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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Prevenção de Problemas Auditivos em Escolares


Segundo Scavazza (1991:119), a fonoaudiologia tem se colocado como uma ciência que através de "ações preventivas", poderia colaborar com a escola na diminuição do fracasso escolar. Como especialista em linguagem ou em problema de linguagem, o fonoaudiólogo tem assumido uma postura em que o seu saber técnico-científico-específico é usado para detectar, tratar, e inclusive prever/prevenir problemas de linguagem.
Dentre as "doenças fonoaudiológicas ao escolar", estão as alterações auditivas, definidas por Conceição (1994:155), como as anormalidades na sensibilidade auditiva e/ou pelos danos na integridade da fisiologia auditiva. Tal quadro, em função de gravidade, pode levar ao impedimento, desenvolvimento, compreensão, uso ou manutenção da efetividade da comunicação. A dificuldade na manutenção da atenção para o sentido dos "inputs" lingüisticos e a retenção ao acaso ou irrelevante, manifestam-se como deficiência na área da percepção auditiva (discriminação, análise/síntese e figura fundo).
Uma alteração no sistema auditivo, contribui para o aumento das dificuldades do aprendizado de uma criança em desenvolvimento. A deficiência auditiva faz com que o aluno, apesar de atento, não aprenda o que está sendo ensinado à turma. 
Os problemas auditivos quando detectados precocemente, facilitam a conduta de pais e professores na orientação do processo de aprendizado. Deste modo, torna-se importante a participação do fonoaudiólogo junto à equipe profissional que atua nas escolas.
Na verdade, o ideal seria que, todas as crianças de seis anos, quando entrassem no período de alfabetização (como é comum), passassem por uma avaliação médica geral (pediátrica, otorrinolaringológica e oftalmológica) e não só as que apresentam algum problema. Se o exame audiométrico diagnosticar que a criança não ouve bem, o problema deverá receber uma atenção especializada, tanto médica, como da escola, que não precisa ser necessariamente uma instituição para deficientes auditivos.
Segundo Pereira, Santos e Osborn (1995:164), o fonoaudiólogo pode propiciar um conhecimento mais profundo dos aspectos relativos a audição e linguagem de um indivíduo, ajudando o professor a compreender o processo de aprendizado e suas dificuldades, bem como conhecer os recursos diagnósticos tanto para fins de prevenção, como de correção.
A prevenção de problemas auditivos poderá ser realizada através de triagens, orientações e encaminhamentos. Mas é de suma importância uma participação efetiva dentro do processo educacional. O fonoaudiólogo deverá mostrar à equipe pedagógica que o seu trabalho dependerá da inter-relação e participação de todos, realizando um trabalho integrado entre pais, professores, alunos e demais que venham a compor a equipe da escola.
Nesta perspectiva preventiva/coletiva, o fonoaudiólogo deve procurar fazer parte da equipe interdisciplinar da instituição, traçando metas conjuntas para melhor atender o grupo de alunos. A participação nos planejamentos, nos conselhos de classe, nas reuniões de pais e professores são possibilidades de trabalho em equipe.
Conforme Conceição (1994:157), esta responsabilidade conjunta do fonoaudiólogo e da escola, leva à efetivação de um sistema integrado de assistência ao escolar, porque se transforma num facilitador para o período de transição entre os domínios da linguagem oral e escrita. Não cabe ao fonoaudiólogo o isolamento profissional porque a efetividade de seus atos não pode ser avaliado somente em função de uma performance "ideal", obtida em situação artificial e protegida como a sala de terapia, porque o grau de sucesso do comunicador só poderá ser realmente obtido em vida social. A escola é um lugar privilegiado como indicador das mudanças da criança, seu crescimento, desenvolvimento e aceitação pelo grupo. 
Podemos então concluir que, somente com a união dos esforços de todos os envolvidos (fonoaudiólogo, professor, pais e a escola), será possível atingir o nosso objetivo, que é a prevenção de problemas auditivos em escolares. Desta forma, estaremos contribuindo para que nossas crianças tenham mais qualidade na educação e por conseqüência, mais qualidade de vida, fator indispensável na tendência mundial (Globalização) que estamos vivendo.
Por Fga. Maria Angélica Fischer