Por isso, exames de sangue, que ajudam a detectar a quantidade de PAPP-A (proteína plasmática associada à gravidez) e de Beta HCG (gonadotrofina coriônica humana) presentes na futura mamãe, é possível avaliar o risco de anormalidades fetais. "Estes dois testes são feitos entre a 11ª e a 14ª semanas. Porém, o PAPP-A só é realizado em clínicas particulares", ressalta a diretora.
Nem sempre os pais se mobilizam para investigar a fundo a Síndrome de Down durante a gestação, pois alguns exames, como a amniocentese, são invasivos e podem provocar aborto. "O risco é pequeno, mas quem luta durante anos para engravidar não gosta nem de pensar no assunto", conta Dra. Sandra.
Dr. Henrique completa: às vezes pode-se abortar um bebê sem nenhuma alteração cromossômica. Por isso, recomendo que os pais pensem muito bem quando forem partir para a pesquisa de Síndrome de Down. Afinal, valerá a pena?"
O obstetra ainda afirma que os cuidados necessários durante a gestação de uma criança com Síndrome de Down são as mesmas de uma normal. E ressalta: "A criança com Down pode ter um acometimento mínimo físico e psicológico, mas isso tudo dependerá do amor e estímulo dos pais."
Por Juliana Falcão (MBPress)
Fonte: Vila Filhos
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