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Linguagem: quando é preciso consultar um fonoaudiólogo?

Especialistas explicam quais sinais indicam atrasos na fala A maior parte das crianças começa a falar por volta dos 12 meses....

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Video-Laringoscopia



Rouquidão

A rouquidão ou disfonia é a voz de qualidade ruim. Muitas doenças podem causar rouquidão. A maioria delas é benigna, mas a principal manifestação do câncer de laringe também é a rouquidão.

Talvez a característica mais importante para avaliar a necessidade de uma investigação da disfonia seja a duração do sintoma. Se a rouquidão persiste por mais de duas semanas, isso merece ser investigado. Se está presente há meses ou anos, isso sem dúvida deve ser investigado.

" Rouquidão que vai e vem , não faz mal a ninguém. Rouquidão que vem e fica, algum mal indica. "

A associação da disfonia com os outros "d´s", isto é, disfagia e dispneia (dificuldade para engolir e falta de ar) também aumentam a suspeição de doença de maior gravidade.

Algumas das causas comuns de rouquidão:

  •  Laringite aguda (curta duração);
  • Nódulos de cordas vocais (calo nas cordas vocais);
  • Pólipos, cistos e sulcos de cordas vocais (lesões benignas);
  • Leucoplasias e eritroplasias (lesões pré-cancerígenas);
  • Câncer de laringe.

 Como saber a causa da minha rouquidão?

Além da consulta com o otorrinolaringologista, que irá esmiuçar os sintomas, sua duração e características, sem dúvida o exame de maior importância para o diagnóstico da causa da rouquidão é a Video-Laringoscopia. Esse exame permite a visão direta das cordas vocais e na grande maioria dos casos o diagnóstico do problema.

Como é feita a laringoscopia?

Ao contrário da endoscopia digestiva, em que o paciente é sedado, a videolaringoscopia é feita sem nenhuma sedação, com o paciente sentado. Naqueles que tem o reflexo nauseoso mais exacerbado, é feita uma aplicação na boca de spray de lidocaína (xilocaína) para anestesiar e diminuir o reflexo.

Uma ótica é colocada na boca do paciente. Essa ótica é angulada e "olha" para baixo, na direção da garganta. Solicita-se ao paciente que emita alguns sons de forma prolongada ("iiiiiiiiiii", "aaaaaaa") e que respire fundo, enquanto se observa as pregas vocais.
 Laringoscopia - Um exame preventivo

O cigarro e a bebida alcoólica são de longe os fatores de risco mais importantes para câncer de laringe. Muito mais importante que qualquer história familiar de câncer.

O câncer de laringe evolui de forma bastante lenta. Aos poucos as células da laringe vão se desorganizando, alterando sua arquitetura normal, no que chamamos de lesões pré-cancerígenas, caracterizadas microscopicamente como displasias. São essas lesões pré-neoplásicas que evoluem para o câncer. A boa notícia é que em muitos casos, mesmo em sua fase pré-neoplásica, essas lesões já são visíveis e detectáveis ao exame da laringoscopia.

Portanto, se você é ou foi fumante (ou ainda consumidor assíduo de bebidas alcoólicas), deve encarar a laringoscopia como um exame preventivo, assim como o exame ginecológico preventivo da mulher. A diferença é que a laringoscopia não necessita de colher amostra de material da laringe como a mulher faz no preventivo. A laringoscopia procura lesões visíveis ao exame endoscópico que sejam suspeitas de lesões pré-cancerígenas. Isso pode detectá-las antes mesmo delas se tornarem câncer ou ainda detectar o câncer em uma fase inicial, onde a chance de cura chega a 96%.


Site: Krishnamurti Sarmento
OTORRINOLARINGOLOGIA
 



Implante Coclear




O que é o Implante Coclear?

O implante coclear é um aparelho implantado na orelha cirurgicamente e capaz de estimular diretamente o nervo auditivo, causando sensações sonoras.

O implante coclear tem uma porção interna, que fica dentro da orelha do paciente, e uma porção externa, que é acoplada logo atrás da orelha e se mantem em posição por meio de um imã.

Implante coclear é uma tecnologia nova ?

Não. O implante coclear já é usado no mundo todo há mais de 30 anos e não é uma tecnologia experimental. Há aproximadamente 220 mil pessoas implantadas no mundo.

Infelizmente, por questões políticas e também por falta de profissionais capacitados, o implante coclear demorou a popularizar-se no Brasil.

Quem é candidato a usar um implante coclear?

Em linhas gerais, pessoas com perda auditiva severa a profunda bilateral que não têm benefício com aparelhos auditivos convencionais. É claro que existe uma infinidade de nuances na indicação do implante coclear que devem ser discutidas com o paciente ou, no caso das crianças, com os familiares e responsáveis.

Quem coloca um implante coclear volta a ouvir normalmente ?

Não. O implante coclear permite que a pessoa implantada volte a ouvir sons. Em muitos casos é possível inclusive compreender a fala humana, mas certamente não se trata de uma audição normal (distinguir entre as vozes de diferentes pessoas, por exemplo, é muito difícil para o implantado).

Há pacientes implantados que conseguem falar ao telefone como também há pacientes cujo implante ajuda apenas a perceber os sons sem conseguir compreender a fala. O quanto a pessoa implantada será capaz de compreender depende de muitos fatores, dentre eles o tempo que a pessoa ficou sem ouvir (tempo entre a perda auditiva e a cirurgia de implante), se o paciente já ouviu em algum momento ou não, se tem algum código linguístico estabelecido (sabe se comunicar de alguma forma), etc.

Pessoas que ouviam normalmente e, por qualquer motivo, vieram a perder a audição e então foram implantadas, relatam que o som proporcionado pelo implante coclear é um tanto robótico, metálico. Por outro lado, devolver a alguém que nada escuta alguma sensação sonora, muitas vezes permitindo a compreensão da fala, é sem dúvida um grande progresso.

É impossível saber exatamente o que um paciente implantado escuta - e isso certamente varia de caso para caso.

