O
atraso na aquisição e desenvolvimento da fala e da linguagem pode
ser identificado pelos pais, familiares, pela professora. A seguir
descrevo alguns aspectos que podem ser observados.
1.
Seu filho ou filha ouve bem? Ele (a) atende prontamente quando você
o (a) chama? Ele (a) teve ou tem infecção freqüente de ouvido
(otites)? Problemas de audição podem interferir no desenvolvimento
da fala e da linguagem oral! Infecções de ouvido podem prejudicar a
aquisição e o desenvolvimento da linguagem.
2.
Como é ou como foi o desenvolvimento global do seu filho ou filha?
Com 3 meses, o bebê já consegue firmar a cabeça, fica com os
braços mais soltos e começa a perceber os movimentos das mãozinhas.
Com 6/7 meses já consegue sentar. Com 9 meses já pode engatinhar e
pode até ficar em pé sozinho se você ajudar. Com 1 ano já começa
a andar e também aparecem as primeiras palavras (“mamã; papá”).
O atraso na fala pode estar associado a um atraso mais global e
generalizado do desenvolvimento!
3.
Quando bebê, seu filho ou filha, vocalizava bastante? Balbuciava
bastante? Ou ele (a) era um bebê mais “quieto”. Era um bebê
responsivo? atento? Bebês “quietos” ou silenciosos demais podem
indicar uma dificuldade.
4.
Alguém na sua família (pais, avós, tios, primos, etc), teve ou tem
dificuldades para falar ou dificuldades de aprendizagem ou alguma
deficiência? Você já ouviu de alguém da sua família: “não
se preocupe seu pai também era assim”?
5.
Você observa que seu filho ou filha é muito esperto, inteligente,
compreende tudo o que é falado e todas as situações, mas a fala
não é tão desenvolvida? Os transtornos expressivos da linguagem
afetam predominantemente a expressão/produção da fala e crianças
com essas dificuldades necessitam sim de ajuda. Muitos profissionais
orientam os pais de forma incorreta, “ah
como ele é esperto, inteligente, vamos aguardar que ele ainda vai
falar”. Esperar
pode ser muito prejudicial.
6.
Quais as dificuldades que você observa? Apenas na fala? Você acha
que ele tem dificuldade para produzir os sons? Para aprender novas
palavras? Para combinar palavras e formar frases? Para relatar fatos
e histórias? Para elaborar o que quer dizer? Nem todos os atrasos de
fala, apresentam as mesmas características. Na área de linguagem
infantil, o diagnóstico diferencial é fundamental.
7.
Existe dificuldade de compreensão? No dia-a-dia, ele compreende o
que você fala? o que você pede? Aprende com facilidade? Ou às
vezes, parece que fica "perdido", "desatento"?
Quando você explica alguma coisa, você precisa repetir?
8. Como
é comportamento? A socialização com outras crianças está
presente? Ele ou ela interage bem? Ou possui pouco contato visual,
pouca troca, parece olhar “além de você”? Se esquiva de
situações onde precisar falar? Morde outras crianças? É
agressivo? Problemas no desenvolvimento da fala e da linguagem podem
ocasionar problemas emocionais e comportamentais. Uma criança que
não consegue falar adequadamente pode se isolar, não participar ou
reagir agressivamente a uma situação de interação social.
9.
Como foi a gestação e o parto? Crianças que nasceram
prematuramente, com baixo peso, que permaneceram em UTI Neonatal,
podem apresentar atraso no desenvolvimento, inclusive no
desenvolvimento da fala e da linguagem.
10.
Seu filho ou filha frequenta escola? A escola pode ser uma fonte de
estímulos para a criança e pode favorecer o desenvolvimento da fala
e da linguagem. Mas fique atento, se ele ou ela já está na
escolinha e mesmo assim, os pais não observaram ganhos, isso pode
ser o sinal de que existe uma dificuldade específica. A
frase"matricula
em uma escolinha que o atraso na fala melhora" não
aplica-se
a todos os casos.
Essas
perguntas podem ajudá-lo a observar mais atentamente algumas
dificuldades. Se você está preocupado com o desenvolvimento da
fala, não deixe de procurar ajuda. Após uma avaliação detalhada
e bem feita,
o profissional poderá orientá-lo. Algumas crianças necessitam de
atendimento especializado e quando houver essa necessidade, o
diagnóstico e o tratamento precoce são essenciais para se obter
melhores resultados.
Também
existem casos, onde não há necessidade de atendimento e sim apenas
orientações. Com orientações os pais poderão ajudar e cooperar
com o desenvolvimento da criança. Podemos ter fatores ambientais que
podem prejudicar o desenvolvimento da criança. Procure sempre um
Profissional – Fonoaudiólogo, que tenha experiência e que conheça
profundamente o desenvolvimento infantil. Na Fonoaudiologia, temos
áreas de especialidades, procure um especialista em Linguagem
Infantil e com experiência com crianças.
O
diagnóstico de transtornos na aquisição e desenvolvimento da fala
e da linguagem é de competência do Fonoaudiólogo. Podemos
encaminhar a criança para outros especialistas (como Médicos,
Psicólogos, Terapeutas Ocupacionais) para uma avaliação e para nos
auxiliar no diagnóstico diferencial.
Infelizmente,
às vezes, me deparo com crianças com graves quadros de alterações
de linguagem e que o Fonoaudiólogo responsável fez um
encaminhamento para o médico dar um diagnóstico. O médico pode dar
o diagnóstico médico, mas na área da fala e da linguagem, deve
haver também o diagnóstico
fonoaudiológico.
Os pais devem sempre receber esse diagnóstico!
O
diagnóstico correto e preciso é o primeiro passo para um
tratamento/acompanhamento eficaz!
Texto
elaborado por Dra. Elisabete Giusti
contato@atrasonafala.com.br
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