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Linguagem: quando é preciso consultar um fonoaudiólogo?

Especialistas explicam quais sinais indicam atrasos na fala A maior parte das crianças começa a falar por volta dos 12 meses....

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Como agir quando a criança começa a falar

Dicas para pais de bebês de 18 a 24 meses, fase em que eles estão descobrindo a fala e começando a "conversar"


Dos 18 aos 24 meses de vida de uma criança, suas frases ainda não têm mais do que três palavras até os 2 anos, 50 palavras são o mínimo do vocabulário de uma criança, podendo o repertório chegar ao dobro. Mas quem convive com ela consegue entender perfeitamente o que ela está tentando dizer. "Nessa fase, deve-se ficar atenta e interpretar o contexto para compreender o significado de cada som emitido pelos pequenos. Quando fala au-au, por exemplo, o bebê pode estar apenas mostrando ou chamando um cachorro, mas, às vezes, ele quer dizer que o animal entrou na sala ou, ainda, que sente medo dele", explica a psicóloga Cecília Guarnieri Batista.

Mesmo breves, essas primeiras tentativas de comunicação já permitem uma interação maior com a família e representam conquistas importantes, que devem ser comemoradas. Afinal, falar exige um grande esforço: é preciso articular os sons usando a língua, os lábios e todo o aparelho fonador, além de compreender o significado das palavras, conseguindo inseri-las nas situações adequadas. Por essa razão, o aprimoramento da fala é um excelente indício de que o desenvolvimento intelectual e psíquico da criança vai bem. "Para se expressar, o bebê tem de conjugar várias habilidades ao mesmo tempo, numa tarefa que, para a idade, não é nada simples", afirma a fonoaudióloga Marisa Ruggieri Marone.

Para falar melhor

Os pais ajudam nesse processo à medida que permitem que o bebê participe ativamente da vida familiar. "A atenção que ele recebe faz toda a diferença. Além de conversar, é importante ouvir, já que a criança precisa de espaço para se expressar", diz a fonoaudióloga Marilda Baggio Serrano Botega.

As brincadeiras também colaboram nesse aprendizado, trazendo a chance de ensinar novas palavras de um jeito lúdico. "É um bom momento para aumentar o vocabulário de sons com significados, introduzindo palavras que o filho ainda não conhece dentro de um contexto. Assim, a mãe aponta para uma bola ou a coloca nas mãos do bebê enquanto diz bola, transformando o conhecimento, antes abstrato, em algo concreto e que faz sentido para ele", explica Marisa. É essa percepção de contexto que permitirá ao seu filho depois utilizar adequadamente cada novo termo aprendido.

Ouvir historinhas e pequenas poesias e ter contato com os sons e ritmos das músicas são outros recursos que facilitam o desempenho na hora de falar. Portanto, os brinquedos e os programas que exploram a musicalidade são bem-vindos. Só não substituem a interação face a face. "A linguagem se desenvolve mais e melhor por meio do diálogo com os adultos, especialmente com os pais", ensina a pedagoga Adriana de Laplane.

Quando procurar um especialista

Se a criança não arrisca as primeiras palavras até os 2 anos, talvez seja necessário buscar a opinião de um especialista, de preferência, um fonoaudiólogo. "Os pais só não devem tirar conclusões precipitadas. Algumas vezes, o bebê não interage com os adultos por meio da fala, mas é preciso observar como ele se comporta na convivência com outras crianças e também durante as brincadeiras. Falar pouco nem sempre é sinal de algum comprometimento emocional, psíquico, motor ou físico. Esse diagnóstico depende de uma avaliação global das habilidades da criança", afirma Cecília.

Caso não haja comprovação de atraso no desenvolvimento da fala, o primeiro alvo de investigação será a audição. "Até mesmo as otites de repetição podem levar a uma dificuldade maior na percepção dos sons", explica Marilda. Na prática, o pequeno dá sinais desse tipo de problema quando não reage a sons fortes, não responde aos chamados ou grita em vez de falar.

Já quando a demora na articulação das primeiras frases chega a chamar a atenção de outras pessoas, vale a pena checar a quantas anda também o desenvolvimento da capacidade motora da criança. Se houver outros déficits significativos, o pediatra poderá avaliar a possibilidade de um distúrbio neurológico."Há ainda bons motivos para procurar o médico quando a criança não consegue estabelecer contato visual com as pessoas e, nessa idade, ainda apresenta forte resistência diante de situações de interação social. Nesse caso, é preciso buscar uma avaliação profissional quanto antes", aconselha Marilda.

Guia rápido das primeiras palavras

  • Mesmo que saiba o que a criança está querendo, não se antecipe a ela. Dê-lhe tempo para elaborar a fala e pedir. O bebê que sempre é prontamente atendido demora mais para se comunicar.
  • Por outro lado, não demore muito para responder, principalmente se perceber que a criança está ficando aflita pela dificuldade de se expressar.
  • É natural tentar se aproximar da fala do bebê afinando a voz e exagerando no uso de diminutivos. Mas evite formular as palavras de forma incorreta, repetindo os erros, até graciosos, que a criança comete. O ideal é que ela sempre escute o certo.
  • Corrigir demais, exigindo que o pequeno pronuncie todas as palavras com exatidão, é desestimulante. O excesso de críticas pode intimidar as tentativas dele de se comunicar.
  • Lembre-se: o bebê que participa das conversas de família aprende a se comunicar cada vez melhor. Além de falar bastante com o pequeno, os pais devem saber ouvi-lo, abrindo espaço para que se expresse, sem completar as palavras por ele nem apressá-lo.
Por Rita Trevisan
Fonte Site Caudia

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