 Eu não escuto nada de um dos ouvidos (mas do outro eu escuto normal ou razoavelmente bem). Posso colocar um implante coclear do lado surdo ?
A prinícpio, não. A qualidade do som gerado pelo implante coclear é tão diferente daquela percebida pelo lado bom (ou razoável) que a pessoa teria muitas dificuldades de lidar com os dois estímulos sonoros ao mesmo tempo.

Contudo, com a evolução do processamento da fala pelo implante coclear, é possível que daqui a alguns anos ele seja indicado para surdez unilateral. Alguns pacientes com audição normal de um lado e um zumbido incapacitante do outro já se beneficiaram do implante coclear.

No momento, a melhor opção para a perda auditiva unilateral é o BAHA. Veja mais sobre isso aqui.


Meu bebê não passou no teste da orelhinha. Ele/Ela precisa fazer um implante coclear o mais rápido possível ?

Calma. Se seu bebê não passou no teste da orelhinha, do que ele mais precisa é de ACOMPANHAMENTO, tanto por parte de um otorrinolaringologista quanto também por uma fonoaudióloga e um pediatra. Outros testes serão necessários, muitas vezes feitos mais de uma vez, para se chegar a conclusão se a criança realmente não escuta.

A indicação para o implante coclear surgirá naturalmente desse acompanhamento, se for o caso.

A idade usual para a cirurgia de implante coclear em uma criança com surdez congênita é entre 1 ano e 2 anos. Isso não significa dizer que não há nada a fazer até essa idade. Muito pelo contrário. É preciso acompanhar, reavaliar e estimular o bebê desde o teste da orelhina até uma eventual indicação cirúrgica.

 Como posso fazer um implante coclear?

O implante coclear pode ser feito na rede pública (SUS), em centros credenciados, ou na rede privada através dos convênios de saúde.

Todo convênio que tenha cobertura para cirurgia é obrigado a cobrir o implante coclear, pois o mesmo consta no rol de procedimentos básicos da ANS.

Fonte: Site implantecoclear.net

Implante Coclear



 

Um implante coclear é um dispositivo eletrônico que permite que muitas pessoas com perda auditiva severa a profunda ouçam o mundo ao seu redor. As pessoas que nunca ouviram antes podem experimentar a audição pela primeira vez.

O médico otorrinolaringologista é o responsável pelo diagnóstico da perda auditiva e indicação do tratamento correto. Por se tratar de um processo cirúrgico, o paciente é avaliado cuidadosamente para que se torne, efetivamente, candidato ao uso do implante.

Selecionar o implante coclear correto para você ou seu filho é uma decisão do médico, mas é importante que conheça as opções existentes e entenda bem todo o processo.

Fonte: Audibel Aparelhos auditivos

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Ler para o bebê, sim!



Nunca é cedo demais para começar o incentivo à leitura. Mas só vale mesmo se for algo feito junto, despretensiosamente e com prazer

Uma das perguntas mais frequentes que os pais fazem à CRESCER, quando o assunto é incentivo à leitura com bebês, é: “Mas que tipo de livro eu posso ler para ele?”. Querem saber se valem histórias compridas, se os contos de fadas já são adequados... Afinal, ele vai entender ou não o que estamos contando? Para responder, há uma frase que soa quase como um tabu. Para um bebê até por volta de 1 ano, não importa o conteúdo da história. Ele pode até não compreender o dilema da princesa, quantos animais estão na fazenda ou dimensionar o tamanho da floresta: mas já sente o prazer em escutar.

A partir daí, há uma troca importante: a interação ente adulto e bebê. É por meio da modulação de seu tom de voz, da interpretação que você está dando à história que seu bebê vai conhecer o mundo. Assim também nasce a aquisição da linguagem e a construção do pensamento. A experiência, então, fica na memória. “O bebê reúne a maneira de falar da mãe e essa informação sensorial vai criando o que chamamos de ‘marcas’ no cérebro dele”, diz a fonoaudióloga Erika Parlato-Oliveira, professora-adjunta da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e diretora científica do Instituto Langage, ONG sediada em São Paulo que trabalha questões relacionadas à linguagem. E como isso faz parte do desenvolvimento, deve acontecer da maneira mais natural possível. “Não precisa ficar mostrando as palavras isoladas para a criança. No mundo não é assim, a gente não aprende assim e nem seria interessante para ninguém”, afirma a psicóloga Ana Carolina Carvalho, que trabalha há 11 anos com formação de educadores em incentivo à leitura.

As ilustrações – e aprender a lê-las – são fundamentais nesse incentivo. E não estamos falando apenas dos livros-brinquedos (que têm mesmo mais a função de brincar com a criança), mas da sensibilização da criança a essa arte, inclusive. Chamam mais atenção as ilustrações grandes, muito coloridas ou edições com formatos diferentes, por exemplo. “Mas deve-se oferecer livros com ilustrações bem trabalhadas, que não sejam óbvias, vão além da história e, sobretudo, sem estereótipos”, afirma Ana Carolina. “Também na leitura das imagens não devemos nunca menosprezar a capacidade da criança.”

O QUE LER, COMO LER
Poesias, histórias de repetição, tudo que envolva mais musicalidade ou puxe sua garra por contar uma história está valendo. “As diferentes formas de leitura, as pausas, o virar das páginas, a mudança de um parágrafo, ensinam o bebê a lidar com os momentos de silêncio mas que são em sua maioria cheios de sentidos. Bebês adoram brincar de esconder, é um meio de elaborar as ausências. Quando adquirem a destreza motora, adoram virar as páginas e descobrir o que virá e o que se foi”, diz Karina Bonalume, psicóloga com especialização em clínica interdisciplinar com bebês, pela PUC-SP. Portanto, não espere nem mais um minuto e divirta-se!

E NA PRÁTICA...

- Na hora de apresentar um livro, escolha histórias curtas, mas que tenham um enredo que você também goste

- Prepare o ambiente, coloque o bebê no colo e conte a história sem pressa

- Bebês adoram histórias com repetição, grandes ilustrações, poemas e brincadeiras com palavras

- Embora conheçam tudo com as mãos e a boca, não quer dizer que só precise ser de plástico para não estragar. Vá, aos poucos, ensinando que livro não se põe na boca, não se rabisca, nem rasga...

