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Linguagem: quando é preciso consultar um fonoaudiólogo?

Especialistas explicam quais sinais indicam atrasos na fala A maior parte das crianças começa a falar por volta dos 12 meses....

sábado, 13 de junho de 2009

Dislexia


Distúrbios de Aprendizagem


Quando uma pessoa tem dificuldades para ler ou para escrever, apesar de ter recebido educação apropriada, suas oportunidades de sucesso na escola e na vida são diminuídas. Freqüentemente associamos estas dificuldades com uma menor capacidade intelectual, mas o problema real pode ser um distúrbio de aprendizado.


A dislexia é um tipo de distúrbio de aprendizado que interfere na maneira como a pessoa percebe e processa letras, números e símbolos. Embora o diagnóstico de dislexia deva ser feito por um profissional, existem alguns sinais que pais e professores podem observar assim que a criança começa a aprender a ler e escrever. Os sinais mais comuns são letras e números percebidos e escritos de forma invertida ou de cabeça para baixo. Outras características são dificuldades em aprender alguns fonemas, memorizar novas palavras, problemas com a coordenação motora e dificuldades de leitura.


Se seu filho ou familiar apresenta algum destes sinais procure a professora ou orientadora educacional de sua escola. Você pode também procurar um especialista em educação nas áreas de Pedagogia, Psicologia, Fonoaudiologia ou Terapia Ocupacional. Com o diagnóstico precoce e suporte apropriado estas crianças podem ter um desenvolvimento adequado, igualando suas chances de sucesso pessoal e profissional as de seus colegas.


O que é dislexia de leitura


Dificuldade relacionada à manutenção da atenção, compreensão e memorização e à atividade ocular durante a leitura levando a um deficit de aprendizado. A Dislexia de Leitura afeta pessoas de todas as idades, com inteligência normal ou superior à média e está relacionada a uma desorganização no processamento cerebral das informações recebidas pelo sistema visual.
Devido ao esforço despendido no processamento das informações visuais, a leitura torna-se mais lenta e segmentada, o que compromete a velocidade de cognição e a memorização, produzindo cansaço, inversões, trocas de palavras e perda de linhas no texto, desfocamento, sonolência, distúrbios visuais, dores de cabeça, irritabilidade, enjôo, distração e fotofobia, após um intervalo relativamente curto na leitura.
Embora a causa da dislexia de leitura esteja relacionada às alterações neurobiológicas no processamento cerebral, problemas oculares contribuem significativamente para os sintomas da dislexia, pois estima-se que 85% de todo o aprendizado dependa das informações recebidas através do sistema visual. A avaliação oftalmológica dos pacientes disléxicos deve ser dinâmica considerando a atividade ocular durante a leitura e o esforço contínuo de foco para longe, perto e distâncias intermediárias (quadro negro, livros e cadernos e computador), o fluxo de informações constante e a percepção e cognição cerebral.


Este fluxo deve se processar, de maneira contínua através de movimentos sacádicos e fixações que refletem o estilo de leitura de cada pessoa, e que independem até certo ponto da dificuldade do texto. O estilo de leitura é caracterizado através do DPLC - diagnóstico padrão de leitura e cognição. Através do DPLC, a eficiência da leitura, aprendizado e memorização são obtidos antes e após o uso do filtros seletivos. No Hospital de Olhos, o DPLC é obtido através do rastreamento da atividade ocular dinâmica, associada a testes da visão funcional, contraste, estereopsia e fotosensibilidade e são sempre precedidos por laudos neuro e psicopedagógicos, já que a abordagem da dislexia de leitura é sempre multidisciplinar.


Sintomas mais freqüentes
- Sensibilidade à luz (luz do sol, luzes fortes, luzes fluorescentes, faróis, iluminação das ruas)
- Estresse e Esforço (atividades visuais, audição, TV, cores)
- Matemática (erros de alinhamento, velocidade, exatidão/precisão)
- Distração (leitura, audição, trabalho, provas)
- Dores de cabeça
- Desempenho comprometido nos esportes com bola
- Acompanhamento de objetos em movimento
- Sonolência em viagens de carro ou ônibus
- Direção Noturna
- Cansaço/Fadiga geral
- Uso de computador
- Audição “retardada”
- Baixa concentração no estudo e provas
- Leitura de Música
- Percepção de profundidade
- ADD/HD
- Dores de estômago
- Explosões de comportamento
- Náusea/Tontura
- Seguir com os olhos
- Ansiedade
- Nervosismo


Tratamento


A abordagem é sempre multidisciplinar, sendo que a contribuição oftalmológica é feita pela correção refracional e avaliação ortóptica, que são habitualmente realizados como parte de um exame oftalmológico padrão.
O diferencial do Hospital de Olhos está no Exame Neurofisiológico do Processamento Visual, que é feito além do exame padrão. Ele é composto pelo Exame Dinâmico do Processamento Visual, da Avaliação da Qualidade de Visão em que se estima as habilidades de visão de acordo com a grau de luminância ( fotossenbilidade & visão noturna), estereopsia (visão em profundidade), campo visual de leitura ativa, fixações, regressões, movimentação de retorno ao final de cada linha de leitura, coordenação interocular, relação entre eficiência de leitura e compreensão. Após esta análise emite - se um Diagnóstico Padrão de Leitura e Cognição – o DPLC, que servirá como referencial na caracterização da Dislexia de Leitura e no acompanhamento da evolução escolar e profissional.
A sensibilidade a certos comprimentos de onda (no Método Irlen chamada de Síndrome Scotópica ou SS) provoca distorções no processamento pós-retiniano fazendo com os impulsos elétricos cheguem ao córtex cerebral em momentos distintos, com perda da qualidade da interpretação visual. Uma vez caracterizada a Dislexia de Leitura é feita uma avaliação psicofísica dos sintomas visuais à leitura, com variações de intensidade e luminância pela escolha de Filtros Seletivos da luz visível - comprimentos de onda entre 390 a 760 nanômetros – e da luz não visível como os infravermelhos e ultravioletas.


Ao final do Exame Neurofuncional é feita a prescrição de Filtros Seletivos ou de Lâminas Seletivas para a filtragem espectrofotocromática seletiva. As Lâminas Seletivas (em número de 10) são utilizadas para atividades de Leitura obtendo grande melhora na velocidade, fluência, compreensão e tolerância à manutenção da atenção e foco por tempo prolongado o que, antes de seu uso, era praticamente inexistente dado o grau de desconforto apresentado pelos portadores da Dislexia de Leitura.
Os Filtros Seletivos, selecionados a partir de uma gama inicial de 100 cores, são combinados entre si para detectar quais deles interferem no processamento visual que causa os sintomas da Dislexia de Leitura. Estas combinações são então transferidas para os Óculos com Filtragem Seletiva. Estes óculos são usados para ampliar o ajuste neurovisual nas áreas da matemática e em atividades de cópia, escrita, soletramento, uso de computador, direção de veículos, esportes, percepção em profundidade etc. As combinações são infinitas para o tratamento do comprimento de onda exato em que o distúrbio neurovisual se manifesta em cada indivíduo.
Estes filtros são adicionados separadamente em justaposição e sem fusão em uma única cor final. Estes comprimentos de onda são posteriormente aferidos por tecnologia a laser de rubi.

