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Linguagem: quando é preciso consultar um fonoaudiólogo?

Especialistas explicam quais sinais indicam atrasos na fala A maior parte das crianças começa a falar por volta dos 12 meses....

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Respiração oral



Tratamento

O fonoaudiólogo deve determinar, depois de receber o histórico do caso e examinar a cavidade oral, se há necessidade de encaminhamento a um médico para uma avaliação mais completa.

Caso conclua que o hábito pode ser apenas funcional, ajudará o paciente a eliminá-lo, numa primeira etapa do tratamento da deglutição atípica. Se não, encaminhará o paciente a um otorrinolaringologista ou alergista.

Os respiradores bucais podem ser tratados com sucesso através de terapia fonoaudiológica, cirurgia, medicação, placa oral, aparelho de Andresen, Bionator, e uma faixa de queixo (tanto do tipo usado pelos ortodontistas nos casos de má oclusão de classe III, como aquela vendida comercialmente como uma mascara "anti-ronco").

A dificuldade com estes dispositivos começa quando o paciente deixa de usá-los. O importante é que se realize uma retirada gradativa, pois assim, as chances de êxito são maiores. Caso o uso for interrompido bruscamente, há muitas chances do retorno aos hábitos antigos.

O tratamento do respirador bucal baseia-se em reeducar a musculatura oral, pois se não o habito residual poderá persistir. Assim, segundo Marchezan (1994) refere ser a terapia o foco para a aprendizagem do "uso do nariz", não esquecendo que devemos sempre orientar a família.

A primeira etapa do tratamento fonoaudiológico é a de esclarecer ao paciente e a sua família a respeito de respiração bucal, mostrando o padrão adequado e apresentando. Portanto, trabalhamos a conscientização, para depois podermos trabalhar o sistema sensório motor oral e as funções do sistema estomatognático, sempre respeitando a individualidade do paciente.

A colaboração da família é de extrema importância para o sucesso do tratamento. A maneira pela qual a família visualiza a terapia também tem influencia sobre o desempenho da criança.

Os exercícios que serão citados são exemplos de como podemos intervir na reabilitação do respirador bucal. Vários métodos são utilizados por profissionais especializados com resultados satisfatórios.

Para aumentar a tonicidade dos lábios, utilizamos o exercício do botão (ou escudo labial ou exercitador dos lábios), o exercício da colher, o do lápis e o haltere labial.

Exercício do botão (ou escudo labial ou exercitador dos lábios): A paciente segura por trás dos lábios e diante dos dentes um botão preso a um fio dental. O terapeuta puxa o fio enquanto o paciente tenta manter o botão preso a boca com a força dos lábios.

Exercício da colher: O paciente deve segurar a extremidade de uma colher de plástico no centro dos lábios, mantendo-a no plano horizontal. Quando for alcançada essa posição, o terapeuta coloca um peso sobre a colher e o paciente deve tentar equilibrá-la com a força dos lábios, efetuando a função de contrapeso.

Exercício do lápis: O paciente deve segurar o lápis no meio dos lábios sem abaixá-lo nem levantá-lo enquanto o terapeuta conta até 8. O exercício se repete aumentando-se a conta até chegar a 15.

Exercício do haltere labial: O paciente coloca o haltere labial entre os lábios e fica durante o máximo de tempo que conseguir.

A partir deste momento, vai aumentando a quantidade de tempo de permanência do haltere nos lábios, até adquirir uma tonicidade adequada.

Para alongar o lábio superior, utilizamos os exercícios de morder o lábio superior, da máscara, do garrote e massagens.

Exercício de morder o lábio superior: É realizado com os dentes da arcada inferior, onde o paciente deve segurar e manter o lábio superior.

Exercício da máscara: O paciente deve prender todo o lábio superior com os dedos e tentar estira-lo para baixo o máximo possível, em direção ao lábio inferior. Depois de alcançar essa posição, deve tentar mantê-la.

Exercício do garrote: O paciente deve manter o garrote debaixo do lábio superior, enquanto permanece com os lábios selados.

Massagens: São realizadas para ajudar a estirar o lábio superior. Deve ser realizada logo abaixo das narinas no sentido do seu fechamento, ou seja, para baixo. A massagem deve ser realizada com certa pressão e de modo sistemático.

Para o selamento labial, utilizamos retalhos de hóstias (ou clips ou elástico ortodôntico) e micropore.

Retalhos de hóstias (ou clips ou elástico ortodôntico): O paciente deve manter entre os lábios um pedaço de retalho de hóstia, inicialmente por alguns minutos diários e depois ir aumentando esse tempo.

Micropore: Antes de dormir o paciente sela os lábios com duas tiras de micropore em forma de X.

Pode utilizar ao invés de micropore para dormir o retalho de hóstia.

Para a mobilidade dos lábios, os exercícios dependerão da dificuldade que o paciente apresenta. Não realizamos essa série de exercícios com todos os pacientes, somente os exercícios que precisarem ser estimulados: vibração dos lábios, estirar e projetar os lábios com os dentes ocluídos, movimentos laterais dos lábios, elevar o lábio superior mostrando a arcada dentária superior e abaixar o lábio inferior mostrando à arcada dentaria inferior.

Para a mobilidade da língua, utilizamos estalos com a ponta da língua, elásticos, argolas de metal ou plástico, estreitar e alargar a língua, movimentar para os lados e vibração da língua.

Estalos com a ponta da língua: O paciente estala a língua contra o palato duro, elevando sua parte anterior.

Elásticos: Dobramos o canudo pelo meio e introduzimos um elástico ortodôntico até a sua parte central. O paciente deve introduzir o elástico na ponta da língua e tentar soltá-lo estreitando-a e movimentando-a para trás.

Depois se trabalha a parte média da língua realizando as mesmas etapas. O objetivo deste exercício é que o paciente aprenda a estreitar a língua, controlando a musculatura transversa. Depois de aprendido o exercício, será necessário executar os movimentos de alargar e estreitar a língua, sem apoiá-la nos lábios ou nos dentes.

Argolas de metal ou plástico: O paciente deve tentar introduzir a ponta da língua dentro das argolas, sem apoiá-las nos lábios ou nos dentes. Inicia-se com argolas de diâmetro grande e depois se passa às menores.

