“Amamentar é muito mais do que nutrir a criança. É um processo que envolve interação profunda entre mãe e filho...
...com repercussões no estado nutricional da criança, em sua habilidade de se defender de infecções, em sua fisiologia e no seu desenvolvimento cognitivo e emocional, além de ter
implicações na saúde física e psíquica da mãe”.
Aleitamento materno predominante – quando a criança recebe, além do leite materno, água ou bebidas à base de água (água adocicada, chás, infusões), sucos de frutas e fluidos rituais.
Aleitamento materno – quando a criança recebe leite materno (direto da mama ou ordenhado), independentemente de receber ou não outros alimentos.
Aleitamento materno complementado – quando a criança recebe, além do leite materno, qualquer alimento sólido ou semi-sólido com a finalidade de complementá-lo, e não de substituí-lo. Nessa categoria a criança pode receber, além do leite materno, outro tipo de leite, mas este não é considerado alimento complementar.
Aleitamento materno misto ou parcial – quando a criança recebe leite materno e outros tipos de leite.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde recomendam aleitamento materno exclusivo por seis meses e complementado até os dois anos ou mais.
Não há vantagens em se iniciar os alimentos complementares antes dos seis meses, existindo prejuízos à saúde da criança, pois a introdução precoce de outros alimentos está associada a:
>Maior número de episódios de diarréia;
>Maior número de hospitalizações por doença respiratória;
>Risco de desnutrição se os alimentos introduzidos forem com valores nutricionais inferiores ao leite materno, como, por ex., quando os alimentos são muito diluídos;
>Menor absorção de nutrientes importantes do leite materno, como o ferro e o zinco;
>Menor eficácia da lactação como método anticoncepcional;
>Menor duração do aleitamento materno.
Estima-se que dois copos (500ml) de leite materno no segundo ano de vida fornecem:
* 95% das necessidades de vitamina C,
* 45% das de vitamina A,
* 38% das de proteína e 31% do total de energia.
Estima-se que o aleitamento materno poderia evitar 13% das mortes em crianças menores de 5 anos em todo o mundo, por causas preveníveis (JONES et al., 2003).
* Evita diarréia.
* Evita infecção respiratória
* Diminui o risco de alergias
* Diminui o risco de hipertensão, colesterol alto e diabetes
* Reduz a chance de obesidade
* Melhor nutrição
* Efeito positivo na inteligência
* Melhor desenvolvimento da cavidade bucal
* Proteção contra câncer de mama
* Menores custos financeiros
* Promoção do vínculo afetivo entre mãe e filho
* Melhor qualidade de vida
Tabela comparativa de valores de nutrientes dos variados leites.
Técnica de Amamentação:
Quando o bebê pega a mama adequadamente –requer uma abertura ampla da boca, abocanhando o mamilo e parte da aréola –,(lacre perfeito entre a boca e a mama), formando do vácuo, indispensável para que o mamilo e a aréola se mantenham dentro da boca do bebê.
A língua eleva suas bordas laterais e a ponta, formando uma concha (canolamento) que leva o leite até a faringe posterior e esôfago, ativando o reflexo de deglutição.
A retirada do leite (ordenha) é feita pela língua, graças a um movimento peristáltico rítmico da ponta da língua para trás, que comprime suavemente o mamilo. Enquanto mama no peito, o bebê respira pelo nariz, estabelecendo o padrão normal de respiração nasal.
O ciclo de movimentos mandibulares (para baixo, para a frente, para cima e para trás) promove o crescimento harmônico da face do bebê.
A técnica de amamentação, ou seja, a maneira como a dupla mãe/bebê se posiciona para amamentar/mamar e a pega/sucção do bebê são muito importantes para que o bebê consiga retirar, de maneira eficiente, o leite da mama e também para não machucar os mamilos.
Uma posição inadequada da mãe e/ou do bebê na amamentação dificulta o posicionamento correto da boca do bebê em relação ao mamilo e à aréola, resultando no que se denomina de “má pega”. A má pega dificulta o esvaziamento da mama, levando a uma diminuição da produção do leite.
Muitas vezes, o bebê com pega inadequada não ganha o peso esperado apesar de permanecer longo tempo no peito.
Pontos-chave do posicionamento adequado
1. Rosto do bebê de frente para a mama, com nariz na altura do mamilo;
2. Corpo do bebê próximo ao da mãe;
3. Bebê com cabeça e tronco alinhados (pescoço não torcido);
4. Bebê bem apoiado.
Pontos-chave da pega adequada
1. Mais aréola visível acima da boca do bebê;
2. Boca bem aberta;
3. Lábio inferior virado para fora;
4. Queixo tocando a mama.
O aleitamento materno NÃO deve ser contra-indicado:
- Consumo de álcool
- Consumo de cigarro
- Dengue
- Hepatite C
- Hepatite B
- Hanseníase
- Tuberculose
Recomendação quanto ao tempo de interrupção do aleitamentomaterno após consumo de drogas de abuso
- Anfetamina, ecstasy 24–36 horas
- Barbitúricos 48 horas
- Cocaína, crack 24 horas
- Etanol 1 hora por dose ou até estar sóbria
- Heroína, morfina 24 horas
- LSD 48 horas
- Maconha 24 horas
- Fenciclidina 1–2 semanas
- Situações que podem prejudicar a amamentação:
- Mastite
- Mamas ingurgitadas
- Mamilo plano ou invertido
- Abscesso mamário
- Lesão mamilar por má pega
- Bloqueio de ductos lactíferos
Enferemira Rochele Gimenez
Fonte: Ponto do Bebê
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