Direitos da criança



O direito de ser feliz.
O direito ao colo e ao aconchego
O direito de chorar.
O direito a não violência.
O direito à proteção.
O direito de ser estimulado.
O direito à liberdade.
O direito à confiança.
O direito de ser reconhecida.
O direito de ser criança.
O direito de brincar.
O direito de rabiscar.
O direito de ter limites.
O direito à fantasia.
O direito de ter companhia.
O direito de não ser rotulada.
O direito de mostrar o que sente.
O direito de não ser comparada.

(Luiz Lobo)

A fonoaudiologia e a síndrome do déficit de atenção



A equipe multidisciplinar no tratamento do déficit de atenção
Segundo estudiosos, a Síndrome do Déficit de Atenção (SDA) é decorrente de um conjunto de sinais e sintomas causados por uma imaturidade neurológica, na formação Reticular, localizada no tronco Cerebral.
Quando a criança não atinge a maturidade da Formação Reticular, no momento da velocidade ideal, desenvolve-se um quadro caracterizado por atraso de aquisição de linguagem, associado a distúrbios psicomotores ou de comportamento, que compromete as relações familiares e o aprendizado escolar.
O diagnóstico dessa síndrome é considerado complicado por certos neuropediatras e sem o mesmo, cabe ao Fonoaudiólogo lançar mãos de teorias e técnicas que julgar necessárias e úteis, que são, muitas vezes, exaustivas para se obter um resultado positivo no prognóstico do tratamento, ou até mesmo ir em busca de opções de pesquisas que visam a elucidação de tais casos.
Além das crianças serem desatentas, devido à incapacidade de selecionarem estímulos importantes, apresentam outras disfunções neurológicas:
• Formação Reticular: desatenção, hiperatividade, atraso na questão da fala e insensibilidade a dor.
• Sistema Piramidal: sincinesias.
• Cerebelo: distúrbios no equilíbrio.
• Região Parietal: deficiente esquema corporal, dispraxias.
• Sistema Circulatório: taquilalia, trocas e supressões de fonemas.
Devido à associação de todas essas imaturidades é compreensível que a criança tenha dificuldades escolares.
O tratamento é medicamentoso e através de exercícios especiais destinados aos distúrbios que podem ser encontrados. A equipe multidisciplinar, como a fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicomotricidade, ludoterapia, psiquiatria e neuropediatria, trabalha em conjunto.
No ambiente escolar é necessário aplicar técnicas pedagógicas especializadas, em classes adaptadas com menor número de alunos e que realizem estímulos em menores quantidades, devido o grau de dificuldade apresentado pelo portador da SDA.
A hiperatividade é o sintoma que mais chama a atenção de todos, porém é importante destacar que nem todos os portadores da síndrome são hiperativos, o que acontece é que pode acontecer de ser mais distraído ou até mesmo mais agitado.
É importante fazer essa diferenciação para não rotular uma criança que apresente tais comportamentos como portador da SDA. O fonoaudiólogo irá trabalhar, principalmente, as anormalidades motoras e de sensibilidade.


Por Elen Cristine M. Campos Caiado
Graduada em Fonoaudiologia e Pedagogia
Equipe Brasil Escola

13 de Junho - Dia de Santo Antônio

Santo Antônio


Oração para os namorados


Meu grande amigo Santo Antônio, tu que és o protetor dos enamorados, olha para mim, para a minha vida, para os meus anseios. Defende-me dos perigos, afasta de mim os fracassos, as desilusões, os desencantos. Faze que eu seja realista, confiante, digno e alegre. Que eu encontre um amor que me agrade, seja trabalhador, virtuoso e responsável. Que eu saiba caminhar para o futuro e para a vida a dois com as disposições de quem recebeu de Deus uma vocação sagrada e um dever social. Que meu amor seja feliz e sem medidas. Que todos os enamorados busquem a mútua compreensão, a comunhão de vida e o crescimento na fé. Assim seja.


Oração para obtenção de graças


Glorioso Santo Antônio, que tivestes a sublime dita de abraçar e afagar o Menino Jesus, alcançai-me deste mesmo Jesus a graça que vos peço e vos imploro do fundo do meu coração (pede-se a graça).
Vós que tendes sido tão bondoso para com os pecadores, não olheis para os pecados de quem vos implora, mas antes fazei valer o vosso grande prestígio junto a Deus para atender o meu insistente pedido. Amém.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

A atuação do fonoaudiólogo na estética facial


A relação do fonoaudiólogo com a estética facial


A fonoaudiologia trabalha com diversas áreas do corpo, sendo a estética facial uma prática inovadora baseada na motricidade oral, que é tida como uma das especialidades da área de fonoaudiologia.


A Fonoaudiologia Estética tem como objetivo trabalhar a musculatura facial através de relaxamentos musculares, exercícios específicos e orientações diárias para que o paciente tenha conhecimento de suas expressões e hábitos, de forma que proporcione condições para modificá-los e obter o que grande parte das pessoas busca: saúde e beleza.


Geralmente, o tratamento fonoaudiológico estético facial é indicado em casos específicos. Por exemplo:
• Procedimentos pré e pós-cirúrgicos, em especial as cirurgias de face;
• Mudança de hábitos e qualidade de vida, atenuando tensões musculares nas regiões facial e cervical, com reflexos diretos no relaxamento corporal;
• Tratamento de caráter preventivo e estético-funcional que dispensa procedimentos invasivos ou dolorosos, para homens e mulheres a partir de 30 anos que desejam retardar o aparecimento de sinais de envelhecimento, entre outras diversas necessidades e desejos.


Considerando que o trabalho do fonoaudiólogo com a face tem como principal finalidade o fortalecimento e balanceamento dos músculos da mesma, permite a adequação da face propiciando o funcionamento correto que os músculos da ntar a oxigenação e vascularização da pele:
• Minimizar ou eliminar as mímicas faciais exacerbadas ou inadequadas;
• Eliminar e/ou atenuar as rugas e marcas de expressão,
• Equilibrar as forças musculares da face e pescoço;
• Proporcionar a aquisição de hábitos saudáveis orofaciais e cervicais;
• Adequar à postura, a respiração, a mastigação, a deglutição e a fala.


