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Linguagem: quando é preciso consultar um fonoaudiólogo?

Especialistas explicam quais sinais indicam atrasos na fala A maior parte das crianças começa a falar por volta dos 12 meses....

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Realidade virtual aplicada ao tratamento da gagueira


Uma equipe de pesquisadores do Cleveland Hearing and Speech Center (Cleveland, EUA) está utilizando uma ferramenta tecnológica inovadora para tratar algumas consequências da gagueira e facilitar o dia a dia dos pacientes que possuem o distúrbio.

A ansiedade antecipatória e o grande desconforto que muitas pessoas com gagueira sentem quando precisam realizar tarefas diárias que requerem a fala – como, por exemplo, fazer um pedido em uma lanchonete ou restaurante – podem ser trabalhados e atenuados por meio deste método, de modo que essas tarefas se transformem em experiências menos desgastantes para o paciente.

O método inovador consiste em um ambiente de simulação virtual inspirado na cabine da nave Star Trek (veja vídeo abaixo). Parece uma espécie de minissala de cinema, mas o que a tela mostra é uma simulação bastante convincente do mundo real, permitindo que os pacientes apliquem na prática, em um ambiente seguro, as técnicas de fluência que aprenderam em terapia.

Como as situações retratadas no laboratório de realidade virtual são muito semelhantes àquelas que os pacientes vão encontrar no mundo lá fora, a exposição repetida à circunstância que gera desconforto propicia uma dessensibilização do paciente. Assim, a reação secundária de ansiedade que surge como consequência da gagueira pode ser gradualmente atenuada.

A criadora do projeto, Dra. Stacy Williams, Ph.D. em distúrbios da comunicação pela Universidade de Cincinnati, controla através do computador as respostas dos atores virtuais que dão vida à simulação. “Podemos criar qualquer tipo de situação de treinamento apenas com um toque de botão”, afirma Stacy. Dessa forma, qualquer situação de comunicação que traga desconforto emocional ou psicológico ao paciente com gagueira pode ser recriada e vivenciada em laboratório, de modo a torná-la cada vez menos difícil de suportar.

“O medo de ser ridicularizado, o receio de ser julgado de forma preconceituosa, o sentimento de vergonha que a gagueira traz, tudo isso contribui para o desenvolvimento de reações fóbicas associadas ao distúrbio. Através da realidade virtual, podemos trabalhar de forma bem mais eficaz essas consequências da gagueira e evitar que elas contribuam para o agravamento do quadro”, afirma Stacy.

Ao contrário do mundo real, o laboratório de simulação virtual permite que eles pratiquem e repitam quantas vezes precisar, até que consigam lidar melhor com o desconforto causado pela gagueira. Enquanto isso, monitores fisiológicos medem a frequência cardíaca e a temperatura da pele. “É uma forma de saber se o paciente está realmente sentindo aquela experiência como real”, diz Stacy.

Esse método também pode ser usado para beneficiar muitos estudantes. Michael Molinaro, estudante de fonoaudiologia, está fazendo uso do simulador para aprimorar suas habilidades de atendimento. O programa pode colocá-lo em um cenário junto com os pais ou o paciente. “É fantástico. É realmente uma incrível ferramenta de aprendizado que podemos usar para nos tornarmos melhores fonoaudiólogos”, diz Michael.

“Os estudantes estão aprendendo como interagir com pessoas, como fazer perguntas importantes, como obter a informação correta, refletir sobre isso e chegar a uma boa decisão ou diagnóstico”, diz Stacy. Dra. Williams está agora aguardando a aprovação do FDA para ampliar a utilização clínica do método e começar a aplicá-lo também com crianças.


domingo, 25 de setembro de 2011

Músicos têm menos problemas auditivos na velhice


Música para os ouvidos



Músicos idosos sofrem menos problemas relacionados à audição do que as pessoas que não são músicas.

O declínio auditivo é uma condição comum entre idosos, eventualmente piorando com o passar dos anos - por volta dos 80 anos, mais da metade da população apresenta declínio auditivo.

Mas os pesquisadores do Instituto de Pesquisas Rotman, no Canadá, descobriram que a incidência desse declínio auditivo é menor entre os músicos.

Ganho de 20 anos

O estudo incluiu 74 músicos e 89 não-músicos - um músico foi definido como alguém que começou a aprender música até os 16 anos de idade e que continuava tocando até a data do estudo.