Estreitar e alargar a língua: O paciente deve estreitar e alargar a língua sem movimentá-la para trás ou para frente. Esta deve estar fora da boca e a ponta apoiada em um depressor.

Movimentar para os lados: Estirar a língua em ponta e movimentá-la em direção as comissuras labiais direita e esquerda sem chegar a tocá-las. A língua não pode estar apoiada nos lábios e a mandíbula não pode se mover (se for necessário durante os primeiros exercícios, pode-se segurar a mandíbula com a mão até que o paciente seja capaz de controlar seus movimentos). Repetir os exercícios elevando a ponta da língua ate o nariz e baixando-a em direção ao mento.

Vibração da língua: Esse exercício estimula a mobilidade.

Para aumentar a tonicidade, utilizamos exercício muscular do papinho, exercício de resistência, depressor de madeira e deglutição reflexa.

Exercício muscular do papinho: O paciente deve elevar a ponta da língua e apoiá-la no centro do palato duro, empurrando sobre este várias vezes. Este exercício deve ser realizado com os dentes em oclusão, e trabalha a ponta da língua e os músculos do assoalho da boca.

Exercício de resistência: Esse exercício trabalha a língua e os músculos do assoalho da boca. É realizado com a ponta da língua apoiada na papila palatina, onde o paciente tenta abrir e fechar a boca fazendo força com a língua para que a boca não se feche.

Depressor de madeira: O paciente deve empurrar com a ponta da língua o depressor que o terapeuta segura realizando uma força em sentido contrario.

Deglutição reflexa: Esse exercício trabalha a parte posterior. Prende-se a ponta da língua e simultaneamente injeta-se água contra o palato. O paciente deve deglutir a água movendo a parte posterior da língua e os músculos do esfíncter velofaríngeo.

Para a posição de repouso: mantemos a língua posicionada contra o palato duro durante 10 minutos. Pode-se utilizar um pedaço de hóstia ou elástico ortodôntico na papila palatina para auxiliar na concentração do paciente. O paciente deve aumentar gradativamente este tempo.

Para o freio lingual, utilizamos os seguintes exercícios: estalar a ponta da língua e estirar a língua.

Estalar a ponta da língua: Esse exercício trabalha a elasticidade do freio lingual. O paciente deve realizar estalos com a ponta da língua contra o palato duro, mantendo a boca aberta.

Depois, repete-se o exercício com os dentes em oclusão. Após, é necessário realizar uma forte sucção da língua contra o palato duro, abrindo e fechando a boca, sem deixar de manter a língua succionada.

Estirar a língua: O exercício é realizado com a boca aberta, onde o paciente deve estirar a língua o máximo possível, sem tocar nos dentes ou nos lábios.

Para trabalhar os músculos masséteres, realizamos os seguintes exercícios: exercício do garrote e contração e relaxamento dos masséteres.

Exercício do garrote: Esse exercício é realizado para a estimulação do tono do músculo masseter. Utiliza-se um garrote de 15 cm de comprimento para morder, este é colocado no lado direito sobre os molares e depois no lado esquerdo. Deve-se morder de 15 a 20 vezes de cada lado.

Contração e relaxamento dos masséteres: O paciente deve tratar de vencer a força realizada pelos dedos indicador e médio, colocados na região anterior da arcada inferior, que pressionam a mandíbula para baixo. Deve-se realizar uma força para conseguir o fechamento mandibular.

Os bucinadores são trabalhados através de sucção da seringa. Este exercício consiste em encher uma seringa de 5 ml de água, inseri-la parcialmente dentro da boca e succionar a água sem empurrar o êmbolo com a mão. Esse exercício trabalha os bucinadores e o véu palatino. Pode ser realizado também com iogurte ou sucos.

Para trabalhar o palato mole, realizamos exercícios com estímulo frio, sucção, deglutição reflexa, bocejo e articulação dos fonemas posteriores /k/ e /g/.

Estímulo frio: Injetar um jato de água fria (com uma seringa) no centro do palato mole, enquanto o paciente emite o fonema /a/. Esses jatos devem ser curtos para provocar o estímulo de contração da musculatura.

Sucção: Esses exercícios serão descritos na seção "sucção".

Deglutição reflexa: Já descrita nos exercícios de língua.

Bocejo: Provocamos bocejos abrindo a boca e realizando uma inspiração profunda (via bucal), para que o paciente observe a elevação do véu.

Articulação dos fonemas /k/ e /g/: O paciente apoia a nuca com as mãos realizando pressão para frente. No momento da articulação dos fonemas, deve-se mover a cabeça no sentido contrário. Esse exercício auxilia o fechamento do esfíncter velofaríngeo.

Quanto aos músculos da articulação temporomandibular (ATM), os exercícios que atuam sobre os músculos que movimentam a ATM são realizados pelos cinesiologos para as patologias dolorosas dessa articulação. Esses exercícios trabalham a contração dos músculos agonistas para provocar o relaxamento dos antagonistas, mediante de técnicas de mobilização e outras mais.

Citaremos abaixo os exercícios para se trabalhar as funções orofaciais (sucção, respiração, mastigação, deglutição e articulação da fala).

Para trabalhar a sucção, podemos utilizar o exercício com a chupeta ortodôntica, onde o paciente realiza sucções enquanto o terapeuta segura o aro da chupeta e exerce uma leve força para fora e com a dedeira de látex, onde colocamos uma dedeira de látex no dedo indicador (do terapeuta e do paciente), o paciente deve succionar o dedo do terapeuta e ao mesmo tempo o terapeuta succiona o seu.

Dessa forma o paciente sentirá como o terapeuta realiza a sucção, e este conduzirá sua língua estimulando seus movimentos de frente para trás. Pode-se utilizar pós de sabores diferentes para estimulação.

Podemos dividir o trabalho da respiração em duas etapas: a primeira é realizada com treino da respiração nasal e a segunda com treino do tipo respiratório.

Para o treino da respiração nasal, trabalhamos com um espelho tipo Glatzel, um espelho pequeno e automatização.