Vale ressaltar que esse tipo de tratamento é contra-indicado em determinadas situações em que o paciente apresenta:
• Excesso de acnes na pele;
• Realiza ou já realizou tratamento à base de isotretinoína via oral;
• Caso de cirurgia facial recomenda-se 6 meses de repouso e autorização médica;
• Pacientes que fizeram bioplastia;
• Pacientes sob efeito da toxina botulínica, conhecida como (botóx).


Esse tipo de tratamento aplicado pelos fonoaudiólogos apesar de ser uma área de atuação atualmente limitada e pouco divulgada em razão de ser aplicada por outros profissionais, que já estão atuando há mais tempo, tem sido bastante procurada por pessoas que buscam tal serviço e que muitas vezes é desconhecida a real função e os benefícios que tem a oferecer.face necessitam, propiciam benefícios como:
• Fortalecer e sustentar a face;
• Harmonizar o estético e o funcional;
• Aume


Por Elen Cristine M. Campos Caiado
Graduada em Fonoaudiologia e Pedagogia
Equipe Brasil Escola

Fissuras lábio-palatais e a intervenção fonoaudiológica


O atendimento multidisciplinar no tratamento das fissuras

Conhecido como lábio leporino, a fissura lábio-palatal segundo pesquisas se apresenta em uma criança a cada 650 nascidas no Brasil. As fissuras lábio-palatais são malformações congênitas de lábio e palato, consideradas craniofaciais. Podem ser classificadas como anteriores ou posteriores.


Tal anomalia congênita é considerada uma das anormalidades mais comuns, sendo que o ideal é que o tratamento seja iniciado no ventre materno e principalmente ser continuado. O tratamento dessa má formação inclui vários especialistas, como fonoaudiólogo, psicólogo, ortodontista, otorrinolaringologista, pediatra, cirurgião plástico, nutricionista, entre outros, para que a criança possa se reabilitar totalmente.


A reabilitação fonoaudiológica é de extrema importância. Nesse caso em especial, o fonoaudiólogo atua no pré e pós-operatório com a finalidade de orientar a fase inicial de sucção e alimentação e sequencialmente buscar o funcionamento adequado das estruturas que sofreram alteração em conseqüência da má formação congênita.


Geralmente ocorre a intervenção precoce da terapia fonoaudiológica com as seguintes finalidades:

  • Alimentação: intervenção no aleitamento materno, orientando o tipo de mamadeira com o bico ideal, a posição da criança, entre outros. Ressalta-se que aos pacientes que passaram por Queiloplastia (cirurgia estética dos lábios) durante o período pós-cirúrgico não é permitido utilizar a mamadeira por 15 dias. Orienta-se aplicar alimentação pastosa e rala por cerca de três meses.
  • Sensibilidade: Aplicam-se exercícios que envolvem três níveis de sensibilidade: tátil, térmica e gustativa. Tal prática tem como finalidade propiciar aos pacientes estímulos sensoriais na parte anterior da cavidade oral, evitando que instale a prática de movimentos compensatórios.

Hábitos Orais: Evitar hábitos nocivos viciosos com potencial de nocividade como:


• Respiração bucal;
• Sucção de dedo, língua, lábios e bochechas;
• Uso de chupetas ou mamadeiras por tempo além do normal;
• Postura inadequada da língua durante a deglutição, fonação e posturação (projeção anteriorizada de língua, causando pressão exagerada sobre os dentes superiores, falta de vedamento labial, alterações fonéticas, entre outros.)
• Posturas inadequadas de cabeça em atividades diurnas e noturnas;
• Inadequações posturais, como dormir de bruços, com a mão ou braço sobre o rosto;
Realizar leitura apoiando a face pode levar à mordida cruzada e a mastigação inadequada com todas as suas conseqüências;
• Linguagem e Fala;
• Audição;
• Desenvolvimento Neuropsicomotor;




Por Elen Cristine M. Campos Caiado
Graduada em Fonoaudiologia e Pedagogia Equipe Brasil Escola

domingo, 7 de junho de 2009

Conhecendo a gagueira


A gagueira e suas diversas causas


A gagueira, também conhecida como disfemia, é considerada pelos estudiosos como uma síndrome ocasionada pela insuficiência linguoespeculativa e também considerada resultado da reação de luta interior do indivíduo que fala.




A insuficiência linguoespeculativa é a inabilidade em traduzir o pensamento lingüístico para a forma articulada da linguagem oral, com precisão momentânea que a linguagem oral necessita.


Segundo Van Riper (1982), quando uma pessoa começa a gaguejar ao pronunciar uma palavra, ocorre uma ruptura temporal da programação simultânea e sucessiva dos movimentos musculares necessários pra que se possa pronunciar tal palavra ou para emitir as sílabas de forma apropriada.


A gagueira é difícil de ser definida por existir diferentes visões, visto que as abordagens e as definições se diferenciam de um estudioso para outro.


Ao gaguejar, a pessoa pode realizar bloqueios clônicos e tônicos ou ambos concomitantemente.


O bloqueio clônico é aquele que está presente durante toda a fala do indivíduo e é caracterizado por repetições de fonemas ou palavras. O bloqueio tônico aparece no início da fala do indivíduo, apresentando espasmos musculares que impedem a fala seqüencial.


Segundo Borel- Maisonny (1976), a gagueira é dividida em sete tipos diferentes:


• Gagueira familiar ou hereditária: é aquela em que há, de geração em geração, numa mesma família, pessoas gagas,




• Gagueira afásica: é a gagueira adquirida em conseqüência de lesão cerebral. corre bastante na recuperação dos afásicos com diminuição de fluência,




• Gagueira dos bilíngües: é manifestada em crianças com grau linguoespeculativo baixo e que convivem em ambiente bilíngüe,




• Gagueira tônica do atraso de linguagem: ocorre quando a criança sai do estágio do atraso de linguagem, apresentando gagueira com acidentes tônicos.
Gagueira esquizóide: é aquela apresentada dentro de um quadro pré-psicótico. A gagueira surge juntamente com a psicose,




• Gagueira oligofrênica: a oligofrenia causa uma insuficiência linguoespeculativa causando a gagueira,




• Gagueira mista: quando ocorre um ou mais tipos de gagueira num mesmo indivíduo.


Ressalta-se que a gagueira pode ser classificada por outros estudiosos como: fisiológica, primária e secundária.


Por Elen Cristine C. Caiado
Graduada em Fonoaudiologia e Pedagogia
Equipe Brasil Escola

A relação da Fonoaudiologia com a leitura infantil


A atuação do fonoaudiólogo no desenvolvimento infantil




A Fonoaudiologia é uma ciência voltada para pesquisa, prevenção, avaliação e terapia, focada na área de comunicação oral e escrita, voz e audição, tem como uma das principais finalidades auxiliar os indivíduos que apresentam alguma dificuldade em relação à leitura e escrita, aquisições fundamentais para o desenvolvimento da criança.