Os cientistas descobriram que ser músico não traz qualquer vantagem no teste monotonal, que avalia a capacidade de ouvir um som que vai ficando cada vez mais baixo.

Entretanto, em três outros testes, os músicos apresentaram uma clara vantagem em relação aos não-músicos.

Na idade de 70 anos, em média, um músico apresenta a audição similar à de um não-músico com 50 anos - um ganho de 20 anos na conservação da habilidade.

Ganho cerebral

Mais importante, os três testes nos quais os músicos apresentaram vantagens se fundamentam no processamento auditivo no cérebro, enquanto o teste monotonal não.

Isto sugere que tocar instrumentos por toda a vida compensa as alterações relacionadas ao envelhecimento no cérebro dos músicos, o que provavelmente ocorre porque os músicos usam seu sistema auditivo em um nível mais elevado em uma base regular.

Por Redação do diário da saúd

sábado, 24 de setembro de 2011

A linguagem da pessoa com deficiência auditiva - Revista ciranda da inclusão

Bullying na escola - Revista ciranda da inclusão

Formar para incluir - Revista ciranda da inclusão

SERVIÇO: Saiba como conseguir uma cirurgia de correção do lábio leporino, doença comum e cara

Você sabe o que é lábio leporino? Cientificamente falando, a condição é chamada de fissura labiopalatal. É uma abertura na região do lábio ou palato, ocasionada pelo não fechamento dessas estruturas.


Essas aberturas podem ser unilaterais (somente um lado do lábio), bilaterais (fendas dos dois lados), completas (lábio e palato), ou incompletas (somente uma dessas estruturas). Também podem variar de formas mais leves, como cicatriz, até formas mais graves, como fissuras amplas de lábio e palato. Elas também podem se associar a outras malformações, no rosto ou outras partes do corpo. A causa exata desse problema ainda é desconhecida. O que se sabe é que esse é um problema congênito, que ocorre entre a quarta e a décima semana de gestação.

Por conta da condição, a aparência da pessoa é prejudicada. Mas as consequências da fissura labiopalatal na vida de uma criança vão além da estética: a deficiência pode causar problemas auditivos, infecções crônicas, má nutrição, má formação da dentição e dificuldades no desenvolvimento da fala. Com isso, não só a saúde física, mas a psicológica fica abalada. E não são poucas pessoas que sofrem com o problema: estima-se que um em cada 650 recém-nascidos apresente a doença. Hoje, 280.000 pacientes têm a doença no Brasil.

Atualmente, graças ao aperfeiçoamento do ultrassom, o lábio leporino pode ser diagnosticado antes mesmo do parto. Isso permite que, logo após o nascimento, possa-se fazer uma cirurgia corretiva. Mas, como toda e qualquer cirurgia, ela não é barata nem fácil de conseguir. E, sem o devido tratamento, as fissuras podem provocar sequelas graves, como perda da audição, problemas de fala e déficit nutricional, além do preconceito.

É possível a total reabilitação do paciente, mas, para isso, é necessária intervenção o quanto antes. O tratamento é longo e pode envolver muitas cirurgias. Muitas dessas 280.000 pessoas brasileiras não têm condições de resolver seu problema. Sendo assim, se você conhece alguém com a doença, tente entrar em contato com a Abbott, indústria farmacêutica que está realizando a Operação Sorriso, agora no Pará.

A instituição conta com 90 mil funcionários ao redor do mundo, e vai realizar 70 operações gratuitas a portadores de lábio leporino. A Abbott ficará a cargo da capacitação de profissionais e medicamento analgésico.

A Operação Sorriso estará em Santarém de 19 de setembro (triagem de candidatos a cirurgia) a 24 de setembro (cirurgias), cumprindo a terceira missão do tipo no país em 2011.

Depois de Santarém, a Operação Sorriso estará em Manaus, em outubro. Esse ano também já realizou cirurgias em Alagoas e Rio de Janeiro.

Abbott Brasil
Centrais de Relacionamento

Para medicamentos, produtos nutricionais, produtos hospitalares e stents cardiovasculares da Abbott: 0800 703 1050, das 8h às 20h, de segunda a sexta-feira (exceto feriados).

Para medicamentos da Abbott Produtos para Saúde (anteriormente Solvay Farma): 0800 014 1500, das 8h às 20h, de segunda a sexta-feira (exceto feriados).
Para produtos de monitoramento da glicemia: 0800 703 0128, das 8h às 18h, de segunda a sexta-feira (exceto feriados).