Por Cristiane Rogerio e Marina Vidigal
Fonte: Site Crescer

Novo livro ajuda pais a identificarem transtornos de comportamento nos filhos



Gustavo Teixeira, psiquiatra da infância e adolescência, selecionou os 25 desvios que mais acometem as crianças brasileiras e os colocou no Manual dos Transtornos Escolares – primeiro guia nacional a dar dicas a pais e educadores sobre sintomas e tratamentos

Transtorno desafiador opositivo, transtorno de déficit de atenção / hiperatividade (TDAH), transtorno bipolar do humor, anorexia, bulimia, deficiência intelectual, autismo, esquizofrenia, dislexia, depressão, comportamento suicida. Estes são alguns dos principais transtornos comportamentais sofridos pelas crianças e pelos adolescentes brasileiros. Quem chegou a essa conclusão foi o carioca Gustavo Teixeira, psiquiatra da infância e adolescência, que selecionou os casos que mais costumam aparecer em seu consultório e os registrou no recém-lançado Manual dos Transtornos Escolares (Editora Best Seller, R$19,90).

O livro é o primeiro guia nacional a dar dicas a pais e educadores sobre os sintomas e os tratamentos desses transtornos dentro do ambiente escolar. “Senti a necessidade de escrevê-lo há alguns anos, quando comecei a dar cursos e palestras. Antes dele, não existia nenhum outro no Brasil que abordasse os principais transtornos de comportamento na infância. Estima-se que 10 a 20% das crianças e adolescentes do mundo precisam de algum tipo de ajuda na área mental. É um conhecimento que os pais e educadores precisam ter”, explicou Gustavo em entrevista a CRESCER.

Manual dos Transtornos Escolares, sexto livro da carreira do psiquiatra, foi baseado em um curso que o especialista oferece na Brigdewater State University (universidade do estado de Massachusetts, nos Estados Unidos) sobre psicoeducação. A ideia, segundo ele, foi unir o conhecimento adquirido no exterior com sua experiência clínica do Brasil.
Manual dos Transtornos Escolares (Editora Best Seller, R$ 19,90) (Foto: Divulgação)

Confira abaixo a entrevista completa.

C.: O número de crianças com transtornos comportamentais tem aumentado nos últimos anos?
G.T.: Atualmente temos uma incidência alta deste tipo de problema, mas não podemos falar que os números têm aumentado. O que acontece é que, hoje, estamos mais habilidosos para identificar as patologias. A medicina está mais evoluída, então conseguimos chegar aos diagnósticos com mais facilidade que antigamente.

C.: Em quais idades esse livro é focado?
G.T.: Em todas as idades. Procurei escrever uma visão geral de transtornos no ambiente escolar da educação infantil até o ensino médio. Isso depende, em grande parte, do transtorno em si. O autismo pode ser diagnosticado bem cedo, quando o bebê tem cerca de seis meses, enquanto a dislexia demora 7 ou 8 anos, por exemplo. É por isso que em cada capítulo coloquei um caso clínico real para ilustrar, para que o leitor tenha acesso a informações que o permitam visualizar todo o cenário.

C.: No livro você cita 25 problemas. Entre eles, quais são os mais comuns?
G.T.: Se eu tivesse que dizer os cinco de maior incidência, apontaria o bullying, o transtorno desafiador opositivo, o déficit de atenção / hiperatividade, o autismo e a dislexia.

C.: Quais são os mais difíceis de serem tratados?
G.T.: Depende da gravidade de cada quadro. Existem casos leves, moderados e graves de todas as patologias. Mas algumas costumam ter prognóstico mais negativo. A esquizofrenia de início precoce é uma delas. Pelo simples fato de existir, ela já é considerada grave, pois o impacto é para a vida toda. É o caso também da deficiência intelectual.

C.: Como os pais e professores podem saber se a criança está apenas com algum problema em seu cotidiano ou se apresenta, de fato, um transtorno de comportamento?
G.T.: Digo sempre que os pais e educadores devem estar atentos a duas áreas do funcionamento global da criança. A primeira é o desempenho acadêmico. Notas baixas em determinadas matérias, eventualmente, são naturais, mas, quando ela não consegue aprender nunca, deve ser investigada, alguma coisa pode estar errada ali. A segunda área é a do funcionamento social. Quando a criança é exageradamente tímida, retraída, agressiva, sozinha ou triste, também deve ser avaliada. E o mais importante é que isso aconteça cedo.

C.: A principal ideia do livro é essa? Mostrar sinais para que esses transtornos sejam detectados a tempo de serem revertidos?
G.T.: Sem dúvida. Os grandes problemas do nosso país são o preconceito, a desinformação, a ignorância. É muito triste receber na clínica uma criança de 4 anos de idade e diagnosticá-la com autismo, sendo que aquele quadro deveria ter sido diagnosticado muito antes. Meu objetivo é oferecer informação para orientar as famílias e os educadores e combater isso. Além, é claro, de estimular a prevenção. De forma geral, o que causa uma doença psiquiátrica é a vulnerabilidade genética associada a desencadeadores ambientais. Um exemplo: sentar à mesa e ter uma refeição pacífica dentro de casa, por exemplo, é um fator de proteção contra o uso de drogas. Outro: uma criança com propensão a ter esquizofrenia pode desenvolver um quadro grave da doença quando é inserida em um ambiente caótico.

C.: O tratamento em crianças e adolescentes é muito diferente do tratamento em adultos?
G.T.: É bem diferente. Quando lidamos com crianças, temos muito mais oportunidades de intervenção. Isso sem falar no apoio da família, que é fundamental. Um adulto pode procurar ajuda sozinho, mas uma criança, não, sempre tem alguém por trás, o que facilita bastante o processo.

C.: No livro você une patologias, como depressão, a outros problemas sociais, como bullying e uso de drogas. Por que você resolveu escrever dessa maneira?
G.T.: Isso é muito comum não só na área da saúde mental, mas em toda a medicina. Chama-se comorbidade, situação em que duas ou mais condições médicas ocorrem ao mesmo tempo. A pessoa pode ter gastrite e hipertensão, por exemplo. Em termos de patologia comportamental, pode ter transtorno desafiador opositivo e TDAH ou ter depressão e ficar mais vulnerável ao bullying e ao uso de drogas. Isso torna a avaliação mais difícil, um sintoma “camufla” o outro. Por isso, insisto que é necessário procurar um profissional sempre que houver suspeita.