Partindo desse pressuposto, surge então a grande necessidade de incentivar a criança à prática da leitura desde cedo, considerando que o estímulo precoce torna-se um importante e significativo mecanismo facilitador da aprendizagem e da integração do meio no qual vivemos.




A Fonoaudiologia, quando aplicada como ação preventiva ou de reabilitação, necessita utilizar a leitura como recurso, em especial, com as crianças, com a finalidade de desenvolver habilidades que estejam associadas à linguagem, visto que essa área é de fundamental importância para o desenvolvimento psicossocial da criança.




Segundo estudos realizados, o professor que utiliza da leitura compartilhada com crianças da pré-escola promove neste instante a aprendizagem das pequenas. Tal benefício ocorre devido o desenvolvimento do vocabulário que conseqüentemente enriquece a compreensão de conceitos, resultando na capacidade que a criança desenvolve em conhecer a linguagem escrita dos livros.




Eis então a importância de orientar professores e pais, em especial de pacientes, a explorar os benefícios da leitura infantil.


Por Elen Cristine C. Caiado
Graduada em Fonoaudiologia e Pedagogia
Equipe Brasil Escola

Perda auditiva induzida por ruído (PAIR)


A perda auditiva induzida por ruído uma vez instalada no indivíduo não tem cura, o que pode ser evitado é que a doença evolua. A PAIR tem vários agentes causadores, como o ruído industrial, produtos químicos (solventes, metais, asfixiantes entre outros).


Segundo estudiosos, a PAIR surgiu há muitos anos em decorrência de fatos históricos, por exemplo, na Idade Média na China, a descoberta da pólvora e sua utilização provocaram a PAIR em várias pessoas, bem como a surdez dos ferroviários e tecelões na época da Revolução Industrial.


As principais características da PAIR são:


• Apresenta perda neurossensorial irreversível, com predominância coclear;
• Exposição prolongada a níveis de ruídos superiores a 85 dB (8 horas);
• Perda gradual ao longo de 6 a 10 anos;
• Inicia-se nas freqüências altas;
• Estabiliza quando pára a exposição ao ruído.
• O ruído provoca diversas alterações auditivas. Observe:
• Trauma acústico
• PAIR
• TTS (perda auditiva temporária e desvio temporário dos limiares)
• PTS (desvio permanente dos limiares)
• A PAIR apresenta diversos sinais e sintomas:
• Auditivos (perda auditiva, zumbido e dificuldade de discriminação do som);
• Transtornos Auditivos (Comportamentais, Cardiovasculares, Digestivos, Vestibulares
• Neurológicos e de Comunicação).


Para obter uma avaliação diagnóstica correta, sugere-se que seja feito alguns rocedimentos como:


Anamnese detalhada




• História do Trabalho;
• História da família;
• Queixas como zumbidos entre outros;
• Uso prévio de ototóxicos, etc.
• Exames
• Otoscopia;
• Audiometria Tonal e Vocal;
• Impedanciometria;
• Potenciais evocados: BERA e EOA.
Preparo para os exames
• Repouso acústico antes da jornada de trabalho ou 14 a 16 horas após.


Prevenção


O ideal é que todas as pessoas busquem a prevenção da PAIR, podendo ser realizada através dos Programas de Conservação Auditiva (PCA) que inclui o equipamento de proteção individual e o protetor auditivo. Ressalta-se que ao escolher os tipos e modelos de protetores alguns aspectos devem ser levados em conta como:


• Grau de conforto proporcionado pelo equipamento;
• Facilidade de colocação, manuseio e manutenção;
• Capacidade de atenuação do ruído;
• Vida útil;
• Custo do produto.




Por Elen Cristine Campos Caiado
Graduada em Fonoaudiologia e Pedagogia
Equipe Brasil Escola

Prevenindo a deficiência auditiva


Os cuidados com a audição


Todo indivíduo para desenvolver uma linguagem, em especial na fase inicial da aquisição dessa, necessita de alguns requisitos e entre eles está a audição.


Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, a deficiência auditiva ocupa o terceiro lugar entre as deficiências no país.


Antes do nascimento o feto já apresenta a capacidade de ouvir alguns sons. Após o nascimento a criança começa a ficar exposta a um universo de sons diferentes, predominando a linguagem falada. Através dos estímulos e exposição repetitiva dos sons da língua, a criança passa também a dar significados, dando início ao processo de construção da linguagem.


Partindo do pressuposto da importância do estímulo auditivo, a criança que não ouve tem tendência de apresentar dificuldades na construção da fala e da linguagem, bem como futuramente acarretar problemas na leitura e na escrita que a acompanhará por todas as fases de sua vida.


Ressalta-se que existem várias formas de prevenir a perda auditiva, ter conhecimento de algumas informações é fundamental, e colocá-las em prática é mais importante ainda. Os pais são os principais colaboradores da prevenção auditiva, visto que precisam saber como proceder desde o momento em que planejam ter um filho até a fase adulta dessa criança.


Segue abaixo alguns cuidados que os pais devem ter para propiciar uma boa saúde auditiva aos seus filhos. Observe:


Cuidados ao engravidar


• Ao decidir engravidar procure orientação médica;
• Caso exista alguma pessoa com deficiência na família realize um exame conhecido como cariótipo, através desse o casal identificará a probabilidade da criança apresentar deficiência;
• Antes de engravidar tome conhecimento das vacinas que deve tomar para prevenir a surdez e garantir a saúde do bebê. A rubéola, por exemplo, é uma doença que, quando adquirida por uma gestante, pode provocar surdez e cegueira no feto.


Cuidados durante a gravidez


• Sempre consultar o médico antes de tomar qualquer medicamento, por mais simples que seja;
• Não ficar exposta a raios-x e tirar somente em casos extremamente necessários;
• Não consumir bebidas alcoólicas, drogas e fumos.
Cuidados após o nascimento do bebê
• A amamentação é extremamente importante, visto que fornece nutrientes, favorece a produção de anticorpos, bem como é responsável por uma ligação extremamente afetiva com a mãe. A postura em que a criança é colocada é muito importante, pois quando amamentada em posição errada pode provocar o desenvolvimento de otite, a posição mais ereta é a ideal;
• Atenção com objetos pequenos, como grãos de milho, feijão entre outros,
ois a criança pode inserir no ouvido;
• Utilizar o cotonete somente na parte externa do ouvido;
• Evite deixar a criança exposta a ruídos intensos ou brinquedos que apresentam barulhos altos e estrondosos;
• Ficar atento a determinadas doenças que causam perda auditiva como, Sarampo, Caxumba, Meningite, Rubéola, Sífilis entre outras.