Correspondência
Caixa Postal: 29246
CEP: 04561-990
São Paulo/SP

Fonte site Plena Mulher

Dislexia: saiba mais sobre o distúrbio

Em entrevista exclusiva à CRESCER, Hélio Magri Filho, autor do livro Sou Disléxico e Daí? (Ed. M. Books, R$ 29) e membro da Associação Brasileira de Dislexia, conta as dificuldades que enfrentou durante a infância antes de descobrir que era disléxico. Ele alerta os pais sobre os primeiros sinais que a criança demonstra e a melhor forma de lidar e tratar o distúrbio


CRESCER: Quais foram as principais dificuldades que você enfrentou quando era criança?
Hélio Magri Filho: Tive muita dificuldade para aprender e me comportar. Na escola, a leitura era um enorme problema. Não conseguia decodificar símbolos e sons nem coordenar o esforço necessário para desenhar as letras. Os números também representavam um amontoado de incógnitas sem significado. Isso afetou as minhas relações de amizade e com a minha família. Com tanta discriminação, perdi a confiança em mim e minha autoestima foi parar lá embaixo. Talvez, esse seja o maior problema que uma criança disléxica vai enfrentar durante a vida. Se não entendemos quem somos, como poderemos entender a vida como ela é? Como tudo na vida parece ter sempre um jeito, eu criava estratégias para lidar com números, evitava leituras em voz alta, alegava sempre algum mal estar súbito e outras tantas desculpas.

C: Quando você descobriu que tinha dislexia?
H.M.F.: Nos anos da ditadura saí do Brasil e fui morar no exterior. Em alguns países, os recursos são mais disponíveis, mas só aos 40 anos consegui dar nome à minha dificuldade existencial – fui diagnosticado como portador de TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperartividade), do tipo desatento, discalculia e dislexia.

C. Qual foi a atitude de seus pais?
H.M.F.: Meus pais, e acho que seja o caso da maioria deles, não entendiam e não aceitavam que isso pudesse ser alguma coisa além de preguiça. Por isso, o sofrimento – e a frustração - deles foi grande.

C: A partir de que idade uma criança começa a apresentar os primeiros sinais de dislexia? Quais são eles?
H.M.F.: A dislexia pode ser identificada nos primeiros anos escolares, após a criança ser alfabetizada. É importante que o diagnóstico seja feito o quanto antes para aumentar as chances de superar ou conviver melhor com os sintomas. Os principais sinais são dificuldade em fazer cálculos mentais, em organizar tarefas, lidar com noções de tempo e espaço. O aprendizado de ler e escrever é inconstante, assim como a dificuldade com os sons das palavras e soletração. Na hora de escrever, é comum haver trocas, omissões, junções e aglutinações de fonemas; além de fácil dispersão.

C: O que os pais devem observar no comportamento das crianças quando começam a desconfiar que ela pode ter dislexia?
H.M.F.: Na maioria dos casos de dislexia confirmados no mundo, as famílias apresentam histórico de problemas. Podem ser os pais, mães, avôs, avós, tios e até mesmo primos. O cérebro dos disléxicos é normal, mas processa informações em área diferentes daquelas usadas pelo cérebro de um não-disléxico. Portanto, de modo geral, se seu filho demonstra dificuldades em aprender alguma coisa, se você acha que ele está demorando muito a aprender a pronunciar palavras, ou que o desempenho dele deixa muito a desejar, não só o escolar, mas nas atividades em geral, observe-o com mais atenção.

C: Como é o tratamento da dislexia?
H.M.F.: Existem basicamente dois métodos de tratamento: o multissensorial e o fônico. Enquanto o método multissensorial é mais indicado para crianças mais velhas, que já possuem histórico de fracasso escolar, o método fônico deve começar logo no início da alfabetização. O mais importante é procurar ajuda especializada, como um psicólogo infantil, assim que perceber os primeiros sintomas.

Fonte site Crescer
Por Bruna Menegueço

Testes identificam distúrbios respiratórios do sono

Crianças que roncam, apresentam cansaço e dificuldades de concentração podem ter seu desenvolvimento prejudicado.


Ser saudável durante a infância é fundamental para que a na fase adulta o indivíduo tenha uma boa qualidade de vida. Para que o desenvolvimento das crianças seja adequado, vários especialistas da saúde se dedicam a esta faixa etária, inclusive a ortodontia e a ortopedia facial.

