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domingo, 17 de outubro de 2010

Aleitamento Materno e Fonoaudiologia

O que é mais adequado para um bebê quanto à necessidade de nutrientes como água, gordura, proteínas e vitaminas? O que fornece anticorpos para proteger os bebês de diversas doenças? O que dá imunidade para a criança, prevenindo-a de diarréia, otite, pneumonia e alergias? E ainda está interligado com seu desenvolvimento crânio-facial? O que aproxima o bebê da mãe, ao fortalecer a união familiar e desenvolver aspectos emocionais? O que traz alegria, tranqüilidade e interatividade para a criança? E também proporciona melhoras no desenvolvimento psicológico, de aprendizado e acuidade visual do bebê?
A resposta é idêntica para todas as questões: aleitamento materno, aponta a fonoaudióloga Lilian Cristina Crotrim. “No entanto, apesar dos inúmeros benefícios, muitas mães não possuem informações claras sobre amamentação. A nutrição adequada nos primeiros anos de vida previne doenças e possibilita tanto o crescimento físico como o mental adequados. Para as mães, a regressão do útero é mais rápida, previne câncer de ovário, útero e mamas e diminui o risco de hemorragia e de anemia pós-parto”.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) estima que o aleitamento materno exclusivo e até o sexto mês de vida pode evitar, por ano, 1,3 milhão de mortes de crianças com menos de cinco anos em todo o mundo.
“O aleitamento fornece nutrientes, calor e carinho essenciais na primeira hora pós-parto”, defende Lilian. “Isso acaba sendo o diferencial. A observação da pega e sucção do recém-nascido nesta primeira hora poderá resultar na detecção precoce de problemas, os quais poderão acarretar um aleitamento materno inadequado”.
A atuação fonoaudiológica se dá também no apoio à população, com a transmissão de informações acessíveis para resolver seus problemas, prevenir e tratar as eventuais intercorrências da lactação. “Começa pela atuação em bancos de leite, para favorecer a estocagem e a substituição de leite a bebês com mães ausentes ou sem possibilidades de amamentar; auxílio, nos consultórios, de pega e avaliação de sucção do recém-nascido para efetivar o aleitamento materno; estudos de alternativas de alimentação e ações terapêuticas para promover qualidade de vida (como o método Mãe Canguru); orientações focais quando identificada a dificuldade na amamentação; e acompanhamento do aleitamento materno nas diferentes faixas etárias de zero a dois anos em ambulatórios de amamentação”.
Em uma perspectiva de saúde coletiva, a fonoaudióloga Luciana Wolff Garcez ainda nota muita falta de informação sobre a importância do aleitamento materno. “Faltam ações de impacto, de promoção… As mães até ouvem que é importante amamentar, mas não têm conhecimento real das razões, da verdadeira necessidade e importância. Isso se aplica principalmente ao Aleitamento Materno Exclusivo (AME), que não é tão valorizado. Fico impressionada com a quantidade de mães que ainda oferecem leites artificiais ou chás nos primeiros meses, pela crença de que seu leite não é suficiente. Se houvesse atenção maior durante o pré-natal, talvez essas mães tivessem suas dúvidas esclarecidas e, sobretudo, teriam maior consciência sobre a importância de amamentar”.
Post baseado em entrevista publicada na Revista de Fonoaudiologia.