C.: A quem você recomenda a leitura?
G.T.: A todos os educadores e pais. De maneira geral, todos nós estamos vulneráveis a essas questões comportamentais. Pais e professores precisam ser capacitados para lidar com essas crianças. Elas estão aí precisando de ajuda e, se não tiverem, vão se desmotivar e perder anos de suas vidas à toa. Essa é uma bandeira que levanto sempre.

Por Elisa Feres
Fonte: Site Crescer

Cérebro de autistas percebe movimentos mais rápido



Sensibilidade ajuda a explicar a irritação de pessoas com o transtorno em ambientes cheios e barulhentos

Crianças autistas percebem movimentos duas vezes mais rápido do que crianças sem o transtorno. Essa foi a conclusão de um estudo publicado este mês no Journal of  Neuroscience, importante publicação científica americana. A descoberta pode parecer estranha, mas ela dá pistas fundamentais para explicar alguns comportamentos típicos de autistas.

Segundo o cientista Duje Tadin, professor de ciências cognitivas na Universidade de Rochester e um dos autores do estudo, essa maior sensibilidade a movimentos pode justificar porque os autistas ficam tão incomodados com muito barulho ou claridade. Ela também pode estar associada a déficits comportamentais.

“Vemos o autismo como um distúrbio social porque crianças com essa condição geralmente têm dificuldade de interagir, mas, às vezes, deixamos de lado o fato de que tudo o que sabemos sobre o mundo, sabemos a partir de nossos sentidos. Se uma pessoa vê ou ouve de maneira diferente isso pode ter um efeito relevante na interação social”, afirmou Tadin em nota divulgada pela universidade.

Estudos anteriores já haviam mostrado uma maior sensibilidade de visão dos autistas, mas este é o primeiro a avaliar a percepção de movimento. O estudo contou com a participação de 20 crianças autistas e 26 crianças com o desenvolvimento normal. Os autores pediram que elas assistissem vídeos nos quais barras brancas e pretas se mexiam e indicassem para qual direção as barras estavam indo (esquerda ou direita).

Se a criança acertasse, o vídeo seguinte era mais curto, aumentando o grau de dificuldade. Se errasse, era mostrado um mais longo. Dessa maneira, os pesquisadores mediam a velocidade com que a criança era capaz de perceber a direção das barras. No caso dos vídeos com pouco contraste (pouca diferença entre barras brancas e pretas), os dois grupos de crianças tiveram desempenho similar. No entanto, com o contraste mais alto (diferença acentuada entre branco e preto) os autistas identificaram a direção duas vezes mais rápido que o grupo controle.

“Essa capacidade dramaticamente melhor de perceber movimentos é uma pista de que o cérebro de pessoas com autismo continua respondendo mais e mais conforme a intensidade aumenta”, explicou em nota Jennifer Foss-Feig, pesquisadora da Universidade de Yale, que também participou do estudo. Esse hiperestímulo também está ligado à epilepsia, um problema muito comum em crianças autistas – estima-se que cerca de um terço dos autistas também sofram de epilepsia. A resposta intensa aos estímulos no autismo também pode ser uma razão para a introspecção dos indivíduos.

Por Marcela Bourroul
Fonte: Site Crescer

Projeto da USP busca entender autismo com células de dentes de leite



A Fada do Dente pretende identificar diferenças biológicas nos neurônios com autismo e testar novos medicamentos

O projeto A Fada do Dente, desenvolvido pela bióloga Patrícia Beltrão Braga, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ), da Universidade de São Paulo, em parceria com o professor e neurocientista Alysson Muotri, da Universidade da Califórnia, arrecada dentes de leite de crianças com autismo. Com as células da polpa do dente, os pesquisadores realizam uma reprogramação celular, transformando-as em células-tronco que são diferenciadas em neurônios. Esse processo permite identificar diferenças biológicas nos neurônios com autismo, estudar seu funcionamento e até mesmo testar drogas. O projeto recebe dentes de crianças de todo o Brasil (veja abaixo como participar).

Para liderar o projeto, a pesquisadora aprendeu a técnica de reprogramação celular desenvolvida pelo médico japonês Shinya Yamanaka, vencedor do prêmio Nobel de medicina de 2012. Esse método é capaz de reprogramar uma célula já adulta (no caso células da pele), transformando-a em uma célula-tronco semelhante às embrionárias, ou seja, as células maduras são rejuvenecidas até a fase correspondente a 6 ou 7 dias após a fecundação do óvulo com o espermatozoide.

Patrícia escolheu as células da polpa do dente por ter familiaridade no trabalho com elas e pela facilidade de obtenção. Os testes ainda estão no início, mas já são um avanço em comparação com o que se descobriu nos últimos 20 anos.

Como participar do projeto

Em primeiro lugar, escreva um e-mail para projetoafadadodente@yahoo.com.br. Ao se cadastrar, você vai receber um kit para colher o dente da criança quando ele cair ou for retirado. O objetivo é manter as células do dente vivas para que cheguem em condições viáveis para estudo no laboratório. O kit contém um frasco com um líquido para preservar as células e gelo reciclável para manter o dente gelado. O dente não pode ser congelado nunca. Caso o dente caia e o kit não esteja por perto, a indicação é colocar dentro de um copo com água filtrada e deixá-lo na geladeira, para que a polpa não seque e as células não morram. O dente precisa ser colhido com rapidez para que as células possam ser estudadas.
Por Crescer
Fonte: Site Crescer

Aprendendo a falar desde cedo



O estudo, apesar de pequeno, revelou diferenças significativas entre as terapias padrão e sensorial

Sentir o aroma de óleos essenciais, andar em superfícies texturizadas, mergulhar as mãos em água morna. Essas são apenas algumas das experiências terapêuticas que foram feitas com meninos com autismo durante um estudo feito pela Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.