Por Elen Cristine M. Campos Caiado
Graduada em Fonoaudiologia e Pedagogia
Equipe Brasil Escola

A atuação fonoaudiológica com o bebê prematuro


Atualmente, o estudo do bebê prematuro tem ganhado mais ênfase. Segundo estudos realizados, esses bebês podem apresentar alterações iniciais na formação e maturação biológica, podendo ou não ter seqüelas. Essas seqüelas que podem vir a ocorrer, podem interferir no desenvolvimento normal das seguintes partes: motora, auditiva, física e psicológica da criança, alterando o processo de aquisição e desenvolvimento da linguagem.


O recém-nascido tem tido um enfoque merecido em diversas áreas da saúde com o objetivo de proporcionar um melhor desenvolvimento para esse.


O trabalho de desenvolvido com o bebê prematuro é realizado de forma bem complexa, envolve conhecimento em neonatologia, em distúrbios da comunicação humana, da audição e de neurologia infantil.


O fonoaudiólogo atua com a equipe multidisciplinar, buscando realizar um trabalho coerente no qual venha a refletir uma concepção de desenvolvimento. A sobrevivência de um número maior de bebês prematuros depende totalmente do acompanhamento detalhado, para que esse tenha uma boa evolução. A intervenção fonoaudiológica pode ser dividida didaticamente em imediata e de seguimento.


A imediata é a nível emergencial e a de seguimento refere-se à questão do acompanhamento do bebê prematuro, dependendo de condições de caráter administrativo, físico, materiais e, até mesmo, pessoais no sentido de desenvolver propostas teóricas para nortear o desenvolvimento do diagnóstico a ser dado.


A ação fonoaudiológica com o bebê prematuro é bastante ampla, visto que aborda tanto os comportamentos presentes e necessários à comunicação humana quanto os eventuais distúrbios que possa vir a surgir.


Ressalta-se que os padrões de normalidade usados como fonte de diagnóstico são abordados mundialmente em diferentes visões do comportamento humano.


Segundo estudiosos, alguns fatores são considerados como principais riscos para a evolução da linguagem:
1. Infecção perinatal
2. Peso ao nascimento
3. Dificuldade respiratória
4. Ototóxicos
5. Alteração de sucção/ alimentação
6. Malformações, principalmente cabeça e pescoço
7. Hiperbilirrubinemia/ transfusão exasanguínea
8. Antecedentes de perda auditiva
9. Antecedentes de distúrbios da linguagem



Por Elen Cristine M. Campos Caiado
Equipe Brasil Escola Fonoaudiologia-Brasil Escola

sábado, 6 de junho de 2009

Saúde e Higiene Vocal


Desde o início do século já existia uma preocupação com a Saúde e Higiene da Voz. O primeiro livro onde encontramos ouvir falar deste assunto no Brasil foi "Higiene na Arte, Estudo da Voz no Canto e na Oratória", escrito pelo médico , Francisco Eiras, datado de 1901.


O Que é Higiene Vocal?


Mara Behlau, em seu livro Higiene Vocal define o termo como sendo " algumas normas básicas que auxiliam a preservar a saúde vocal e a prevenir o aparecimento de alterações e doenças".


A quem é dirigido este assunto?


Mara Behlau alerta em seu livro que "as normas de Higiene Vocal devem ser seguidas por todos, particularmente por aqueles que se utilizam mais da voz ou que apresentam tendência a alterações vocais". Esses são chamados os profissionais da voz. Silvia Rebelo Pinho em seu livro " Manual de Higiene Vocal para Profissionais da Voz" explica que os "professores, atores, cantores, locutores, advogados, telefonistas, entre outros, são considerados profissionais da voz.


Entretanto, muitas das atividades verbais utilizadas por eles são incompatíveis com a Saúde Vocal, podendo danificar os delicados tecidos da laringe e produzir um distúrbio vocal decorrente do abuso ou mal uso da voz." É alarmante o fato de quase não haver, nas universidades, uma preocupação em preparar estes profissionais para lidar com a voz no seu dia à dia, já que ela é parte fundamental como instrumento de trabalho.


Quais as consequências dos abusos vocais?


"Dentre as alterações orgânicas mais freqüentemente observadas nestes profissionais, encontramos os nódulos vocais ( nodulações semelhantes a calos) e edemas ( inchaço das pregas vocais)" ( Silvia Rebelo Pinho, " Manual de Higiene Vocal para Profissionais da Voz")


Quem pode tratar dos problemas da voz?


O médico otorrinolaringologista é quem pode diagnosticar possíveis problemas no aparelho fonador. A partir de seu diagnóstico se necessário, o fonoaudiólogo, que trabalha juntamente com o otorrinolaringologista, fará a correção de possíveis problemas através de exercícios.


Algumas formas de abuso vocal:


( Este texto foi tirado do livro " Manual de Higiene Vocal para Profissionais da Voz" Silvia Rebelo Pinho. Editora PRÓ- FONO 1997)


• Gritar sem suporte respiratório;
• Falar com golpes de glote;
• Tossir ou pigarrear excessivamente;
• Falar em ambientes ruidosos ou abertos;
• Utilizar tom grave ou agudo demais;
• Falar excessivamente durante quadros gripais ou crises alérgicas;
• Praticar exercícios fpisicos falando;
• Fumar ou falar muito em ambientes de fumantes;
• Utilizar álcool em exesso;
• Falar abusivamente em período pré-menstrual;
• Falar demasiadamente;
• Rir alto;
• Falar muito após ingerir grandes quantidades de aspirinas, calmantes ou diuréticos;
• Discutir com freqüencia;
• Cantar inadequada ou abusivamente ou, ainda, participar de corais e cantar em vários estilos musicais;
• Presença de refluxo gastroesofágico, altamente irritante às pregas vocais ( o refluxo gastroesofágico é decorrente de disfunções estomacais, responsáveis pela liberação de ácido péptico, que em algumas situações pode banhar as pregas vocais, agredindo-as).
( Este texto foi tirado do livro " Manual de Higiene Vocal para Profissionais da Voz" Silvia Rebelo Pinho. Editora PRÓ- FONO 1997)


Isso é para todos?


"A voz deve ser sempre pensada em relação à saúde geral do paciente, em relação ao seu corpo todo, ao seu estado de saúde geral. Segundo Sataloff (1991), todo o sistema corporal afeta a voz; Souza Mello (1988) afirma que todo o corpo colabora na produção da voz; Bloch (1979) refere que as condições ideais para uma boa produção vocal adequada correspondem a um estado de saúde geral dentro das melhores condições possíveis. Portanto, deve-se pensar não apenas nos aspectos que prejudicam as pregas vocais, mas sim no trato vocal integrado na saúde geral de cada paciente. Desta forma, podemos pensar que, apesar de as orientações serem gerais, as necessidades, assimilações e repercussões são absolutamente singulares. Por exemplo: o gelado, geralmente, prejudica a voz, mas a quantidade e a forma deste prejuíso se manifestam diferentemente em cada pessoa, dependendo do momento e da maneira em que este abuso foi cometido. As reações do corpo humano são únicas e dependem de cada indivíduo em cada momento."