Espelho tipo Glatzel: O paciente deve realizar inspirações e expirações com a boca fechada, deixando marcada a superfície do espelho. Depois deve inspirar o ar por uma narina e expulsá-lo pela outra, alternando as narinas.

Espelho pequeno: Coloca-se um pequeno espelho embaixo do nariz, onde o paciente deve realizar respirações alternando o ritmo e a duração das mesmas.

Automatização: O paciente deve manter um pedaço de retalho de hóstia, clips ou elástico ortodôntico entre os lábios enquanto realiza alguma atividade como ver televisão, ler, etc., aumentando progressivamente a duração.

Para o treino do tipo respiratório, trabalhamos em decúbito dorsal e sentado.

Em decúbito dorsal: O paciente inspira pelo nariz e coloca a mão sobre o diafragma para sentir sua expansão e elevação; depois segura à respiração e expira lentamente pela boca, controlando o fluxo de ar. Após, deve colocar as mãos lateralmente sobre as costelas para sentir a expansão.

Sentado: o paciente inspira pelo nariz, provocando a expansão costodiafragmatica e o expulsa contando de maneira pausada até 4; depois repete o exercício avançado progressivamente a conta até chegar a 15. Durante todos os exercícios respiratórios devemos levar em conta a postura do pescoço e dos ombros.

Orientamos o paciente em relação à mastigação para que esta seja realizada com a mordida anterior, mastigando os alimentos com os lábios selados, alternando os lados e triturando os alimentos na zona dos molares (posteriormente).

Quanto à deglutição, iniciamos com o treino de líquidos para depois passar ao treino da deglutição de saliva. Com uma seringa damos um jato de água à boca do paciente, que deve deglutir seguindo a seqüência abaixo:

Com a boca aberta: O paciente deve posicionar a água no centro da língua, apoiar sua parte anterior nas papilas palatinas e, com a boca aberta, apertá-la contra o palato realizando movimentos ondulatórios de frente para trás para levar a água até a faringe. Esse movimento só é conseguido por meio da elevação do osso hióide, por isso é necessário posicionar a mão do paciente debaixo da mandíbula para que perceba essa elevação. Realizamos essa primeira etapa com a boca aberta para estarmos seguros da posição da língua.

Com os dentes em oclusão: O paciente utiliza essa posição, ainda com os lábios separados, mas com os dentes em contato e repete os mesmos movimentos anteriores. Nessa fase ocorre a contração dos músculos masseteres.

Com os lábios fechados: Com os dentes em oclusão, repete-se os mesmos movimentos. Nessa fase, além da contração dos masseteres, constata-se a ausência de mímica perioral ou de movimentos de cabeça.

Para variar o exercício anterior, o paciente mantém uma bala na boca para provocar salivação. Deve juntar a saliva, ocluir os dentes e realizar os mesmos movimentos do exercício descrito. Logo após passamos aos alimentos pastosos e realizamos as mesmas etapas.

No que diz respeito à articulação da fala, os transtornos articulatórios miofuncionais tem relação com os maus hábitos orais, com as anomalias estruturais dos órgãos fonoarticulatórios e com a alteração das funções orofaciais.

O sigmatismo anterior está associado a hábitos como sucção de dedos ou de outros objetos, ao uso da chupeta, entre outros. É freqüente em respiradores bucais.

O sigmatismo lateral também tem relação com a sucção de dedos e da língua e está presente nas mordidas abertas laterais.

Na reabilitação dos sigmatismos é de extrema importância o trabalho de reabilitação oral, além da reeducação do posicionamento lingual e do direcionamento da corrente aérea durante a articulação de determinados fonemas.

As dificuldades na pronúncia do fonema /r/, se devem a pouca habilidade do ápice lingual ou a falta de elasticidade do freio, que também pode ser curto. O trabalho no sentido de melhorar a mobilidade e a tonicidade da língua e a elasticidade do freio é muito importante para o sucesso da reabilitação.

É freqüente a observação de pacientes que articulam quase sem mover a boca e/ou a língua, produzindo uma fala pouco clara. Treinamos então a pronúncia lenta e a articulação ampla.


Autora: Mila Weissbluth Frejman


Data do artigo: Outubro/2000

quinta-feira, 27 de maio de 2010

A família e os hábitos orais viciosos na infância


Prevenção e orientação fonoaudiológica

Garcia (1994) afirma que qualquer problema de saúde ou no desenvolvimento da criança pode desequilibrar o sistema familiar. Portanto, a criança fica exposta a um ambiente carregado de sentimentos de ansiedade, negação, culpa, superproteção ou isolamento que poderão acentuar ainda mais a situação. Por isso, é importante focalizar a família como fator imprescindível para o bom desenvolvimento da criança.

Proença (1996) sugere que as barreiras de motivação e percepção, assim como a rede de influências sociais quanto aos hábitos viciosos, devem ser destruídas por meio de estratégias e modelos culturais adequados a cada grupo. Para ela, após a fase de lactação, o trabalho fonoaudiológico preventivo deve voltar-se para a aquisição e desenvolvimento da comunicação, em especial, à contribuição do ambiente familiar para sua adequação.

Sobre prevenção e orientação, Lauermann e Wertzner (1994) acreditam em trabalhar com os pais e não com as crianças, com o objetivo de atender a comunidade suprindo-a com informações para que possam usá-las com qualquer indivíduo de seu grupo. Portanto, desenvolve-se um trabalho educativo de orientação a pais, já que educação sanitária nada mais é do que qualquer procedimento que possa dar condições para que o indivíduo tenha harmonia física, mental, social e cultural, para ter uma boa ralação com seu grupo.

A orientação aos pais parte de dúvidas ou problemas trazidos pelas famílias, além da observação do fonoaudiólogo que vai determinar as necessidades de cada grupo e nortear as discussões sobre as formas de se eliminar fatores que interferem na aquisição e desenvolvimento do indivíduo, constituindo-se, assim, a prevenção fonoaudiológica.

Acredita-se que as orientações capacitam os pais a tornarem-se agentes estimuladores da comunicação, assim como, dá-lhes parâmetros para que detectem alterações da comunicação e possam providenciar os recursos necessários para a sua adequação.