De acordo com os cientistas, crianças autistas têm problemas sensoriais, os mais comuns envolvem o cheiro e sensibilidade ao toque. Logo, ao enriquecer o ambiente, a experiência poderia ser benéfica. E realmente foi. Os resultados mostraram uma melhora acentuada em relação às terapias comportamentais tradicionais.

O estudo envolveu 28 meninos autistas, com idades entre 3 e 12 anos. Os pesquisadores dividiram as crianças em dois grupos com base na idade e na gravidade do problema. Durante seis meses, ambos os grupos fizeram a terapia comportamental padrão, mas os meninos de um dos grupos também foram submetidos a experiências terapêuticas.

Os pais dessas crianças receberam um kit que continha óleos essenciais, com aromas de maçã, lavanda, limão e baunilha, para estimular o sentido do olfato. Para fortalecer o tato, o kit continha quadrados de capacho de plástico, espuma suave, um tapete de pia de borracha, alumínio, lixa fina, feltros e esponjas, além de pedaços de carpete, piso duro, travesseiros, papelão e plástico bolha. A ideia foi criar um caminho cheio de texturas para os meninos caminharem. As crianças também receberam itens para manipular, como um cofrinho com moedas de plástico, frutas de plástico em miniatura e uma pequena vara de pesca com um gancho magnético. As crianças também mergulharam as mãos e os pés na água em diferentes temperaturas para estimular o toque da pele da criança.

Os pesquisadores orientaram que os pais das crianças realizassem duas sessões de 15 a 30 minutos por dia envolvendo diferentes combinações de estímulos sensoriais. As crianças também ouviram música clássica, uma vez por dia.

Após seis meses de tratamento, 42% das crianças do grupo da experiência terapêutica tiveram uma melhora significativa ao se relacionar com as pessoas e responder a sons e imagens, em comparação com apenas 7% do grupo de cuidados padrão. As crianças do grupo de enriquecimento também melhoraram a pontuação para a função cognitiva, que abrange aspectos de percepção e raciocínio, ao passo que a média das crianças no grupo de tratamento padrão diminuiu. Além disso, 69% dos pais no grupo de enriquecimento relataram melhora nos sintomas do autismo em geral de seus filhos, em comparação com 31% dos pais do grupo de cuidados padrão.

"Enriquecimento sensorial pode muito bem ser uma terapia eficaz para o tratamento do autismo", disse, em nota, o co-autor da pesquisa Michael Leon, professor de neurobiologia e comportamento da Universidade da Califórnia.

Por Bruna Menegueço
Fonte: Site Crescer

Aprendendo a falar desde cedo



Com atitudes simples você pode estimular a fala de seu filho da maneira mais adequada, basta disciplina.

"A bola é lalanja". "Cadê meu binquêdo?". Qual pai ou mãe não se derrete de alegria ao ouvir a criança pronunciando algumas palavras com pequenos erros. Alguns chegam até a estimular o filho a falar dessa forma, pois soa bonitinho. Lógico que a pronúncia incompleta de algumas palavras é perfeitamente normal para uma criança entre 1,5 a 4 anos de idade, já que ainda não possui o processo de fala em estágio completo. Entretanto, é recomendado que os pais ensinem o filho a falar corretamente desde o início de vida.

A ausência de estímulos à musculatura oral pode acarretar em problemas de fala no futuro. O distúrbio na fala, caso não seja tratado corretamente, pode inclusive afetar mais tarde na alfabetização da criança.

A fonoaudióloga Jamile Elias Canetto explica que algumas atividades simples e aparentemente sem grande importância são essenciais no desenvolvimento oral do bebê. Expressões faciais como mandar beijinho para as crianças ou mostrar a língua funcionam como bons exercícios.

"A criança deve ser estimulada logo após o nascimento. Faça a seguinte atividade: converse de frente para ela e faça gestos e caretas com a boca. É engraçado que o bebê, inconscientemente, tentará reproduzir o gesto. Ao tentar copiar os movimentos labiais, a criança estará indiretamente praticando um excelente exercício de musculatura oral", informa Jamile Canetto.

Segundo a fonoaudióloga, o processo de aquisição da fala por parte da criança está totalmente ligado à educação exercida pelos pais. Para ela, pai e mãe devem orientar a criança a pronunciar a palavra corretamente, de forma suave, evitando palavras no diminutivo. "Não é interessante que os pais se comuniquem com o filho utilizando diminutivos. Além da criança ter muito mais facilidade em pronunciar 'boneco' do que 'bonequinho', ela terá mais facilidade de nomear e gravar as palavras por serem mais fáceis de falar", explica.

Falando com carinho – A correção da pronuncia não significa reprimir cada erro cometido pelo filho. Ao contrário, os pais devem ser carinhosos e explicativos, ensina a fonoaudióloga. "Se o filho diz que quer beber 'acá' (água), a mãe deve responder: - Você quer água? Vou pegar água pra você". "Com isso, a criança aprende a palavra certa, além de unir figura e palavra".

Mamadeira e chupeta - Personagens famosos do mundo infantil, a mamadeira e a chupeta não são indicadas na aquisição da fala, pois a língua não é estimulada a buscar o alimento, como acontece quando o nenê é amamentado. "Não há o que negar os benefícios gerados pela chupeta e mamadeira em outras situações. Porém, no que se refere ao desenvolvimento da fala, o trabalho de sucção é prejudicado pela presença do bico desses acessórios", define Jamile Canetto.

Audição – Problemas auditivos também influem no desenvolvimento da fala. A criança com algum tipo de inflamação no ouvido, como a otite, por exemplo, costumam apresentar desatenção por não ouvir direito, o que dificulta no processo de aprendizagem das palavras.

Por Bruno Rodrigues
Fonte: Site Guia do Bebê

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Dia nacional do TESTE do PEZINHO


Os sons na saúde



Diferentes tipos de sons podem trazer benefícios e malefícios à saúde

Diferentes tipos de sons são ouvidos diariamente. Um show musical, o trânsito, a boate, a escola ou faculdade, em casa, no trabalho, em um consultório médico, no supermercado, dentro do trem ou ônibus. Em praticamente todos os ambientes que se frequenta é quase impossível descansar um pouco os ouvidos. A música alta, as buzinas, a gritaria, a conversa simultânea dos colegas, músicas agradáveis e promoções anunciadas são alguns exemplos do cotidiano.

