Rouquidão, problemas de fala,
audição e até estética facial melhoram com tratamento
A capacidade de articular bem
palavras, medir o tom de voz ideal e respirar nos intervalos certos destaca-se
entre as pessoas que são habilidosas em se comunicar - feliz de quem apresenta
naturalmente essas características. Se este não é o seu caso, um fonoaudiólogo
pode ajudar. "Nós trabalhamos a comunicação, incluindo voz, escrita e audição",
afirma a fonoaudióloga Solange Gonçalves, do Hospital Universitário São
Francisco, em
Bragança Paulista (SP). Sucção, deglutição e mastigação são
outras atividades que têm melhora no rendimento com a ajuda de sessões
regulares no fonoaudiólogo. No Dia do Fonoaudiólogo (09 de Dezembro), veja como
uma consulta pode ajudar nestas e em outras situações.
Amamentação
Quem já não ouviu mães reclamando
que não têm leite ou que o bebê parece rejeitar o peito? O fonoaudiólogo atua
nessa área, estimulando a sucção e deglutição do bebê e evita o desmame
precoce. "Isso é feito por meio de orientações e acompanhamento da mãe,
além de treinamento de equipes de saúde em hospitais, para incentivar o
aleitamento materno", explica a fonoaudióloga Eliana de Martino, diretora
do curso de Fonoaudiologia da Universidade Guarulhos.
Dificuldade em deglutir
Os cuidados com alimentação não
se resumem apenas ao aleitamento materno. O fonoaudiólogo também ajuda pessoas
que sofrem com disfagia (dificuldade de deglutir), que pode ser sequela de
acidente vascular encefálico (derrame ou AVC), câncer de cabeça e pescoço,
traqueostomia, entre outros. "Esses pacientes precisam de apoio
profissional para conseguir se alimentar de forma segura e prazerosa novamente,
sem grandes dificuldades", conta Eliana de Martino.
Por meio de exercícios
respiratórios e articulatórios (lábios, mandíbula, língua, véu do palato e
bochechas), o fonoaudiólogo consegue recuperar a tonicidade e elasticidade da
musculatura, facilitando a passagem de alimento.
Rouquidão constante
Ficar rouco com frequência é um
bom motivo para procurar um fonoaudiólogo. "A rouquidão constante pode ser
indício até de câncer, mas, na maioria das vezes, é consequência de uso
inadequado da voz por esforço exagerado ao falar", explica a fonoaudióloga
Rosane Goldenberg, do Rio de Janeiro. O tratamento é feito com exercícios e
orientações de higiene vocal, que envolvem desde o fim do tabagismo até
cuidados com a alimentação.
Para pessoas que usam a voz como
instrumento de trabalho, como jornalistas, atores, cantores e atendentes de
telemarketing, o fonoaudiólogo é ainda mais requisitado. "Nós melhoramos a
capacidade dessas pessoas de impostar a voz, por meio de respiração,
ressonância, altura e intensidade, ritmo e inflexão", explica Rosane.
Audição
O trabalho do fonoaudiólogo nessa
área começa bem cedo, com o teste da orelhinha - um exame rápido, feito com um
aparelho capaz de detectar problemas auditivos em recém-nascidos. "Quando
o tratamento para surdez tem início nos primeiros meses de vida, há uma grande
possibilidade de essa criança desenvolver a fala de modo mais eficiente",
conta a fonoaudióloga Solange Gonçalves.
Ela afirma que o trabalho
relacionado à surdez também não precisa se resumir apenas à linguagem de sinais
(LIBRAS), mas pode envolver desde o uso de aparelho auditivo e o
desenvolvimento de leitura labial até a integração desse paciente na sociedade.
"Uma pessoa com perda auditiva pode entender mais facilmente o que a outra
fala ao conseguir ler os movimentos dos lábios, facilitando a
comunicação", explica.
Distúrbios de leitura e escrita
Há casos em que a criança é muito
inteligente, mas não tira notas boas na escola por ter dificuldade de ler e
escrever. Isso pode ser sinal de dislexia ou outros distúrbios. "Nesses
casos, a escrita costuma apresentar muitas falhas e trocas de letras, como p
por b e t por d", explica Rosane Goldenberg. Por meio de exercícios
psicomotores e auditivos, o fonoaudiólogo ajuda o paciente a lidar com essas
dificuldades. "Além disso, ajudamos a orientar a família e os professores,
já que esses distúrbios podem afetar a autoestima da criança e dificultar a
convivência com os colegas", conta a profissional.
Doenças comuns da velhice
"Alzheimer, Acidente
Vascular Encefálico (conhecido como AVC ou derrame), Parkinson e muitos outros
problemas característicos da idade avançada podem provocar dificuldades de
fala, mastigação e deglutição", diz Solange Gonçalves. O fonoaudiólogo
acompanha esses pacientes para ajudar a reverter ou amenizar esses problemas,
melhorando a qualidade de vida.
Estética facial
As tão indesejadas marcas de
expressão do rosto também podem ser alvo do trabalho de fonoaudiólogos.
"Ao fazer exercícios para modificar o uso da musculatura facial, é
possível deixar o rosto mais jovem", afirma a fonoaudióloga Gisele
Valdstein, especialista do Minha Vida. Além de combater as linhas de expressão,
esses exercícios ajudam a melhorar a aparência flácida, o olhar caído e os
lábios frouxos.
Problemas de fala
Gagueira, língua presa e trocas
de fonemas são alguns dos problemas de fala que os fonoaudiólogos ajudam a
tratar. "O mais comum é o Transtorno Fonológico, que é quando a pessoa tem
dificuldades na percepção, organização ou produção dos sons", conta Eliana
De Martino.
A fonoaudióloga Solange faz um
importante alerta aos pais: crianças podem apresentar problemas de fala por
usarem a chupeta e a mamadeira por muito tempo. "Essa criança geralmente
não mastiga direito, respira pela boca, sofre alterações na arcada dentária e
não desenvolve a musculatura da face de modo eficiente para a fala, o que pode
provocar problemas na hora de articular as palavras", explica.
Respirar pela boca
Os malefícios de respirar pela
boca são diversos. "Esse costume provoca deformações na arcada dentária e
no céu da boca (palato), além de mudanças na disposição da língua. Tudo isso
leva a mastigação inadequada, diminuição do paladar, dificuldade na articulação
das palavras, entre outros problemas", afirma Eliana De Martino. Esse mau
hábito prejudica até a oxigenação do cérebro, já que o respirador bucal faz a
expiração maior do que a inspiração.
"Nesses casos, o
fonoaudiólogo trabalha a coordenação-fono-respiratória, para que ocorra
equilíbrio entre respiração oral e nasal, e ensina exercícios de articulação
dos lábios, língua e bochechas, para o fortalecimento do tônus muscular",
afirma Eliana.
Por Letícia Gonçalves - atualizado em 07/12/2012
Fonte: Site Minha Vida
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