Por: Fga. Denize Casanova
Fonoaudióloga especialista em Motricidade Oral – Fonoaudiologia Hospitalar

A relação da Fonoaudiologia com o AVC (Acidente Vascular Cerebral)


AVC: segunda causa de morte no mundo




Conhecido popularmente como derrame, o AVC (Acidente Vascular Cerebral), segundo pesquisas, é tido como a segunda maior causa de morte no mundo.

O AVC, segundo o dicionário médico, é definido como uma manifestação, muitas vezes súbita, de insuficiência vascular do cérebro de origem arterial: espasmo, isquemia, hemorragia, trombose (Manuila, Lewalle e Nicoulin, 2003) que geralmente afeta a maioria idosa, porém, baseado em pesquisas, existe uma percentagem de 20% dos AVC’s que ocorrem em indivíduos abaixo dos 65 anos.

Independente da faixa etária das pessoas nas quais a doença se instala, apresentam como causas mais comum que originam o AVC, situações como os trombos e o embolismo (Enfartes cerbrais), hemorragia secundária ao aneurisma, anormalidades do desenvolvimento, hipertensão arterial, hemorragia cerebral, malformação dos vasos sanguíneos, tumores cerebrais, traumas e outras situações diversas.

É de suma importância ressaltar que a eficiência em prestar socorro à vítima de AVC é de grande importância, pois segundo estudiosos da área, a chegada ao médico até três horas após o início dos sintomas possibilita maior chance de cura, em especial nos casos de derrame isquêmico.

Por meio de medicamentos é possível dissolver o coágulo que obstruiu o vaso sangüíneo e permitir que o sangue volte a circular normalmente. Quando tardio o atendimento, a possibilidade de cura sem seqüelas vai depender da localização e do tamanho da área do cérebro que foi atingida.

Considerando o alto comprometimento das funções neuromuscular, motora, sensorial, perceptiva e cognitivo-comportamental, o fonoaudiólogo irá propiciar a reabilitação das funções comprometidas parcialmente ou totalmente, dependendo do grau de comprometimento da área afetada.

Quando a lesão é no Hemisfério Esquerdo (Hemiplegia Direita) ocorrem principalmente afasias, apraxias ideomotoras e ideacionais, alexia para números, descriminação direita/esquerda e lentidão em organização e desempenho.

Quando é no Hemisfério Direito (Hemiplegia Esquerda), ocorre alteração viso espacial, auto negligência unilateral esquerda, alteração da imagem corporal, apraxia de vestuário, apraxia de construção, ilusões de abreviamento de tempo e rápida organização, desempenho entre outros.

Vale ressaltar que o fonoaudiólogo na reabilitação de pacientes portadores de AVC atua de forma multidisciplinar, garantindo uma melhor qualidade de vida do paciente.

Profissionais como médicos neurologistas, fisioterapeutas, nutricionistas e psicólogos atuam intensamente em parceria com fonoaudiólogo, com o objetivo de adequar o mais breve as funções alteradas.

Lembrando que cada paciente apresenta seu próprio limite de resposta ao tratamento, limite esse que deve ser respeitado pelo profissional em parceria com a família.


Por Elen Cristine C. Caiado
Graduada em Fonoaudiologia e Pedagogia
Equipe Brasil Escola

Filtro Solar - por Pedro Bial

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Dia das Comunicações


Pessoas do mundo todo se comunicam facilmente

No dia 05 de maio é comemorado o dia das comunicações, data de nascimento de Marechal Rondon, responsável pela instalação de mais de dois mil quilômetros de linhas telegráficas em nosso país.

Comunicar é o ato de trocar conhecimentos, divulgar uma ideia, notícia ou informação, tornando outras pessoas cientes de um determinado assunto.

Para que aconteça a comunicação, é preciso que existam três elementos essenciais: um emissor, um receptor e a mensagem a ser transmitida. Durante a conversa as pessoas trocam os papéis, passam de emissores para receptores o tempo todo.

Um dos elementos principais para a comunicação foi a invenção de Gran Bell, o telefone. Antes dele, as pessoas enviavam mensagens através de cartas ou de mensageiros, essas demoravam muito para chegar.

Os avanços tecnológicos facilitaram muito a vida moderna e têm auxiliado na transmissão das informações, onde as mesmas acontecem de forma mais rápida e eficiente. Hoje em dia, além da comunicação pessoal, podemos nos comunicar por bip, celular, pager, e-mail, recursos de comunicação eletrônica. Os sites de conversas possibilitam que as pessoas se comuniquem de qualquer lugar do mundo, no mesmo momento. Não podemos esquecer a importância dos jornais e revistas, que também levam informação às pessoas.

Mas não é só dessa forma que acontece a comunicação. Ao assistirmos televisão ou filme no cinema, estamos como receptores de informações. Os panfletos entregues nas ruas e os outdoors espalhados pelas cidades também trazem informações, deixando-nos na qualidade de receptores.

Existem ainda as formas de comunicação especiais, para pessoas que não podem fazê-las na forma mais convencional, através da fala, da leitura ou da escrita. A linguagem para os deficientes auditivos (surdos/mudos) é chamada de libras e é feita através de sinais com as mãos. Os deficientes visuais se comunicam normalmente através da fala, porém para a leitura, utilizam a comunicação em braile, identificando códigos em alto relevo, através das mãos.

Nas famílias, a comunicação acontece de forma simples, não informal, os costumes e tradições são passados de geração a geração, mantendo e preservando a cultura da família por longos anos.

Antigamente a comunicação era mais contida, os pais conversavam pouco com os filhos, mas hoje isso mudou muito, pois conseguem manter um relacionamento mais aberto, mais amigável.

Nos órgãos do poder executivo do governo brasileiro, existe um ministério responsável por essa área, o Ministério das Comunicações, onde o presidente da república escolhe uma pessoa, de sua confiança, como ministro, sendo o responsável pela área. Os principais objetivos desse órgão são: “proporcionar à sociedade Brasileira acesso democrático e universal aos serviços de telecomunicações, radiodifusão e postais, privilegiando a redução das desigualdades sociais e regionais, o desenvolvimento industrial-tecnológico competitivo, a expansão do mercado de consumo de massa e a gestão sustentada do meio ambiente.”

Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola

segunda-feira, 24 de maio de 2010

As fonoaudiólogas

20 de maio de 2010

Estou passando por uma experiência excitante: a fonoaudióloga Isabela Menegotto, do Mãe de Deus Center, está adaptando à minha orelha esquerda um aparelho auditivo que está fazendo com que eu volte a ouvir todos os sons que já não me eram mais familiares, depois de tantas perdas auditivas ocasionadas por tumores e cirurgias.

Inicialmente, tive um choque de realidade: há muito tempo eu não escutava mais pela minha orelha esquerda, para me readaptar à audição total estou tendo pequenos embaraços, mas sinto-me num mundo maravilhoso de sonho ao recuperar os sons a que não estava mais acostumado.

Quanto som perdido! Quanta vida perdida. Agora estou aqui nesta sala onde escrevo ouvindo todos os sons que me cercam, aproveitando todas as palavras que os outros pronunciam, parece que ingressei num plano de realidade que me era há muito tempo desconhecido, sinto que minha vida pode se tornar agora muito mais útil e agradável.

Que bela invenção este aparelho auditivo.

Como diz outra fonoaudióloga, também Isabela, mas Gomes de sobrenome, é comum encontrar nas ruas pessoas usando óculos, mas não é isso o que acontece na deficiência auditiva. Apenas 40% das pessoas com perda auditiva reconhecem que ouvem mal.

A falta de informação e o preconceito fazem com que a maioria dos deficientes auditivos demore, em média seis meses, para tomar uma providência.

Ao sentir alguma dificuldade para ouvir, a pessoa deve consultar um especialista, que irá avaliar a causa, o tipo e grau da perda auditiva.

A partir do resultado dos testes, como o de audiometria, será indicado o tratamento mais adequado.

Muitas vezes o uso do aparelho auditivo resolve o problema.

Eu sempre pensei que houvesse demérito estético em usar aparelho auditivo. Mas atualmente existem aparelhos modernos, pequenos e quase imperceptíveis, como este que a Isabela Menegotto está testando na minha orelha.

Ao contrário do que pensei, este aparelho da minha orelha esquerda está me ajudando e, na marcha que vai, acabará solucionando o meu problema de forma esplêndida.

Por que não fazer uso dessa tecnologia e ouvir melhor, sentindo-se mais confiante para conversar com os familiares, amigos e colegas de trabalho?

O aparelho auditivo, dizem as fonoaudiólogas especializadas, contribui para melhorar a autoestima, proporcionando bem-estar, liberdade, alegria de viver e qualidade de vida.

Esse minúsculo aparelho que uso agora em minha orelha esquerda é discretíssimo. Mas ele está realizando o milagre de me trazer de volta para um mundo que não imaginava que iria assim redescobrir.

Eu mesmo posso, com toques sutis, regular o volume de som que quero ouvir, escolher se quero usá-lo, com um mínimo toque digital, para ouvir música, televisão ou para as relações normais.

Estou impressionado de que como pode caber tanta tecnologia num aparelhinho tão pequeno, ainda mais que vi a fotografia das trompas que Beethoven usava para ouvir e passei a me considerar um privilegiado ao conseguir recuperar o sentido da audição em uma das minhas duas orelhas sem qualquer agressão à minha aparência, como naquelas enormes geringonças ostensivas que o grande compositor alemão usava.

Como pode, por sinal, o maior gênio da música clássica universal ter sido surdo? Dá para entender?


Postado por Paulo Sant'Ana

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Disfonia Infantil


Crianças também podem apresentar alterações na voz

As crianças costumam abusar de suas vozes freqüentemente. Basta observar um recreio escolar, por exemplo. Os pais das crianças com distúrbio na voz - Disfonia, geralmente as descrevem com as seguintes características: não param, gritam muito, são difíceis de lidar, falam o tempo todo e não conseguem falar baixo. Às vezes, apresentam uma piora da voz após as atividades físicas, períodos de forias e acampamentos.

Alguns pais percebem o esforço físico utilizado para a produção da voz dos seus filhos e referem que "dá aflição olhar, as veias do pescoço saltam!".

Os fatores que podem causar predispor ou agravar a Disfonia Infantil são:

Hábitos Vocais Inadequados:

São hábitos que a criança desenvolve na tentativa de compensar sua produção de voz ineficiente.

Fatores Ambientais Físicos e Psicológicos:

Observar o tipo e a localização da casa e da escola, a poluição atmosférica e a competição sonora, pois esses fatores podem obrigar a criança a usar esforço e intensidade vocal excessivos. Quanto ao ambiente psicológico é importante observar a qualidade da relação familiar, porque geralmente crianças que "não se sentem ouvidas" procuram ganhar seu espaço, através da voz.

Estrutura da Personalidade:

A ansiedade é o fator da personalidade que mais tem sido relacionado ás disfonias infantis.

Inadaptação Fônica:

O aparelho que produz a voz é formado por várias estruturas; se algumas dessas estruturas não funcionar bem, a voz, certamente ficará comprometida.

Fatores Alérgicos:

Os processos alérgicos que acometem o sistema respiratório como rinite ou sinusite podem conseqüentemente prejudicar a produção da voz.

Por todos estes fatores, é comum crianças apresentarem hábitos indevidos na utilização de sua voz.

Por isso, ao se perceber alterações constantes como rouquidão, esforço para falar ou até mesmo perda da voz nos seus filhos, é importante procurar um Fonoaudiólogo para as devidas orientações.






Ana Cláudia Moreira Fonseca - Fonoaudióloga
Anna Beatriz Ulmi Martins de Siqueira - Fonoaudióloga
Beatriz Helena Silveira Dozzi - Fonoaudióloga
Eunice Palma da Silveira Teixeira - Fonoaudióloga

terça-feira, 18 de maio de 2010

Gagueira




A gagueira ou disfemia é um distúrbio ou transtorno de linguagem que faz com que a pessoa repita sílabas e faça pausas durante a pronúncia de uma palavra. Tal transtorno além de dificultar a comunicação da pessoa faz com essa se sinta diferente das outras, diminuindo seus diálogos dentro e fora de casa.