(Extraído do artigo " Saúde Vocal" de Marta Assumpção de Andrada e Silva do livro Fundamentos em Fonoaudiologia-Tratando os Distúrbios da Voz. Sílvia M. Rebelo Pinho. Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 1998)

Aquecimento e desaquecimento vocal


VOZ


O APARELHO FONADOR


O aparelho fonador é um conjunto de órgãos utilizados na produção da voz, que “pega emprestado” estruturas pertencentes ao aparelho respiratório e digestório. Estas estruturas são: pulmões, laringe, faringe, boca e cavidade nasal. A voz se produz a partir de um som básico gerado na laringe. A laringe localiza-se no pescoço e e´um tubo composto de cartilagens. As pregas vocais (ou cordas vocais) localizam-se dentro da laringe, são apenas 2 (duas) e estão paralelas ao solo. Elas são duas dobras formadas por músculos e mucosa que afastam-se para que o ar entre nos pulmões e aproximam-se e vibram para que a fonação se produza. Quando respiramos silenciosamente, as pregas vocais ficam abertas permitindo a entrada e saída livres do ar.


PRODUÇÃO VOCAL


O ar que vem dos pulmões passa pelas pregas vocais (ou cordas vocais), fazendo com que elas vibrem. Este som aí produzido é chamado de “tom fundamental” da voz. Depois, ele será transformado e amplificado nas cavidades de ressonância que incluem a própria laringe, faringe, boca e nariz. Os lábios, a língua, dentes, palato, mandíbula e maxila servirão como articuladores para este som, dando origem a palavra falada.


A voz é o resultado do equilíbrio entre duas forças – a força do ar que sai dos pulmões e a força muscular das pregas vocais. Caso haja desequilíbrio neste jogo, poderá haver uma alteração vocal. Se o ar que passa pela laringe é excessivo, a voz vai ser soprosa, ouvindo-se ar na emissão. Ao contrário, se a força muscular for maior que a necessária, o som ficará comprimido e a voz sairá tensa e estrangulada.


Sons graves e agudos: Os sons graves são aqueles que possuem freqüência baixa, ou seja, o número de vibrações por segundo é baixo, quando comparado a um som mais agudo. As características das pregas vocais de cada indivíduo irão determinar se o “tom fundamental” da voz será grave ou agudo. Esta freqüência depende de vários fatores como o comprimento das pregas vocais(quanto maiores mais grave será a voz) e de sua espessura (quanto mais finas, mais aguda é a voz).


COMO CUIDAR DE SUA VOZ


A saúde vocal está intimamente relacionada à saúde mental, emocional e física do individuo.Alguns pontos devem ser considerados:


HIDRATAÇÃO: Beber bastante água é essencial para o bom funcionamento das pregas vocais, fazendo com que sua mucosa, de forma indireta, não fique ressecada e possa trabalhar de maneira melhor.


O ideal seria que bebêssemos 2 litros de água por dia. Esforço para falar, pigarro persistente, urina escura e saliva grossa podem ser sinais de hidratação insuficiente. Por isso, quem quer cantar deve beber muita água!!!


ALIMENTAÇÃO: Alimentos pesados dificultam a movimentação livre do diafragma. Além disso, o excesso de condimentos favorece o refluxo gastro-esofágico, onde as secreções ácidas do estômago podem banhar as pregas vocais, causando danos.


Alimentos como chocolate, leite e derivados aumentam a secreção do muco do trato vocal, prejudicando a ressonância e produzindo pigarro.


Balas, pastilhas e sprays locais podem atenuar sensações desagradáveis durante a emissão, porém acabam por mascarar a dor do esforço vocal.


Na limpeza do trato vocal são indicados maçã, que por sua propriedade adstringente auxilia na limpeza da boca e faringe, favorecendo uma voz com melhor ressonância .


Os sucos cítricos auxiliam a absorção do excesso de secreção.


Alimentos e bebidas muito gelados são nocivos, pois o choque térmico causa uma descarga imediata de muco e edema das pregas vocais.


FUMO: O cigarro é um dos maiores inimigos da voz, uma vez que a fumaça atinge diretamente as pregas vocais, podendo causar uma série de transtornos, como rouquidão, secreções indesejáveis, tosse, além de doenças mais graves.


ÁLCOOL: O álcool também se mostra extremamente nocivo, uma vez que provoca irritação do aparelho fonador. Além disto, ele promove uma sensação de anestesia , o que impede de o cantor perceber se está ou não forçando sua voz ao cantar. O álcool promove um relaxamento muscular e por isso, muitos cantores o usam para “aquecer a voz”.Na verdade, estão apenas se tornando menos tensos, mas agredindo seu aparelho vocal..


COMPETIÇAO VOCAL: Em bares, festas , boates ou ambientes muito ruidosos, tente não realizar o que chamamos de competição vocal. A pessoa vai falando cada vez mais alto, de forma a competir com o ambiente barulhento, e ao final da noite, encontra-se totalmente esgotada vocalmente.


DROGAS: O uso de drogas inalatórias ou injetáveis têm ação direta sobre a laringe e a voz. A maconha é extremamente lesiva não só pela fumaça, mas pelas toxinas liberadas pelo papel no qual a erva é enrolada.


A aspiração de cocaína pode levar a ulcerações na mucosa das pregas vocais e lesões perfuradas do septo nasal.


ALERGIAS: As alergias respiratórias influem na produção da voz ,uma vez que pode ocorrer edema das pregas vocais.


AR CONDICIONADO: O ar condicionado pode constituir uma agressão às pregas vocais, uma vez que reduz a umidade do ar e provoca conseqüente ressecamento do trato vocal, o que induz à produção de uma voz com esforço e tensão.


POSTURAS CORPORAIS INADEQUADAS: Os desvios da postura devem ser evitados para garantir a produção adequada da voz.


ALTERAÇÕES HORMONAIS: A influencia dos hormônios na voz é inegável. A voz da criança muda na adolescência, de modo mais acentuado nos meninos que nas meninas. Chamamos isto de muda vocal.


Algumas mulheres podem ter alterações vocais devido a flutuações hormonais ocorridas no seu ciclo menstrual.


AQUECIMENTO VOCAL: O aquecimento vocal é de grande importância antes de ensaios e apresentações e envolve exercícios para oferecer flexibilidade aos músculos responsáveis pela produção vocal.. O aquecimento prepara as pregas vocais para o uso intensivo da voz, favorecendo uma performance mais satisfatória. A voz aquecida é mais aguda e mais intensa.


HÁBITOS VOCAIS INADEQUADOS: Pigarrear e tossir freqüentemente podem facilitar o aparecimento de alterações nas pregas vocais, devido ao grande atrito causado na mucosa, com irritação e descamação do tecido. Portanto, tais hábitos devem ser evitados.