Os sons representam manifestações variadas e é por meio deles que parte da cultura é passada de geração a geração. As músicas, assim como os outros sons, causam emoções de diferentes intensidades em seus ouvintes, podendo ou não ser benéficas. Podem induzir estados alterados de consciência como acalmar o estado mental por meio de uma música lenta, enquanto ritmos mais rápidos tendem a gerar iniciativa de ação.

O excesso de sons e volume dos mesmos pode causar danos à saúde que vão desde insônia e estresse até mesmo pressão alta e derrame. Ruídos acima de 55 decibéis já são considerados prejudiciais ao organismo. Deixam os músculos tensos, o intestino fica lento, o coração acelera, o estômago se enche de suco gástrico, há alterações hormonais, a pessoa fica mais agressiva e com problemas de concentração, os órgãos genitais recebem menor quantidade de sangue, podendo causar queda no desejo sexual e dificuldades de ereção, além das comuns dores de cabeça. Assim, o corpo vive agitado, em estado de alerta, no qual é comum as pessoas sentirem dificuldades para se desligar e descansar profundamente após um dia comum.

Para evitar esses problemas é de grande importância aprender a relaxar, meditar, apreciar o silêncio e controlar a respiração, evitar locais onde o barulho é excessivo. Atividades físicas e alimentação saudável também contribuem para manter a boa saúde.

Por Giorgia Lay-Ang - Graduada em Biologia
Fonte: Brasil Escola

Mal de Alzheimer



Existem vários tipos de demência, em que há decréscimo das capacidades de funcionalidade, comprometimento das funções cognitivas – atenção, percepção, memória, raciocínio, pensamento, linguagem etc. – e da capacidade físico-espacial. 

O Mal ou Doença de Alzheimer é a principal causa de demência que causa problemas de memória, pensamento e comportamento. A doença é responsável por 50% a 80% dos casos de demência no mundo.
O Alzheimer é degenerativo, mais comum após os 65 anos de idade e caracteriza-se pela perda progressiva de células neurais. A médica Sonia Brucki, do Departamento Científico de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia, explica que há um acúmulo anômalo de algumas proteínas no tecido cerebral que provoca a morte dos neurônios. 

“Até agora se acredita que isso seja multifatorial, causado por componente genético, fatores externos (baixa escolaridade, por exemplo), alterações vasculares (hipertensão, diabetes etc.), traumatismos cranianos com perda de consciência, alterações nutricionais e depressão”, enumera. Outros problemas podem causar demências, por exemplo, deficit de vitaminas, doenças da tireoide, alterações renais, portanto doenças que podem ser evitadas.

Atualmente, não existe medicação disponível para evitar esse acúmulo de proteínas, mas há medicamentos que retardam a progressão do Alzheimer. Algumas medicações, fornecidas gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), aumentam uma substância no cérebro que, em menor quantidade, traz alterações na memória. 

Os sintomas geralmente são desenvolvidos lentamente e pioram com o tempo. Alguns pacientes conseguem ter uma redução progressiva da doença, mas outros não conseguem voltar à normalidade. Em casos mais graves, o paciente pode ter apatia, depressão, alucinação e pensamentos delirantes. 

O médico neurologista Fábio Henrique de Gobbi Porto diz que o principal sintoma é a dificuldade de aprender coisas novas. O idoso não consegue se lembrar de fatos recentes como, por exemplo, o dia da semana. Tem também dificuldade para fazer contas. 

Segundo ele, na fase inicial, o paciente pode ser lembrado de informações importantes e ter o suporte da família. Na fase moderada, tem uma dependência maior da família e, às vezes, existe mudança do comportamento. Na fase mais grave, tem dificuldade para realizar funções básicas, como urinar, dificuldade para engolir e até agressividade. A fase mais grave dura, em média, oito anos.

A família precisa ficar atenta a qualquer decréscimo de qualquer capacidade da pessoa, seja memória, dificuldade de realizar tarefas complexas, nomear coisas, problemas de linguagem. “Nem sempre começa com problemas de memória”, alerta Brucki.

Ainda não existe cura para o Mal de Alzheimer, mas alguns estudos testam medicações que poderiam estacionar a doença. De acordo com o neurologista Fábio Henrique de Gobbi Porto, já foi provado cientificamente que a escolaridade, principalmente na fase mais básica, é um fator protetor contra o Alzheimer. 

Além disso, a prática de exercícios físicos e uma dieta saudável previnem a doença. “Algumas teorias dizem que a atividade física aumenta o fluxo sanguíneo no cérebro, aumenta a lavagem (retirada) da proteína do Alzheimer que se acumula no cérebro, além de melhorar o humor e a saúde em geral”, explica.



Fontes:
Ministério da Saúde
Associação do Alzheimer

Saúde do idoso




Perda de audição

Estudos revelam que a deficiência auditiva atinge de alguma forma cerca de 70% da população de idosos e fica mais evidente após os 65 anos de idade. Mais de 15 milhões de brasileiros têm problemas de audição, segundo a Organização Mundial de Saúde.
Marcello Casal Jr Perda auditiva ocorre de 5 a 20% em pessoas com 60 anos Ampliar

A deficiência auditiva está muito disseminada como um mal que não tem prevenção, mas alguns cuidados podem controlar o problema. A perda auditiva é provocada por vários fatores, por exemplo, doenças hereditárias, problemas genéticos, enfermidades adquiridas durante a gravidez ou infecções na infância.

O presidente da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia, Marcelo Hueb, afirma que as perdas auditivas podem ser prevenidas com hábitos simples, cultivados desde a infância e juventude.

Um deles é evitar a exposição à poluição sonora. Segundo ele, uma conversa normal entre duas pessoas tem a intensidade de 50 a 60 decibéis, enquanto um aparelho de som emite de 100 até 120 decibéis. O contato constante com esses equipamentos pode levar à falência auditiva. Basta uma exposição diária de cinco a 15 minutos por dia com ruídos na faixa de 120 decibéis para sofrer perda de audição.