“Estas duas áreas atuam nas questões dos distúrbios respiratórios obstrutivos que forçam a criança a respirar pela boca e não pelo nariz, órgão apropriado para exercer essa função”, destaca Gerson Köhler, ortodontista e ortopedista-facial da Köhler Ortofacial.

Para o especialista, que é professor convidado da pós-graduação da UFPR desde 1988 e é pós-graduado em Ortopedia Funcional dos Maxilares, o crescimento e o desenvolvimento da face pode ser alterado devido à respiração incorreta. “A abertura crônica da boca durante o sono e também de dia prejudica o equilíbrio da musculatura do rosto. Esta ação muscular inadequada sobre os ossos faciais pode causar o crescimento incorreto da face, com a presença de problemas ortopédicos e ortodônticos, que são caracterizados, primeiro por ossos faciais com crescimento inadequado e a seguir por dentes mal posicionados nas arcadas dentárias”, explica.

Os ossos da face possuem muita plasticidade durante a infância e a capacidade de deformação neste período da vida é muito grande. Segundo Gerson, os dentes são praticamente ‘reféns’ das arcadas dentárias e se estes ossos que os sustentam são deformados, eles também irão nascer em posições inadequadas. “Além dos problemas funcionais, há ainda as questões estéticas e as influências emocionais, já que as crianças sofrem por serem diferentes das outras e ficam com complexo de feiura. Os distúrbios respiratórios obstrutivos alteram e muito a qualidade de vida da criança”, ressalta.

Por interferir tanto no desenvolvimento dos pequenos, os ortodontistas pediátricos e ortopedistas faciais – e demais médicos que atuam sobre a saúde infantil – estão preocupados com os distúrbios respiratórios obstrutivos. “Outra questão ligada a este problema é a liberação do hormônio do crescimento. Ele é liberado durante a noite, nas fases mais profundas do sono, e se o sono da criança for de má qualidade ou de pouca quantidade ela tende a ter déficit no crescimento com alterações no peso e na altura”, acrescenta.

A criança que respira pela boca por causa das obstruções nas vias aéreas superiores, como adenoide ou amígdalas hipertrofiadas, tende a roncar e acordar várias vezes durante o sono de forma inconsciente, passando a noite apenas nas fases superficiais do sono. “Isto prejudica a liberação do hormônio do crescimento. O sono das crianças deve sempre merecer atenção especial dos pais, pois é fundamental para seu correto processo de crescimento e desenvolvimento corporal e sua inerente qualidade de vida e bem-estar”, evidencia.

Juarez Köhler, especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial, que também faz parte da equipe interdisciplinar da Köhler Ortofacial, explica que estudos da área pediátrica são unânimes em afirmar que a respiração inadequada tem repercussões sobre a qualidade do sono das crianças. “O crescimento corporal e facial tem relação direta com a forma como a criança respira e também como dorme. Especialistas recomendam que na infância o horário para dormir é entre as 19:30 e 20:30 horas, fato que pela correria do mundo moderno não é levado em consideração”, observa.

Nilse Köhler, a especialista em distúrbios funcionais da face da equipe aponta que, em termos biológicos, é um absurdo as crianças ficarem acordadas até a meia-noite, por exemplo. Crianças irritadas, cansadas, com sonolência durante o dia e dificuldades de concentração na escola sinalizam que o sono não anda bem. “Para checar a qualidade de vida - diurna - das crianças em relação aos distúrbios respiratórios do sono existem questionários específicos, um deles o  OSA-18 e outro o EPSD - Escala Pediátrica de Sonolência Diurna (do Iowa Sleep Disorders Center - USA) que são aplicados por profissionais da área pediátrica em geral. De acordo com os resultados dos testes é possível identificar se está ocorrendo algum distúrbio desta natureza”, esclarece.

Por Doutor Gerson Köhler (CRO 3921 – PR
Especialista em Ortodontia e Ortopedia
Fonte site Plena Mulher

Aplicativo para iPhone e Android ajuda pessoas com gagueira

Como o cérebro prefere ouvir o som

Ciência da psicoacústica quer entender os detalhes de como o ouvido e cérebro percebem o som


Talvez inexista experiência musical mais edificante do que ouvir a ‘Aleluia’ do coro de ‘O Messias’, de Handel, executada num espaço perfeito. Muito críticos consideram o Symphony Hall em Boston – 21 metros de largura, 36 de comprimento e 20 de altura – o local perfeito.