TÉCNICA VOCAL: Relaxamento, Alongamento e Aquecimento: para cantarmos bem, necessitamos estar com a musculatura do corpo, principalmente a região dos ombros, costas e pescoço, relaxada, alongada e com as pregas vocais devidamente aquecidas. Para esse fim, existem inúmeros exercícios; abaixo, alguns dos mais usados:


RELAXAMENTO


Do corpo: de pé, pernas afastadas dois palmos, braços ao longo do corpo; girar o tronco para esquerda e direita, lentamente, os braços acompanhando o movimento, a cabeça e o olhar também; o calcanhar direito levanta-se levemente e o joelho direito dobra um pouco quando o tronco gira para a esquerda, e vice-versa. Duração: dois minutos ou até sentir o corpo relaxado.


Ombros: de pé, pernas unidas, girar os ombros para trás algumas vezes e depois para a frente, com os braços pendentes e articulando bem, lentamente. Duração: dois minutos ou até relaxar.


Massagem: com as pontas dos dedos, massagear suavemente a região do pescoço, rosto e couro cabeludo.


ALONGAMENTO


Do corpo: de pé, pernas unidas, braços ao longo, iniciar uma inspiração pelo nariz, lentamente, ao mesmo tempo em que eleva os calcanhares e os braços ( lateralmente ) . Ao findar a inspiração, as mãos devem estar unidas e os braços esticados para cima, os calcanhares elevados ao máximo. Feito isto, prende-se a respiração por 3 segundos e solta-se o ar suavemente pela boca, em sopro, ao mesmo tempo em que descem os braços e calcanhares. 3 vezes seguidas.


Pescoço: de pé ou sentado, braços levantados lateralmente na altura dos ombros, e mãos no peito; iniciar uma inspiração pelo nariz lentamente, ao mesmo tempo em que estica-se o pescoço à frente, até encostar o queixo no peito; prender o ar 3 segundos e voltar à posição inicial, soltando o ar suavemente em sopro e esticando o pescoço. 3 vezes seguidas.


Giro da Cabeça: suavemente, girar a cabeça para direita e esquerda, depois tombando-a para ambos os lados, para frente e para trás, e produzir o giro completo, executando cada posição quatro ou cinco vezes, sentindo o alongamento da musculatura do pescoço.


Rosto: inspirar e, com a boca fechada, produzindo um som em "m", movimentar lenta e largamente os músculos da face, como se estivesse mastigando. 3 vezes até acabar, depois 3 vezes com a boca aberta.


AQUECIMENTO


- Inspirar e soltar o ar produzindo um som gutural, como um motor, retraindo o abdômen, abrindo bem a boca, até o ar acabar. 3 vezes.


- Inspirar e soltar o ar como uma baforada, lentamente, como um "A" sussurrado, até o ar acabar. Retrair o abdômen devagar e relaxar a garganta. 3 vezes.


- Língua: inspirar e produzir uma vibração com os lábios, em "Trrrrrrrrrrrrrrrr", soltando o ar e sentindo a vibração da língua no céu da boca, sempre retraindo o abdômen devagar, controlando o ar. 3 vezes.


- Lábios: inspirar e produzir uma vibração com os lábios, em "Brrrrrrrrrrrrrrrr", até o ar acabar, trabalhando abdômen. 3 vezes.


- Ressonância: inspirar e produzir som de "DZ", com a ponta da língua encostada nos dentes frontais da arcada superior, até o ar acabar, trabalhando o abdômen. 3 vezes.


- Glissando: inspirar e produzir som com "Trrrrrrrrrrrrrr" ou "Brrrrrrrrrrrrrrrr", começando do som mais grave e subindo gradativamente até o mais agudo da voz, voltando ao grave da mesma forma, como uma escala.3 vezes.


Obs.: Todos os exercícios devem ser executados com muita atenção à respiração e o uso do diafragma, controlando o ar expirado, sem forçar a garganta. Além desses exercícios, o aquecimento com vocalizes, trabalhando vogais e consoantes com boa articulação, em escalas, tríades ou tétrades, também devem ser feitos ao menos uma hora antes de cantar, por vinte minutos no mínimo.


DESAQUECIMENTO


Para o desaquecimento, é indicado:


- Vibração de lábio em duração, emitindo o som “Brrrrrrrrrrrrrrrrrr…”, pouco volume, pouca projeção e em uma afinação bem grave (som basal);


- Vibração de língua em duração, emitindo o som “Trrrrrrrrrrrrrrrrrr…”, também com pouco volume, pouca projeção e em som basal;


Obs.: não precisa exagerar na duração, não precisa chegar no limite do seu fôlego!!!!


- Bocejo e beba água em temperatura ambiente: o movimento da deglutição(engolir) e do bocejo, relaxam a musculatura da Laringe;


- Mantenha a voz em repouso por uns 20 minutos sem falar.


Pronto! A voz estará desaquecida!


IMPORTANTE!!!


Assim como nos exemplos acima, o som que você estiver produzindo para pré-aquecer e desaquecer, deverá estar no mesmo volume, intensidade e tom.


NÃO BRINQUE COM ESTE EXERCÍCIO FAZENDO SONS MUITO AGUDOS, MUITO GRAVES OU MISTURANDO OS DOIS TONS.


Repita os exercício SEMPRE no seu tom natural.


Se você não conseguiu fazer estes exercícios até acabar o ar armazenado (sem utilizar o ar de reserva, certo???), ou seja, você começou bem mas no meio do exercício o som falhou, PARE! Respire fundo por 3 vezes, relaxe um pouco e só então recomece.


É muito comum, no início, não conseguirmos emitir estes sons até o final, pois trata-se de sons que nós não estamos habituados a produzir, mas com o treino diário, fica cada vez mais fácil.

Rotina fonoaudiológica na UTI neonatal


Estruturação de Serviço de Fonoaudiologia em UTI Neonatal


A atuação do fonoaudiólogo no hospital é ainda muito desconhecida por parte da grande maioria dos profissionais de saúde que trabalham dentro de uma UTI Neo Natal.


O primeiro passo a ser dado é informar a equipe multidisciplinar quanto à importância do envolvimento e colaboração de todos para o sucesso da proposta do trabalho fonoaudiológico.


Os fonoaudiólgos se integram à equipe, que é composta por profissionais das áreas de pediatria, neonatologia, enfermagem, fisioterapia e assistente social.


Os objetivos gerais da equipe de fonoaudiologia são divididos em gerais e específicos.


Os objetivos gerais podem ser resumidos basicamente em: promoção do bem-estar RN-equipe-família, o incentivo ao aleitamento materno, boa interação entre mãe e RN e a regulação do afluxo de estímulos ambientais (luz, ruído, etc).