O idoso precisa controlar diabetes, colesterol, pressão alta, problemas renais e do sistema circulatório. Tudo isso atrapalha a microcirculação do ouvido, o que é mais um fator de risco para a perda de audição. Ele também deve evitar cigarro, bebida alcoólica e abuso de cafeína, que são substâncias tóxicas ao aparelho auditivo.

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece atendimento para o diagnóstico, tratamento clínico e reabilitação, com fornecimento de aparelho auditivo, acompanhamento e terapia fonoaudiológica. Ao sentir qualquer zumbido no ouvido ou apresentar dificuldade de compreensão das palavras, o idoso deve procurar um médico da área.

O otorrinolaringologista Osmar Mesquita Neto, da Santa Casa de São Paulo, explica que é natural haver uma pequena redução da sensibilidade auditiva a partir dos 60 anos, sobretudo para sons médios e agudos. Segundo ele, o cérebro de uma pessoa mais jovem recebe os sons, interpreta, reconhece e determina quais são mais importantes. Já o da pessoa idosa não consegue determinar o que é importante.

Com a perda das células sensoriais do ouvido, o idoso deixa de ouvir o som fraco e o forte o incomoda, daí a dificuldade de adaptação ao aparelho auditivo. A terapia com fonoaudiólogo pode ajudar a treinar a audição de maneira gradativa e evitar que o idoso desista de tentar entender o que lhe dizem.

“Muitas vezes a família fala com o idoso e ele não entende. Aí, repete em tom muito alto, o que provoca dor no ouvido do idoso e ainda não repete a frase exatamente do jeito que disse inicialmente”, argumenta Osmar Mesquita Neto.

Evitar ambientes muito barulhentos, falar de forma clara e pausada e de frente para a pessoa, facilitando a leitura labial, podem ajudar na inclusão do idoso que sofre perda de audição.

Fontes:
Ministério da Saúde
Associação Brasileira de Otorrinolaringologia

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Doenças do ouvido




Perda auditiva:

Existem três partes principais da orelha envolvidas no processo de audição: a orelha externa, a orelha média e a orelha interna.

O processo auditivo começa quando as ondas sonoras entram no pavilhão externo e caminham pelo canal auditivo até o tímpano, fazendo-o vibrar. Essas vibrações são transmitidas aos os três ossículos da orelha média, o martelo, a bigorna e o estribo. Eles fazem com que a vibração sonora seja amplificada antes de ser transmitida à orelha interna. A orelha interna tem uma parte que se chama cóclea que é cheia de líquido e contém as células ciliadas. Quando as vibrações são transmitidas à cóclea, seu fluído interno se move em ondas que também movimentam os cílios das suas aproximadamente 12.000 células ciliadas. As frequências e intensidades do som determinam qual célula ciliada se moverá. Isso faz com que impulsos elétricos sejam gerados e enviados através das vias auditivas ao cérebro para que ele processe a informação. Esses impulsos elétricos são os códigos que o cérebro consegue entender e converter em sons com significado específico.

Existem três tipos principais de perda auditiva: condutiva, sensorioneural e mista. Cada tipo afeta uma parte diferente do ouvido e pode ter várias causas. As perdas auditivas são classificadas em graus conforme sua intensidade.
A perda auditiva condutiva é aquela em que as ondas sonoras não conseguem ser transmitidas à orelha interna por bloqueio na sua passagem pela orelha externa ou média. Sua maioria é passível de ser revertida através de medicamentos ou cirurgias. Quando não tratadas oportunamente podem tornar-se irreversíveis.

As principais causas das perdas condutivas são:

  • Otite média
  • Otosclerose
  • Perfuração da membrana timpânica
  • Fratura dos ossos da orelha média
  • Bloqueio temporário da orelha externa por alergias, infecções, rolha de cera, etc.
A perda auditiva sensorioneural responde por 90% dos déficits auditivos nos adultos. Deve-se a lesão nas células ciliadas da cóclea e o som não consegue mais estimular essas estruturas e conseqüentemente não é transmitido às vias auditivas para poder atingir o cérebro, onde o som é processado. Uma vez danificadas, via de regra, as células ciliadas não podem ser recuperadas, o que torna esse tipo de perda auditiva permanente. Nesse tipo de perda, na maioria dos casos, os aparelhos auditivos são a escolha de tratamento.

As principais causas de perda sensorioneural são:

  • Problemas genéticos, que são a principal causa desse tipo de perda auditiva.
  • Presbiacusia, que é a perda comum ao processo natural de envelhecimento. Na faixa etária de 60 a 65 anos de idade, estima-se que aproximadamente 30% das pessoas têm uma perda auditiva significativa o suficiente para afetar sua capacidade de ouvir os sons do cotidiano.
  • Exposição a ruído tanto de forma súbita como em uma explosão, quanto de forma contínua como nos trabalhadores expostos a ruído ocupacional.
  • Ototoxicidade, que é o dano causado por medicamentos que agridem a estrutura do ouvido interno.
  • Traumas que levem a ferimentos na cabeça.
  • Infecções como a rubéola durante a gravidez, caxumba, meningite.
  • Problemas durante o trabalho de parto ou logo após ele, como falta de oxigenação temporária, infecções bacterianas, icterícia, etc.

A Perda Auditiva Mista se caracteriza pela associação das duas causas de perda auditiva, ou seja, uma combinação da perda auditiva condutiva e sensorioneural.

Graus de Perda Auditiva

As perdas auditivas são classificadas de acordo com sua intensidade em leve, moderada, severa ou profunda. Leve a moderada são os tipos mais freqüentes de perda auditiva. Os graus severos e profundos são raros nas perdas auditivas condutivas.