Inicia-se entre 2 e 5 anos de idade com uma gagueira normal, já que falam há pouco tempo e não se sentem seguros ao pronunciar frases montadas. Nessa fase é que a gagueira pode ser fixada (caso seja psicológica). Não se sabe ao certo as causas para este distúrbio que pode ter ligações a fatores genéticos, psicológicos e neurológicos.

A gagueira genética é provocada por uma disfunção de áreas cerebrais responsáveis pela fala ou por alterações estruturais nestas áreas. A gagueira psicológica é adquirida, ou seja, desenvolve quando a pessoa tem pais ansiosos, exigentes e agressivos, quando a pessoa passa por momentos traumáticos como acidentes, assalto, estupro, etc., problemas insuportáveis que geram conflitos interiores e outros que são liberados na hora de falar. A gagueira neurológica é mais rara, porém pode ser detectada facilmente, pois esta é a única forma de gagueira que não melhora ao cantar, ao interpretar ou ao mudar a tonalidade de voz.

A gagueira classificada como psicológica deve ser tratada com um psicanalista que estudará o caso e aplicará o tratamento adequado. Já a gagueira genética e neurológica deve ser tratada com um fonoaudiólogo que deverá fazer uma avaliação e logo após iniciar terapias planejadas.




Por Gabriela Cabral
Equipe Brasil Escola

quinta-feira, 13 de maio de 2010

O papel do outro na escrita de sujeitos surdos


Publicado por Marcos Vinhal Campos
em 24 de maio, 2007

Livro da fonoaudióloga Ana Cristina Guarinello evidencia o papel exercido pelo outro na produção escrita dos surdos. Partindo de intensa pesquisa, a autora demonstra que é fundamental que esse outro tenha o domínio da língua de sinais para que a experiência com a linguagem escrita possa ser compartilhada de forma mais efetiva.

Tendo acompanhado, por meio da prática clínica, a dificuldade dos surdos na escrita da língua portuguesa padrão, a fonoaudióloga Ana Cristina Guarinello elaborou uma proposta de trabalho para auxiliá-los em sua produção textual. Sua análise demonstra que o surdo é capaz de escrever e aproximar seu texto do português padrão, desde que tenha a oportunidade de interagir com a escrita por intermédio de atividades específicas e trabalhos de parceria e atribuição de sentidos pelo leitor ouvinte. No livro “O papel do outro na escrita de sujeitos surdos” (Plexus Editora, 152 pp., R$ 28,90), a autora destrincha sua tese e dá uma importante contribuição para a área da surdez.

Ana Cristina dedica o primeiro capítulo, “Estudos sobre a surdez: concepções e práticas”, ao resgate da trajetória de iniciativas e tendências no ensino do surdo, de sua origem até a atualidade. É “uma breve revisão histórica sobre a educação dos surdos, destacando o lugar relevante que o desenvolvimento da fala sempre ocupou e o papel secundário que foi ocupado pelo ensino da linguagem escrita”, diz.

No segundo capítulo, “A proposta bilíngüe: língua de sinais e escrita”, a autora ressalta a importância de se coordenar os recursos de expressão pela língua de sinais e pela língua da comunidade majoritária em benefício do aluno. Referindo-se a estudos que indicam ser a produção de textos por surdos influenciada pela gramática da língua de sinais e pelas experiências com a língua portuguesa, Ana Cristina afirma que essa proposta “é considerada uma abordagem educacional que se propõe a tornar acessível à criança surda duas línguas no contexto escolar”. Essa constatação surgiu, segundo ela, com base em reivindicações dos próprios surdos pelo direito à sua língua, bem como em pesquisas sobre as línguas de sinais.

A tese de doutorado da autora, que dá origem ao livro, é apresentada no capítulo “Trabalhando a escrita na surdez”. Ana Cristina conta sua experiência com quatro sujeitos surdos, com idade entre 11 e 15 anos, que atendeu como fonoaudióloga pelo período de dois anos. Passo a passo, ela relata como foi o trabalho com cada um dos pacientes, com os quais utilizava textos de jornais, revistas, livros e gibis, entre outros, em intensivos exercícios. “Em todas as sessões procurou-se enfatizar a escrita em contextos significativos, nos quais a pessoa surda fosse capaz de interiorizar a língua portuguesa e perceber sua funcionalidade”. Tabelas, quadros e exemplos demonstram como se deram os exercícios, sempre contando com interlocutores capacitados, conhecedores da língua de sinais.

No capítulo “O papel do outro na escrita de surdos”, Ana Cristina explica a função de cada sujeito como agente desse aprendizado. Quando outras pessoas do convívio se dedicam a aprender a língua de sinais para interagir, cria-se a parceria necessária para colaborar no processo. A evolução de cada um dos surdos estudados é mostrada nos textos produzidos pelo processo de retextualização, ou seja, analisando a mensagem, escrevendo e reescrevendo, acrescentando, substituindo e eliminando elementos para aprimorar a escrita e melhorar o entendimento do que se pretende relatar no texto.

A conclusão da autora indica que “os surdos têm a capacidade de escrever textos bem estruturados, claros, organizados e com significação; para que isso aconteça, porém, são necessárias várias mudanças na sua educação”. Ela ressalta a importância da relação professor-aluno, terapeuta-paciente. “O professor/terapeuta deve ser o orientador, o mediador, o parceiro e o cúmplice na construção dessa língua, deixando o surdo livre para formular hipóteses até que chegue à escrita convencional socialmente valorizada”, conclui.

A autora

Ana Cristina Guarinello é fonoaudióloga, mestre em Educação pela Universidade de Bristol, Inglaterra, e doutora em Estudos Lingüísticos pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Docente da graduação em Fonoaudiologia e do mestrado em Distúrbios da Comunicação da Universidade de Tuiuti do Paraná, é organizadora do livro Linguagem escrita: referenciais da clínica fonoaudiológica, editado pela Plexus em 2003.

Pensando a inclusão de surdos

A inclusão de surdos em escola regular é um assunto muito complexo, onde a situação deve ser pensada como um todo, a partir da realidade de cada local. Para conseguir analisar a situação amplamente, necessita-se conhecer melhor sobre o surdo, sua situação cotidiana de inclusão/exclusão na sociedade como um todo, discutir práticas e teorias partindo de uma questão sociocultural (não apenas audiológica), onde o surdo é um sujeito que possui uma língua natural, a Língua de Sinais.