Os objetivos específicos são: triagem auditiva dos neonatos e assistência à alimentação.


Triagem Auditiva


A triagem auditiva é dividida em 2 etapas, sendo a primeira composta pelo levantamento dos indicadores de risco para a deficiência auditiva e a segunda pela observação comportamental auditiva do neonato. Esta triagem se estende a todo o berçário de alto risco, sendo que a observação comportamental auditiva é realizada somente pelo fonoaudiólogo.


Os indicadores de risco associados com deficiência auditiva condutiva e/ou neuro-sensorial usados são os sugeridos pelo AMERICAN ACADEMY OF PEDIATRICS: JOINT COMMITTEE ON INFANT HEARING (1994), a saber: antecedentes familiares de deficiência auditiva neuro-sensorial; infecções congênitas; malformações anatômicas envolvendo cabeça-pescoço; peso ao nascimento inferior a 1500gr; hiperbilirrubinemia (a nível de exsanguíneo transfusão); meningite bacteriana; anoxia severa ao nascimento (Apgar 0-4 no 1º minuto e 0-6 no 5º minuto); ventilação mecânica prolongada (> de 5 dias); medicação ototóxica; sinais ou achados de síndromes associadas à deficiência auditiva condutiva ou neuro-sensorial.


Depois de realizada a pesquisa de risco, passa-se a fase da triagem que consiste na apresentação de estímulos sonoros verbais e não-verbais e na conseqüente observação e registro dos comportamentos eliciados por estes estímulos, por dois fonoaudiólogos treinados.


Os estímulos sonoros não-verbais são sons realizados através de instrumentos e brinquedos com variação de decibéis.


O teste é realizado em local silencioso, com o recém-nascido preferencialmente em estado de sono leve ou alerta, na ocasião da alta hospitalar. Os bebês que falham neste teste são encaminhados para avaliação otológica e audiológica completa.


Assistência à Alimentação
A promoção do processo de alimentação seguro e eficiente é outro objetivo da equipe fonoaudiológica. Muitos recém-nascidos têm dificuldade para se alimentar eficientemente por via oral, principalmente os pré-termos.


Estes bebês precisam de assistência, no sentido de promover uma situação de alimentação adequada, quanto à nutrição, ganho de peso, vínculo mãe/recém-nascido, sem riscos de aspiração ou stress excessivo.


As características mais encontradas nos bebês são: incoordenação de sucção, deglutição, respiração; sucção ineficiente e movimentos incoordenados de língua e mandíbula; curva descendente de peso; fadiga excessiva durante as mamadas e história de regurgitações e/ou aspirações freqüentes.


Estas alterações ocorrem devido a imaturidade do sistema sensório-motor-oral ou de malformações anatômicas envolvendo as estruturas que participam durante a sucção e deglutição.


A equipe médica determinará, sob o ponto de vista clínico geral, o momento mais adequado para iniciar o acompanhamento fonaodiológico, além de fornecer diagnósticos radiológico e neurológico, que comumente se fazem necessários. Os recém-nascidos recebem assistência antes, durante e depois do processo de instalação da via oral exclusiva. Procura-se orientar a equipe quanto à postura durante a administração alimentar, seleção do tipo e forma de alimentação, transição da gavagem para a alimentação por via oral e quanto à estimulação do sistema sensório-motor-oral.


O comportamento motor de sucção nutritiva eficiente consiste de velocidade média de 1 sucção por segundo; excursão rítmica da mandíbula; língua canelada; movimento rítmico da língua; vedamento labial; movimentação espontânea; deglutição eficiente, entre outros.


Assim que a condição clínica do recém-nascido permite, é realizada uma avaliação e inicia-se o processo de facilitação da instalação destas características.


A estimulação consiste de manobras de facilitação para a obtenção dos padrões motores-orais adequados. Tal estimulação ocorre concomitantemente às mamadas.




Dividimos os estímulos em:


1 - Extra-oral: massagens com toques leves na região perioral e bochechas, eliciando o reflexo de busca.


2 - Intra-oral: Introdução do dedo mínimo protegido por luva plástica descartável a fim de aliciar o reflexo de sucção, favorecer o canelamento da língua e o vedamento labial. Além disso, procura-se contribuir para o estabelecimento de maior ritmo e força de sucção.


Quando o neonato está sendo alimentado por gavagem ou estomia, procuramos realizar a estimulação intra-oral durante a administração alimentar para favorecer a associação entre sucção e saciedade. A sucção não-nutritiva favorece o amadurecimento dos padrões oro-motores que serão fundamentais para a alimentação via oral.


A contribuição direta do trabalho fonoaudiológico, quer sob forma de orientação à equipe, quer sob forma de estimulação sensório-motor-oral, surge sob a forma de ganho de peso, aceleração da maturação do automatismo de sucção; diminuição do tempo de trânsito gastrointestinal, transição mais rápida para a alimentação por via oral e diminuição do tempo de permanência no hospital.


Aleitamento Materno


Em relação ao aleitamento, a intervenção consistirá no encorajamento e orientação à mãe sobre as vantagens nutricionais, imunológicas, enzimáticas e hormonais do leite materno e sobre possíveis maneiras para a manutenção da produção do leite até que seu bebê esteja apto a iniciar o aleitamento natural. Se faz muito importante neste ponto o trabalho junto ao banco de leite instalado dentro da UTI, onde profissionais habilitados irão orientar e auxiliar as mães quanto à ordenha e armazenamento do leite materno.


O aleitamento materno é importante para o bom desenvolvimento facial da criança. Ao sugar o seio materno, o bebê realiza movimentos com a língua, lábios e toda a musculatura da face. Esses movimentos favorecem o crescimento correto dos ossos da face, além do alinhamento da mandíbula, retraída no recém-nascido, em relação ao maxilar.


O resultado é a prevenção de problemas ortodônticos e fonoaudiológicos. Durante a sucção, todas as estruturas orais (língua, lábios, bochechas, mandíbula, músculos da face) se desenvolvem e fortalecem. Estes órgãos são fundamentais para que a criança possa posteriormente falar e mastigar corretamente. Muitas patologias encontradas na fase pré-escolar se devem ao fato do recém-nascido não ter recebido adequadamente o aleitamento materno.


As patologias mais comuns são:
· Deglutição Atípica: ocasionando problemas como mordidas abertas, profundas, cruzadas, etc que irão interferir no crescimento facial da criança.


· Distúrbios Fonoarticulatórios: hipotonia de lábios, língua e bochechas, ocasionando alteração na pronúncia correta dos fonemas no período de aprendizagem da fala.


· Distúrbios respiratórios: podem ocasionar o aparecimento da respiração bucal, que por si interfere no desenvolvimento facial, capacidade respiratória, distúrbios do sono, déficit de aprendizagem, atraso no desenvolvimento motor e sensorial, entre outros.