Porém, a 4.800 quilômetros dali, um visitante conduzido pelo breu do laboratório de áudio de Chris Kyriakakis, na Universidade do Sul da Califórnia, para ouvir uma gravação da execução não teria como saber o tamanho da sala.

A princípio pareceu música elegante tocada na sala num equipamento bom. Nada especial, mas à medida que os engenheiros acrescentavam combinações de alto-falantes, o cômodo parecia crescer e a música ganhava em riqueza e profundidade, até finalmente parecer que o visitante estava sentado com a plateia em Boston.

Depois a música parou e as luzes foram acesas, revelando que o Laboratório de Áudio Imersivo da Escola de Engenharia Viterbi da USC é escuro, meio lúgubre e tem apenas 9 metros de largura, 13 de comprimento e 4 de altura.

Técnicos em acústica vêm projetando salas de concerto há mais de um século, mas Kyriakakis faz uma coisa diferente. Ele formata o som da música para se conformar ao espaço em que é tocado. O objetivo é o que Kyriakakis chama de “informação do terreno” – para reproduzir o original em todos os aspectos.

“Nós removemos a sala, para que a informação do terreno seja encontrada”, ele disse.

Kyriakakis, engenheiro elétrico da USC, fundador e diretor técnico da Audyssey Laboratories, empresa de áudio com sede em Los Angeles, não conseguiria alcançar seus resultados sem filtros modernos de som e microprocessadores digitais.

Contudo, a base de sua técnica está ligada à ciência da psicoacústica, o estudo da percepção sonora pelo sistema auditivo humano.

Uma nova ciência

“Tem a ver com nosso ouvido e cérebro, e com a compreensão de como o ouvido humano percebe o som”, disse o especialista.

A psicoacústica se tornou uma ferramenta inestimável para desenhar aparelhos auditivos, implantes cocleares e no estudo da audição como um todo.

“A psicoacústica é fundamental”, disse Andrew J. Oxenham, psicólogo e especialista em audição da Universidade do Minnesota. “É preciso saber como o sistema auditivo funciona normalmente e como o som se relaciona com a percepção humana”.

As origens desse campo de estudo remetem há mais de um século, aos primeiros esforços para quantificar as propriedades psicológicas do som. Que tons os humanos podiam ouvir e com que altura e sutileza eles precisavam ser ouvidos? O som agudo pode ser medido em hertz e o grave, em decibéis, mas outros fenômenos não eram tão facilmente quantificados. A audição humana pode discernir o movimento do som com um grau surpreendente de precisão. Ela pode distinguir o timbre e a diferença entre um clarinete e um saxofone. A audição pode se lembrar de padrões de fala, identificando imediatamente um amigo que volta a telefonar anos depois da última vez que se ouviu sua voz.

E um pai pode filtrar sem problemas o som de um filho chorando em meio à barulheira de um jogo de futebol americano passando na TV.

Finalmente, havia os imponderáveis, coisas que fazemos com nossa audição simplesmente porque podemos.

“Todo mundo sabe o som de uma bola de boliche rolando pela pista”, disse William M. Hartmann, médico da Michigan State University e ex-presidente da Acoustical Society of America. “O que existe nesse som que podemos identificá-lo?” Durante boa parte do século 20, os engenheiros se dedicaram a desenvolver equipamentos acústicos como amplificadores, alto-falantes e sistemas de gravação. Depois da Segunda Guerra Mundial, os cientistas aprenderam a usar fórmulas matemáticas para ‘subtrair’ o ruído indesejado de sinais sonoros.

Depois aprenderam a fazer sinais sonoros sem ruídos indesejados. A seguir veio o estéreo. Gravando dois canais, os engenheiros podiam localizar som para o ouvinte.

“É bastante simples”, disse Alan Kraemer, diretor tecnológico da SRS Labs, empresa de áudio de Santa Ana, Califórnia. “Se uma coisa for mais alta de um lado, você vai ouvi-la daquele lado”.

Entretanto, o estéreo não tinha psicoacústica. Ele criava uma sensação artificial de espaço com um segundo canal, mas o fazia lidando com apenas uma variável – o grave – e aumentava a percepção humana simplesmente sugerindo que os ouvintes separassem seus alto-falantes.