Segundo Marisa Faermann Eizirik (2000), "na inclusão o que está em jogo é a ruptura com o conceito estático do homem, de mundo, de conhecimento; é a necessidade de cruzar experiências, de compartilhar caminhos, de compreender a complexidade e a diversidade através da abertura de canais para o diferente, o que não é meu, nem igual ao meu, mas por isso mesmo, merece respeito. E esse respeito descortina a possibilidade da descoberta de coisas. pessoas, situações, - insuspeitáveis, fascinantes. - É certo que esse caminho provoca ferimentos pela insegurança, pela quebra de certezas, de normas estáveis."

Há uma diversidade de fatores e experiências em cada indivíduo e, quando fala-se de inclusão de surdos, além da diversidade, retrata-se o diferente (língua, cultura, tradições,...). Neste convívio, entre duas comunidades (surda e ouvinte), há sempre a situação de uma nova língua, ou seja, para o ouvinte, a língua de sinais e para o surdo, a língua portuguesa. Retratando da segunda língua, pode-se reportar à Poersch (1995), "há três fatores para o aprendizado de uma segunda língua: - fatores motivacionais, fatores construídos no sujeito aprendiz devido ao contexto comunicacional lingüístico em que ele se insere; - atenção, que é derivada da motivação, ou seja, dependerá da maneira como o aprendiz tem contato com a língua a ser aprendida (métodos e técnicas utilizadas no ensino, oportunidades e qualidades da utilização da língua); - memória, que provém da atenção e está relacionada à aptidão do indivíduo para o aprendizado de novas línguas".

Na inclusão, é importante lembrar de alguns fatores primordiais quando pensamos em surdos:

Oportunizar o aprendizado favorecendo a diferença sócio-lingüística e valorizando a comunicação espaço/visual em todos os momentos deste processo, já que, segundo Skliar (1998), "... todos os mecanismos de processamento da informação, e todas as formas de compreender o universo em seu entorno, se constróem como experiência visual".

A língua de sinais não deve ser encarada pelo professor como um instrumento de trabalho, mas sim, como parte da cultura da comunidade surda, sendo sua língua oficial.

Deve-se favorecer o aprendizado do indivíduo surdo utilizando a língua de sinais, se ao iniciar o trabalho de inclusão esta não for possível, utilizar todos os recursos de comunicação (não simultaneamente), para que a partir destes tenha-se a certeza de que o surdo adquiriu o conhecimento. A partir disto pode-se reportar ao livro "O vôo da gaivota" da autora surda Emmanuelle Laborit (1996): "Utilizo a língua dos ouvintes, minha segunda língua, para expressar minha certeza absoluta de que a Língua de Sinais é nossa primeira Língua, aquela que nos permite ser seres humanos comunicadores.

Para dizer, também, que nada deve ser recusado aos Surdos, que todas as linguagens podem ser utilizadas, a fim de se ter acesso à vida."

Por: Fga. Luciana dos Santos Célia

O Trabalho da Fonoaudiologia na Síndrome de Down


Antes de qualquer consideração a respeito da Síndrome de Down, devemos destacar o quanto é importante a intervenção precoce dos profissionais de saúde às crianças portadoras da Síndrome de Down (SD).

Nos mais diversos estudos, no que se refere ao desenvolvimento intelectual, tem se considerado a deficiência mental como uma das características mais comuns da SD, trazendo como conseqüência um atraso em todas as áreas do desenvolvimento.

A disfunção cognitiva observada nestes pacientes nos mostra prejuízos particularmente evidentes nas áreas de memória seqüencial auditiva e visual, bem como da linguagem e da fala, em particular.

Nos primeiros anos de vida, há um declínio no QI, quando seria o ponto máximo deste acontecimento, tornando-se mais tarde menos evidentes. Este declínio já pode ser observado a partir dos seis meses de idade, quando as demandas cognitivas tornam-se mais complexas. Isto explica a necessidade dos atendimentos e tratamentos precoces.

Com bastante freqüência podemos observar perda auditiva nos indivíduos com SD, além dos problemas lingüísticos e fonológicos. A melhora na função cognitiva pode ser obtida através de procedimentos cirúrgicos ou pelo uso de aparelhos de amplificação, que podem melhorar de forma muito significativa a atenção auditiva e o desenvolvimento da fala e da linguagem como um todo.

O trabalho do Fonoaudiólogo com o paciente com SD é muito vasto e necessário para um desenvolvimento global mais qualitativo. Isto inclui a estimulação precoce a partir dos primeiros meses de vida; a estimulação do desenvolvimento da linguagem e fala; do desenvolvimento cognitivo para melhor aprendizagem futura; do desenvolvimento psicomotor; estimulação da motricidade orofacial devido aos desvios observados. As dimensões de mandíbula, maxila e palato são menores, tendo, porém, a altura do palato normal (comprimento e largura menores). Podemos observar protrusão da língua, fenda palatina, boca entreaberta e uma impressão de que a língua parece ser maior do que o normal, em alguns casos chegando à macroglossia. Isto representa grande dificuldade adicional às funções respiratória, de mastigação, deglutição e também na fala (articulação).

Outra parte importante do trabalho da Fonoaudiologia se faz com relação à apnéia do sono, condição especialmente comum na SD, que ocorre devido tanto a fatores obstrutivos quanto centrais. O que favorece: a hipotonia dos músculos da faringe, a hipotonia da língua, o tamanho reduzido das estruturas da cavidade oral e da faringe combinados com as infecções repetidas das vias aéreas que levam à hipertrofia das amígdalas e adenóides. O palato é estreito e observa-se micrognatia e hipoplasia da região média da face. A eficácia do trabalho Fonoaudiológico se dá com o fortalecimento das musculaturas e conseqüente abertura da passagem do ar na região faríngea.

