Desvios de linguagem acontecem
até os 5 anos. Saiba quais sons a criança deve aprender em cada idade
“Sapeuzinho memeio!". Ah, quem resiste ao jeitinho fofo
de falar das crianças? Principalmente na faixa dos 2 aos 3 anos, quando elas já
conseguem dizer muita coisa, mas ainda se sacrificam para pronunciar certos
fonemas. A fonoaudióloga Fernanda Papaterra explica que, nesta época, a criança
até consegue se fazer entender, mas ainda não tem a articulação completa.
"Os fonemas de travesseiro e trabalho, por exemplo, palavras que fazem parte
do cotidiano da criança, são os mais tardiamente aprendidos por ela",
explica a especialista. Mas, mesmo sendo tão "bonitinho", os pais não
devem repetir o jeito delas. "A fala do adulto é o modelo para a criança
e, por isso, tem que ser certa", continua. Isso não tem nada a ver com
repreensão. Não é o momento de dizer "assim está errado" ou "tem
que falar assim". A correção acontecerá naturalmente. "Se ela disser
‘tenzinho’, basta dizer ‘ah, o trenzinho’. Aos poucos, ela vai repetir",
avisa Fernanda. Sem querer, acabamos também caindo na risada, quando ouvimos
"alfomada" no lugar de "almofada”, mas é bom não exagerar.
"Os adultos ao redor têm que ser prudentes para não passar a impressão de
estar caçoando da criança." Uma dica para os pais guardarem de lembrança
esses momentos tão especiais é colocar um gravador por perto, sem que o filho
perceba, enquanto vocês conversam.
Saiba quando cada som
já deve estar sendo pronunciado da forma correta:
Até os 3 anos:
/p/ como em pato;
/b/ como em bola;
/t/ como em teto;
/d/ como em dedo;
/k/ como em casa, quero;
/g/ como em gato, gol;
/m/ como em mamãe
/n/ como em nada;
/nh/ como em ninho;
/f/ como em feliz;
/v/ como em vaca.
Até os 4 anos:
/s/ como em sapo, céu, escola;
/z/ como em zebra, casa;
/ch/ como em xícara, chuva;
/j/ como em janela, gelo;
/tch/ como em tia
/dj/ como em dia
/r/ como em arara;
/R/ como em rato, carro;
/-R-/ como em porta, amor (dependendo da região).
Até os 4 anos e 6 meses:
Encontros consonantais (planta, prato)
Fontes: Anelise Junqueira Bohnen, fonoaudióloga e presidente do
Instituto Brasileiro de Fluência, e Ignês Maia Ribeiro, fonoaudióloga e
diretora Educacional do Instituto Brasileiro de Fluência – IBF
Por Fernanda Carpegiani
Site: Crescer
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