A era digital mudou tudo isso, permitindo que os engenheiros manipulassem o som de jeitos nunca tentados antes. Eles podiam criar sons que nunca existiram, eliminar aqueles que não queriam e usar mudanças constantes em combinações de filtro para proporcionar um som com uma fidelidade que nunca antes fora possível.

A tecnologia digital levou a inovações fundamentais para a melhoria da reprodução do som, na fabricação sob medida de aparelhos de surdez para pacientes individuais, no tratamento de deficiências auditivas e no desenvolvimento de implantes cocleares – minúsculos aparelhos eletrônicos que ligam o som diretamente ao nervo acústico de uma pessoa surda.

“Aparelhos para surdez não são iguais a óculos”, afirmou Oxenham, da Universidade de Minnesota. “A questão nunca foi apenas ouvir o som, mas também compreendê-lo e separá-lo do ruído de fundo. Nós podemos ajudar com microprocessadores. Sem eles seria impossível”.

No entanto, apesar dos avanços recentes, a psicoacústica tem mostrado aos engenheiros que eles ainda têm um longo caminho a percorrer. Até agora, nenhuma máquina pode duplicar a capacidade do ouvido humano compreender uma conversa num restaurante lotado. Segundo Oxenham, pessoas com implantes cocleares sofrem bastante com ruído de fundo.

Elas também têm problemas com percepção de agudos e em distinguir os sons de instrumentos diferentes.
‘Aros de indução magnética’, transmissores que enviam sinais sonoros diretamente para um receptor num aparelho de surdez, estão começando a ser usados em salas de concerto, locais de culto e até em cabines no metrô.

“A tecnologia está realmente crescendo”, declarou Hartmann, da Michigan State. Por causa da psicoacústica, “nós sabemos muito mais e, assim, podemos fazer muito mais”, mas “existe muito mais a fazer”.

Para ele, um fato que reduz o ritmo da inovação é que o sistema auditivo humano é “altamente não linear”. É difícil isolar ou mudar uma variável só, como o grave, sem afetar várias outras de maneiras imprevistas. “As coisas não seguem um padrão intuitivo”.

Em parte foi essa anomalia que levou Kyriakakis, na década de 1990, a se aventurar na psicoacústica. Ele, Tomlinson Holman, seu colega da faculdade de cinema da USC, e seus alunos estavam tentando melhorar as qualidades de audição de uma sala medindo o som com microfones colocados estrategicamente.

“Muitas vezes nossas mudanças eram piores do que não fazer nada”, afirmou Kyriakakis. “O microfone gostava do som, mas o ouvido humano não gostava nem um pouco. Nós precisávamos descobrir o que tínhamos de fazer, tínhamos de aprender sobre psicoacústica”.

O complicado era estabelecer parâmetros para o que soava melhor, mas não havia manual que ensinasse isso. Assim, Kyriakakis e seus alunos foram ao Boston Symphony Hall realizar uma série de testes e gravar o ‘Messias’.

Naquela época, os técnicos em acústica sabiam há tempos que uma sala de concerto em formato de caixa de sapato como a de Boston oferecia o melhor som, mas o importante para Kyriakakis era saber por que o ouvido e o cérebro, que processavam o sinal, sentiam isso.

De volta a Los Angeles, sua equipe começou uma série de experimentos simples. Ouvintes eram convidados aos laboratórios para ouvir testes de Boston, música e classificar o som, numa escala de um a cinco. Os pesquisadores trocavam o som de acordo com combinações diferentes de alto-falantes na sala.

As estatísticas mostravam que alto-falantes diretamente à frente, combinados com outros a 55 graus dos dois lados do ouvinte, geravam o cenário sonoro mais atraente. Os alto-falantes ‘amplos’ imitavam o reflexo das paredes laterais da sala de concerto fazendo o som chegar aos ouvidos do ouvinte milissegundos depois que o som da frente. Som de outros ângulos não causava um efeito tão bom.

A seguir, a equipe perguntou aos ouvintes que combinação de alto-falantes dava a melhor impressão de ‘profundidade de palco’. Novamente, a estatística mostrava uma preferência clara na frente e bem acima dos ouvintes. Esse som – também levemente atrasado – dava ao ouvido e ao cérebro a sensação de onde estavam os diferentes instrumentos no palco.