O Fonoaudiólogo atenderá a criança com SD e também a sua família e para os demais profissionais que lidam com o paciente, os princípios do tratamento devem estar bem claros. Todos devem estar cientes, desde muito cedo, que a criança com SD deseja se comunicar e que apesar de suas dificuldades, certamente irá conseguir.

As possibilidades para o tratamento são inúmeras, deixando bem claro que o plano de tratamento deverá ser embasado numa boa avaliação e no estabelecimento de objetivos, tudo com um objetivo maior: a facilitação da integração social.



Bibliografia

SCHWARTZMAN, José Salomão e col.. Síndrome de Down. São Paulo: Mackenzie, 2003.



Por: Flávia Paiva

A relação da Fonoaudiologia com a leitura infantil


A atuação do fonoaudiólogo no desenvolvimento infantil

A Fonoaudiologia é uma ciência voltada para pesquisa, prevenção, avaliação e terapia, focada na área de comunicação oral e escrita, voz e audição, tem como uma das principais finalidades auxiliar os indivíduos que apresentam alguma dificuldade em relação à leitura e escrita, aquisições fundamentais para o desenvolvimento da criança.

Partindo desse pressuposto, surge então a grande necessidade de incentivar a criança à prática da leitura desde cedo, considerando que o estímulo precoce torna-se um importante e significativo mecanismo facilitador da aprendizagem e da integração do meio no qual vivemos.

A Fonoaudiologia, quando aplicada como ação preventiva ou de reabilitação, necessita utilizar a leitura como recurso, em especial, com as crianças, com a finalidade de desenvolver habilidades que estejam associadas à linguagem, visto que essa área é de fundamental importância para o desenvolvimento psicossocial da criança.

Segundo estudos realizados, o professor que utiliza da leitura compartilhada com crianças da pré-escola promove neste instante a aprendizagem das pequenas. Tal benefício ocorre devido o desenvolvimento do vocabulário que conseqüentemente enriquece a compreensão de conceitos, resultando na capacidade que a criança desenvolve em conhecer a linguagem escrita dos livros.

Eis então a importância de orientar professores e pais, em especial de pacientes, a explorar os benefícios da leitura infantil.


Por Elen Cristine C. Caiado
Graduada em Fonoaudiologia e Pedagogia
Equipe Brasil Escola

Importância da Amamentação

Fonoaudiologia

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Aprendi

Eu aprendi...

...que ignorar os fatos não os altera;

Eu aprendi...

...que quando você planeja se nivelar com alguém, apenas esta permitindo que essa pessoa continue a magoar você;

Eu aprendi...

...que o AMOR, e não o TEMPO, é que cura todas as feridas;

Eu aprendi...

...que ninguém é perfeito até que você se apaixone por essa pessoa;

Eu aprendi...

...que a vida é dura, mas eu sou mais ainda;

Eu aprendi...

...que as oportunidades nunca são perdidas; alguém vai aproveitar as que você perdeu.

Eu aprendi...

...que quando o ancoradouro se torna amargo a felicidade vai aportar em outro lugar;

Eu aprendi...

...que não posso escolher como me sinto, mas posso escolher o que fazer a respeito;

Eu aprendi...

...que todos querem viver no topo da montanha, mas toda felicidade e crescimento ocorre quando você esta escalando-a;

Eu aprendi...

...que quanto menos tempo tenho, mais coisas consigo fazer.

William Shakespeare

terça-feira, 11 de maio de 2010

Bico ajuda a acalmar a criança, mas pode trazer problemas


Acessório funciona como reflexo natural de sucção


Logo depois do nascimento de Eduarda, a funcionária pública Cristina Segala, 42 anos, chegou a chamar o bico de santo, já que o acessório ajudou a pequena a se acalmar depois de um acesso de choro. Dois anos e meio mais tarde, o bico entrou para a lista do maldito, com justificativa.

Há três meses, Cristina tenta que a filha largue a chupeta. Argumentos não faltam: “Teus dentes ficarão mais bonitos”, “Tu não precisas disso”, “O Papai Noel vai te trazer mais presentes”. Frases que não convencem a pequena.

Semana passada, Cristina quase conquistou a primeira vitória, utilizando o Bom Velhinho como mote, mesmo já tendo passado mais de mês da época natalina.

– Ela me disse que eu poderia deixar o bico para o Papai Noel. Saí para o trabalho, mas não o levei, deixei com a babá. Lá pelas tantas, minha filha começou a pedir pelo “bibi” e não teve jeito. Para não chorar, a babá deu. Por pouco, consegui – revela a mãe.

Mas não se apavorem, mamães e papais: a chupeta funciona como reflexo natural de sucção do bebê. Seu uso satisfaz necessidades não-nutritivas da criança.

– Com o bico, o recém-nascido sente uma maior sensibilidade oral. Não tem nada a ver com ele substituir a mãe – explica o pediatra Ricardo Sukiennik. – Se não houver o bico, há uma tendência natural de a criança usar outro objeto ou o próprio dedo. Essas manifestações de oralidade devem ser encaradas como normais. O que não deve ser estimulado são os excessos.

Por excessos, entendem-se crianças que passam dois ou três períodos do dia com a chupeta na boca. Aí reside o perigo. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, o uso da mamadeira, bico ou chupeta prejudica a amamentação e sua utilização prolongada afeta a dentição e a fala da criança. Por esse motivo, desde 2002, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) exige que os rótulos desses produtos contenham a advertência.

– A utilização do bico favorece a respiração pela boca. Por isso, pode haver alterações na musculatura facial e na forma dos ossos e dos dentes dos pequenos – adverte a fonoaudióloga Lisiane De Rosa Barbosa. – Algumas crianças também podem apresentar a fala infantilizada e dificuldade de produzir certos sons.

Segundo os especialistas, é recomendável que a partir do 18° mês do bebê, os pais comecem a retirada do acessório. A tarefa não é simples. Mas algumas dicas podem ajudar. Reduzir horários para o uso, não usar de artimanhas como colocar temperos fortes no bico, explicar que a utilização prolongada pode trazer prejuízos para os dentes e para a face da criança e, acima de tudo, ter muita calma e persistência.


ZH/MEU FILHO
Fonte: Lisiane De Rosa Barbosa, fonoaudióloga, e Ricardo Sukiennik, pediatra