Sintomas da Perda de Audição

    As principais características de quem tem perda auditiva são:
  • pedir aos outros para que se repita o que falaram.
  • as pessoas do convívio dizem que a pessoa não ouve bem.
  • o paciente deixa a TV ou o rádio em volume mais alto do que os outros.
  • o paciente tem dificuldade em entender conversas com ruídos ao fundo.
  • a pessoa tem dificuldade em acompanhar conversas em grupo.
  • a pessoa tem dificuldade em identificar de onde os sons estão vindo.
Efeitos da Perda Auditiva
A perda auditiva não tratada precocemente costuma afetar o desenvolvimento da linguagem de crianças e as deixar com dificuldade de comunicação na vida adulta. Tais danos costumam trazer as seguintes conseqüências:

Comunicação:
  • Conversa-se menos.
  • Usa-se menos o telefone.
  • Não se conversa com familiares e amigos.
Social:
  • Isolamento social.
  • Evitam-se grupos e estranhos.
  • Redução da eficiência no trabalho.
Emocional:
  • Raiva.
  • Frustração.
  • Falta de concentração.
  • Depressão.
  • Embaraço.
  • Ansiedade.
  • Distanciamento das pessoas.
O tratamento adequado, seja através de uso de medicamento, cirurgia ou uso regular de aparelho auditivo, combinado com a prática de comunicação assessorada por profissional habilitado, ajuda as pessoas com perdas auditivas a levarem uma vida normal.

Avaliações Auditivas
É a forma de se confirmar a existência ou não de perdas auditivas. Os testes não são simples e indolores. Para maiores detalhes consulte os exames realizados no Instituto Brasileiro do Sono.

Otites: são os processos inflamatórios, infecciosos ou não, das diversas regiões da orelha. Destacam-se:
- Otite externa: é a inflamação da orelha externa, geralmente por entrada de água na ou trauma local, comumente causado por cotonete ou qualquer outro instrumento introduzido no canal do ouvido. Ela é mais comum no verão. O paciente costuma queixar-se de dor de ouvido e sensação de ouvido entupido e ao ser examinado se observa o canal auditivo vermelho e com edema. O tratamento é geralmente com medicamentos.

- Otite média aguda: é a inflamação da orelha média que é mais comum nos meses de inverno e nas crianças. Geralmente é uma evolução de uma gripe e costuma causar dor intensa e súbita juntamente com a sensação de perda auditiva. Caso ocorra a perfuração da membrana timpânica, pode haver eliminação de secreção com pus e sangue. Em alguns casos pode ocorrer também febre alta e mal estar geral. O exame mostra a membrana timpânica vermelha e abaulada. O tratamento é geralmente com medicamentos.

- Otite média serosa ou secretora: é uma evolução da otite média aguda. Ocorre um acúmulo de secreções na orelha média, internamente ao tímpano, devido a gripes freqüentes ou nas crianças que não respiram bem, por rinites alérgicas, aumento das tonsilas palatinas (amígdalas) e das adenóides, dentre outras causas. O sintoma principal é a perda de audição, a criança fala alto, assiste ao televisor com volume alto, fica desatenta e o rendimento escolar cai.

A suspeita advém do quadro clínico e ao exame físico se observa secreção atrás da membrana timpânica. Ao se solicitar a audiometria e imitanciometria, encontra-se perda auditiva de graus variáveis além de diminuição da vibração do tímpano.

O tratamento é geralmente com medicamentos, mas em casos específicos pode haver a necessidade de cirurgia.

- Perfuração da membrana timpânica: algumas otites são causadas por bactérias que destroem parcialmente a membrana timpânica, levando à permanência desta perfuração. Pode ser também secundária a trauma, em especial com cotonetes, agressões físicas ou por pressões bruscas, como ondas do mar. A principal queixa é a diminuição da audição, além de drenagem de secreção pelo ouvido toda vez que a pessoa deixa entrar água no canal auditivo. A dor é incomum nesses casos. O exame físico mostra a perfuração da membrana timpânica e a audiometria confirma a perda auditiva causada pela perfuração. O tratamento consiste em evitar que se entre água na orelha, através do uso de tampões, gotas de antibióticos nas crises quando drena secreção e como método definitivo a cirurgia chamada timpanoplastia, em que é colocado um enxerto para fechamento da perfuração.

- Otite Média Colesteatomatosa: é a apresentação mais agressiva das inflamações da orelha média, em que ocorre a proliferação de tecido escamoso como pele da orelha média, geralmente associada à perfuração da membrana timpânica, causando a eliminação de secreção amarelada com cheiro muito fétido, além de perda auditiva progressiva. Como a lesão é destrutiva, pode ocorrer erosão dos ossos anexos, evoluindo para paralisia facial e até mesmo meningite. O diagnóstico é baseado no quadro clínico, pelo exame físico e confirmado pela tomografia computadorizada que vai mostrar a extensão da doença.
O tratamento se baseia em cirurgia de timpanomastoidectomia para remover a lesão e reconstituir, se possível, a membrana timpânica.

Doenças do labirinto:
- as labirintopatias, popularmente chamadas labirintites, são doenças da orelha interna (labirinto) que podem ser ocasionadas por vários distúrbios como as alterações da coluna vertebral, lesões das células de dentro da orelha interna, diabetes, aumento das taxas de triglicérides e de colesterol, anemia, distúrbios da glândula tireóide, problemas na região têmporo-mandibular, problemas emocionais, uso de álcool e fumo, abuso de cafeinados, dentre outros. As principais queixas dos pacientes são: tontura, zumbido, diminuição da audição, pressão nas orelhas, náusea, vômito, cefaléia, palidez, falta de ar, dentre outras.

O diagnóstico das labirintopatias é feito pelo quadro clínico, exames laboratoriais para se encontrar doenças causadoras do distúrbio e de forma específica, através do exame otoneurológico computadorizado, disponível no Instituto Brasileiro do Sono (vide exames realizados no Instituto Brasileiro do Sono).

- o zumbido ou tinitus é a sensação de barulho percebida dentro do ouvido ou dentro da cabeça, sem que haja uma fonte externa de sons. Assim como as labirintopatias, o zumbido pode estar relacionado a várias doenças que precisam ser investigadas, como causa importante se destaca a perda auditiva. Muitas vezes o tinitus causa distúrbios do sono, dificultando que o paciente durma bem. Há tratamento para o zumbido, inclusive havendo casos em que é possível remissão completa do sintoma.

Fonte: Site Instituto Brasileiro do Sono – Centro de diagnóstico