Com esses resultados em seu modelo, Kyriakakis fundou a Audyssey. Sua ideia era fazer recantos e salas de estar soarem como salas de concerto ou cinemas. Os microprocessadores possibilitavam filtrar o som para minimizar distorções e acrescentar camadas que o tornassem quase perfeito para o ouvido humano de qualquer lugar na sala.

O primeiro produto da Audyssey, o MultEQ, começou com uma configuração de cinco alto-falantes, mas para propiciar um efeito de sala de concerto integral, ela agora oferece o que Kyriakakis chama de sistema “11.2”: três alto-falantes na frente do ouvinte, dois alto-falantes elevados, dois configurados como ‘amplo’, dois levemente atrás do ouvinte e dois diretamente nas costas. Receptores de áudio e vídeo com a tecnologia MultEQ mais recente da Audyssey custam entre US$ 1.000 e US$ 2.000.

Para o ouvinte que não é sofisticado, um equipamento de som topo de linha basta, mas não é como a versão ajustada com a psicoacústica. Um videoclipe dos Eagles cantando ‘Hotel California’ soava bem para um visitante até que o diretor de hardware da Audyssey, Andrew Turner, assinalou que não havia graves quando o volume era baixo. Ele apertou um botão e o grave voltou, enriquecendo a música com um efeito surpreendente.

“No show em si, onde havia uma sala grande com muito som em volume alto, dava para ouvir os tons graves, mas aqui no estúdio, o cérebro os filtra como irrelevantes em volume baixo. Então, é preciso recuperá-los. É psicoacústica pura”.

Fonte: The New York Times

Implante coclear acessível para todos – Custo e marcação de consultas


Frequentemente as pessoas têm me enviado emails perguntando sobre 2 questões que considero de extrema importância para o futuro usuário de implante coclear. Assim sendo, resolvi postar breves comentários.

”Como faço para marcar uma consulta?”

Procure o centro de implante coclear do seu estado. Caso o estado que resida não tenha um centro especializado, procure o centro da cidade mais próxima. Caso tenha dificuldade de encontrar o centro mais próximo, recomendo consultar-se com seu habitual otorrino – e este poderá indicar-lhe quais são as opção de centros habilitados. É recomendado fazer a cirurgia no local mais próximo a cidade em que o implantado habita – uma vez que o processo de reabilitação é longo. Geralmente, a marcação de consultas é feita no Serviço de Otorrinolaringologia. Na seção “onde fazer” você poderá ver os centros públicos, e particulares, que são habilitados a realizar a cirurgia do implante coclear. Desta forma, resumidamente, o primeiro passo é marcar a consulta médica de triagem.

”Não gostaria de fazer pelo SUS a cirurgia de implante coclear do meu filho, qual seria a outra opção para realizar a cirurgia se o especialista que me indicaram não atende o meu plano de saúde?“

Atualmente, além do sistema único de saúde (SUS),  o implante coclear é coberto pela maioria dos Convênios. Caso o especialista em implante coclear eleito não seja vinculado ao seu plano (ou só atenda “Particulares”), o que ocorre com muitos pacientes, você poderá solicitar que o plano pague: i)  toda parte da cirurgia; ii) e o equipamento (o implante coclear propriamente dito) – que são as partes mais caras do procedimento. Nestes casos o paciente somente arcará com os honorários médicos (que geralmente são acessíveis). Particularmente entendo que operar pelo SUS não é problema algum, mas de qualquer forma, recomendo fazer o que lhe garantir a maior segurança e traquilidade quanto a escolha. É possível ver as pessoas sofrendo (desnecessariamente) por não ter acesso a determinado especialista – por este não atender ao plano específico que possuí. Cada caso é único e a melhor coisa a se fazer é conversar com o médico e ver a viabilidade do que comentei acima. Já vi vários casos em São Paulo e Porto Alegre como esse.  Em São Paulo, especificamente, sei que alguns centros já disponibilizam financiamentos facilitados para a parte médica da cirurgia.

Fonte site Ouvido Biônico

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Aprendendo a falar desde cedo


"A bola é lalanja". "Cadê meu binquêdo?". Qual pai ou mãe não se derrete de alegria ao ouvir a criança pronunciando algumas palavras com pequenos erros. Alguns chegam até a estimular o filho a falar dessa forma, pois soa bonitinho. Lógico que a pronúncia incompleta de algumas palavras é perfeitamente normal para uma criança entre 1,5 a 4 anos de idade, já que ainda não possui o processo de fala em estágio completo. Entretanto, é recomendado que os pais ensinem o filho a falar corretamente desde o início de vida.

A ausência de estímulos à musculatura oral pode acarretar em problemas de fala no futuro. O distúrbio na fala, caso não seja tratado corretamente, pode inclusive afetar mais tarde na alfabetização da criança.

A fonoaudióloga Jamile Elias Canetto explica que algumas atividades simples e aparentemente sem grande importância são essenciais no desenvolvimento oral do bebê. Expressões faciais como mandar beijinho para as crianças ou mostrar a língua funcionam como bons exercícios.

"A criança deve ser estimulada logo após o nascimento. Faça a seguinte atividade: converse de frente para ela e faça gestos e caretas com a boca. É engraçado que o bebê, inconscientemente, tentará reproduzir o gesto. Ao tentar copiar os movimentos labiais, a criança estará indiretamente praticando um excelente exercício de musculatura oral", informa Jamile Canetto.

Segundo a fonoaudióloga, o processo de aquisição da fala por parte da criança está totalmente ligado à educação exercida pelos pais. Para ela, pai e mãe devem orientar a criança a pronunciar a palavra corretamente, de forma suave, evitando palavras no diminutivo. "Não é interessante que os pais se comuniquem com o filho utilizando diminutivos. Além da criança ter muito mais facilidade em pronunciar 'boneco' do que 'bonequinho', ela terá mais facilidade de nomear e gravar as palavras por serem mais fáceis de falar", explica.

Falando com carinho – A correção da pronuncia não significa reprimir cada erro cometido pelo filho. Ao contrário, os pais devem ser carinhosos e explicativos, ensina a fonoaudióloga. "Se o filho diz que quer beber 'acá' (água), a mãe deve responder: - Você quer água? Vou pegar água pra você". "Com isso, a criança aprende a palavra certa, além de unir figura e palavra".

Mamadeira e chupeta - Personagens famosos do mundo infantil, a mamadeira e a chupeta não são indicadas na aquisição da fala, pois a língua não é estimulada a buscar o alimento, como acontece quando o nenê é amamentado. "Não há o que negar os benefícios gerados pela chupeta e mamadeira em outras situações. Porém, no que se refere ao desenvolvimento da fala, o trabalho de sucção é prejudicado pela presença do bico desses acessórios", define Jamile Canetto.

Audição – Problemas auditivos também influem no desenvolvimento da fala. A criança com algum tipo de inflamação no ouvido, como a otite, por exemplo, costumam apresentar desatenção por não ouvir direito, o que dificulta no processo de aprendizagem das palavras.

Fonte Site Guia do Bebê
 Por Bruno Rodrigues

domingo, 4 de setembro de 2011

Hábitos Orais Deletérios

Como lidar com os Hábitos Orais Deletérios

A primeira e talvez a mais importante forma de fazer com que não ocorra o hábito oral deletério é a amamentação no seio materno. O bebê que mama no peito normalmente sacia sua necessidade de sucção e não desenvolve hábitos orais deletérios.

Quando esses hábitos acontecem exige-se algumas condutas:
  • Para que a criança pare de chupar chupeta, aconselha-se não colocar a sua disposição várias delas, e sua remoção deve ser gradativa, diminuindo e delimitando o tempo de uso. Uma dica é furar a ponta da chupeta para que não seja tão prazeroso o ato de sugá-la.
  • Manter as unhas das crianças sempre cortadas pode evitar que a criança adquira o hábito de roê-las.
  • Para tentar fazer com que pare de chupar o dedo, ofereça sempre mordedores, preferencialmente gelados (coloque-os na geladeira antes de oferecer à criança). Assim a criança se entreterá com o mordedor e esquecerá o dedo.
  • Sempre que a criança estiver com o dedo na boca, não recrimine, apenas tente distraí-la para outra atividade que tenha que fazer uso das mãos.
  • Ofereça à criança copos coloridos e diferentes para tentar substituir o uso da mamadeira.

Lembre-se: A solução definitiva para acabar com o hábito da criança é descobrir e eliminar as causas que estão gerando esse hábito, sabendo que muitos deles ocorrem por problemas emocionais deve-se introduzir um novo hábito para eliminar o antigo. Este novo hábito pode ser um novo esporte, um novo livro ou um novo brinquedo.


Fonte Fonorientando